Como questionamos a nossa identidade no processo do envelhecimento?
Partindo de uma perspectiva antropológica, neste livro mostramos como o contexto relacional em que vivemos nos estimula a pensar sobre quem somos e como nos vemos no processo do envelhecimento. O livro sustenta-se em investigações empíricas sobre a experiência social do envelhecimento em dois contextos etnográficos distintos: uma aldeia peri-urbana do Centro do País e um contexto citadino inserido na cidade do Porto. Nestes estudos a questão da identidade é equacionada como uma experiência fortemente marcada por dilemas, na medida em que se dá um confronto entre múltiplas - e, por vezes, contraditórias - interpretações da vida e do curso de vida.
Através da apresentação de narrativas de vida o texto mostra como a velhice é apreendida pêlos actores sociais, experienciada nos corpos e vivenciada em tensão, abordando a forma pela qual na velhice se elaboram social e culturalmente experiências que, por vezes, inauguram novas possibilidades de se ser e de se viver.
Licenciada em Antropologia Social e Cultural pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e Mestre em Sociologia pela Faculdade de Economia da mesma instituição, encontra-se a realizar o Doutoramento em Sociologia nessa Faculdade. É Professora-Assistente na Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro, onde lecciona as disciplinas de Sócio-Antropologia da Saúde e Sócio--Antropologia do Envelhecimento.
Susana de Matos Viegas
Antropóloga, Investigadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), Doutorada em Antropologia Social e Cultural pela Universidade de Coimbra onde foi Professora de Antropologia (1989-2006), lecciona, entre outros, sobre os temas da identidade, do ciclo de vida e da velhice. Realiza investigação sobre a construção da pessoa, a identidade e o envelhecimento, com trabalho de campo na zona centro de Portugal, e sobre identidade e etnicidade entre os índios da América do Sul (Brasil). Entre as suas publicações destacam-se artigos sobre a velhice em revistas e livros nacionais e a publicação do livro Terra Calada: os Tupinambá na Mata Atlântica do Sul da Bahia, 2007 (7Letras/Rio de Janeiro; Almedina/Coimbra).
Terra Calada retrata as experiências de vida dos Tupinambá de Olivença em suas terras da Mata Atlântica do sul da Bahia. Examinando interpretativamente as vivências cotidianas na "roça" baiana em constante diálogo com o conhecimento americanista, o livro vai alargando a perspectiva comparativa e histórica e integrando os debates contemporâneos sobre pessoa, parentesco e identidade.
Apoiando-se em uma intensa experiência etnográfica (entre 1997 e 2005), Terra Calada trata dos afetos, das tensões familiares, das fantasias e conciliações entre homens e mulheres, das vivências do espaço e dos modos reservados de agir dos Tupinambá de Olivença. Oriundos da grande família Tupi que vivia na costa brasileira nos primeiros séculos da colonização, os Tupinambá de Olivença se têm confrontado com sucessivos projetos civilizatórios sejam coloniais, nacionalistas ou missionários. Em particular, há sete décadas vivem nos interstícios de formas de ocupação da terra que ameaçam diretamente a sustentabilidade dos seus modos de vida. O livro trata este processo, num diálogo amplo entre a etnografia, a comparação antropológica regional e a história, propondo uma análise desta população indígena do Nordeste que entrelaça os campos da antropologia americanista e da antropologia das sociedades indígenas.
A epidemiologia é, atualmente, uma área fundamental na formação na área das ciências da saúde. Seja a nível laboratorial ou de saúde pública, as aplicações da epidemiologia são variadas, ajudando a compreender como se distribuem os fenómenos relacionados com a saúde e a doença e os seus determinantes. Resultado da prática de ensino da epidemiologia, este livro abrange os aspectos essenciais da epidemiologia, nomeadamente no que diz respeito ao método epidemiológico e aos seus pressupostos, aos principais desenhos de estudo e às medidas de frequência e de associação e risco. Aborda, ainda, as questões da causalidade em saúde. Com uma maior preponderância da epidemiologia observacional, analisam-se, ainda, as questões éticas inerentes à investigação epidemiológica e apresenta-se um guia prático para a elaboração de projetos de investigação tendo por base as orientações internacionais mais recentes.
Visando retraçar, analisar e compreender a relação entre Bissaya-Barreto, a Medicina e Cirurgia, a presente tese parte de um quadro teórico e conceptual, incluindo o tema, a problemática, o objeto de estudo, a historiografia, fontes e metodologia, delimitação cronológica e estrutura.
A avaliação da ingestão alimentar requer a quantificação da porção de cada alimento consumido. Obteve-se a porção média de alimentos a partir de pesagens efetuadas por um grupo constituído por cinco nutricionistas.À semelhança da segunda, a presente edição do manual resulta da necessidade de adicionar novos alimentos e de reformular alguns valores de alimentos já apresentados. Adicionalmente, são apresentadas outras formas de apresentação, visando responder às necessidades demonstradas por utilizadores das edições anteriores, nas diferentes áreas de aplicação deste manual.