A velha Luciana tinha um bicho que muito estimava: um galo. No entanto, as cores que o
vestiam não eram exatamente idênticas às dos outros galos. As penas do galo da velha
Luciana eram douradas e brilhavam nos dias de sol. O bico era azul, da cor do céu nos dias
quentes de verão. E a crista roxa, sempre levantada, fazia lembrar a pétala de uma violeta
gigante. Os velhos mais velhos que a velha Luciana não se recordavam de seus avós terem
falado de galo parecido. Como é que apareceu naquela terra tão pequenina um galo tão
extraordinário?
Um dia, na horta do Tio Manuel Liró, apareceu um grilo espantoso: era verde e assobiava.Os outros grilos, que eram pretos e cricrilavam, não gostaram nada daquilo e quiseram logo pôr o Grilo Verde no seu devido lugar.É com este enredo simples que António Mota deixa os seus pequenos e grandes leitores a refletir num tema tão atual como o direito à diferença.Ver por dentro: