Apontamentos de Escrita Criativa
Quem não sonhou escrever um livro? A experiência da vida é tão rica e emocionante que muitas vezes pensamos em escrever sobre o que nos rodeia ou nós próprios. No entanto, a maioria das pessoas tem duas barreiras que parecem irredutíveis: a falta de conhecimento das técnicas e “truques” que julgam serem exclusivos dos profissionais e o receio de que não consigam exprimir de modo atraente aquilo que lhes vai na cabeça. Foi com o objectivo de abordar estas questões que surgiu o Curso de Escrita Criativa do Âmbito Cultural do El Corte Inglés, que se abeira das 30 edições. Dessas sessões saíram mais de uma dezena de escritores publicados e muitos mais fizeram ou estão a fazer textos de qualidade. É extraordinário ver como vocações adormecidas só precisam de um pequeno incentivo para se revelarem e darem grande satisfação a quem escreve - e também a quem lê. Os “Apontamentos de Escrita Criativa” constituem a referência que José Couto Nogueira utiliza e, nestas páginas, está o essencial dos 28 cursos de Escrita Criativa que o autor deu a mais de 1.400 participantes, desde 2006.
| Editora | Frases de Papel |
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| Categorias | |
| Editora | Frases de Papel |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Couto Nogueira |
José Couto Nogueira nasce em Lisboa em 1945.
Estuda Economia em Lisboa e Londres, mas a sua primeira profissão é a de fotógrafo. EM 1973, inicia-se enquanto escritor, ao publicar os seus primeiros textos na revista Cinéfilo. Depois de um início de carreira em Portugal, muda-se para São Paulo, trocando definitivamente a fotografia pelo jornalismo, sendo repórter, colunista, redactor e editor de revistas como a Inteview, a Playboy e a Vogue, ao longo de uma década. Posteriormente muda-se para Nova Iorque, onde ao longo de nove anos é correspondente do jornal O Estado de São Paulo e da revista de música Bizz, entre outras actividades. De volta a Lisboa, trabalha como redactor, editor e colaborador em publicações como o jornal A Capital e as revistas Ícon, GQ, Vogue, Exame e Demais (do Diário Económico). Em 1999, fez um programa de televisão, Metrópolis, no CNL (antecessor da SIC Notícias). Entre 1997 e 2002, edita o site Alface Voadora, a primeira revista digital portuguesa. Desde 2006, orienta o Curso de Escrita Criativa no Âmbito Cultural do El Corte Inglés. Desde 2013, dirige workshops de Escrita Criativa. Actualmente é cronista no Sapo 24, entre outras actividades ligadas à escrita e ao jornalismo. Traduziu autores anglo-saxónicos como Charlote Bronte, Mark Twain, Edgar Allen Poe e Henry Miller, entre muitos outros. Tem várias obras de ficção e não-ficção publicadas. O livro Apontamentos de Escrita Criativa, é a primeira obra publicada com a Frases de Papel Editora.
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A Namorada Infiel - O Amigo Incompetente ...E Outras Crónicas Sobre o Sentido da VidaEsta é uma obra pertinentíssima, numa sociedade fortemente abalada pela crise de valores, onde os padrões são tantos como os actores, nada como um quase manual de sobrevivência para aferir a conduta. Numa linguagem rica e cheia de expressões idiomáticas, provérbios e metáforas, a qualidade literária de algumas respostas empresta ao texto uma dinâmica que raramente se encontra em textos deste género. Este livro surge de uma selecção de crónicas publicadas nos primeiros anos do jornal “i”, onde o autor escrevia uma página semanal, a "Coluna Vertical", que respondia a questões dos leitores sobre situações da mais variada ordem, dando uma solução que estivesse dentro do campo da Ética. Com o tempo apareceram diversas questões que são, agora, agrupados neste “A namorada infiel, o amigo incompetente e outras crónicas sobre o sentido da vida” e que tanto podem ser lidas como pequenos contos, como ser usadas para tomar decisões difíceis. É importante esclarecer que as respostas foram dadas: “considerando que a Ética está num plano diferente da Moral. Em termos práticos, a ideia era encontrar uma solução que permitisse ao decisor causar o menos estragos possíveis a outrem e dormir descansado...”, afirma o autor José Couto Nogueira. Um livro simultaneamente sério e divertido! -
Vista da praiaUm grupo de quatro amigos junta-se numa casa isolada mas próxima de Lisboa, para ultrapassar a terrível imobilidade da sociedade portuguesa e procurar os seus objectivos de vida. Pela casa vão passando conhecidos, convidados e pessoas trazidas por outras, num clima eléctrico onde acontece de tudo. No meio das revoluções pessoais que todos procuram, surge a inesperada revolução nacional, que vem baralhar os objectivos individuais. Eufóricos ao princípio, os amigos começam a perceber que a nova ordem ameaça a sua estabilidade e que a evolução pessoal tão ambicionada perde o sentido com as mudanças no país. Mas o verdadeiro perigo vem de onde menos se espera.Ver por dentro: -
Pesquisa Sentimental"As relações entre as pessoas, a importância do sexo, do amor, casos fugazes, grandes paixões. Os fantasmas assombram-me. Há algo de deprimente no passado. Por um lado, não volta, já não é. Esgotou as surpresas possíveis. Só deixou falsas promessas. Uma série de oportunidades gastas, um peso inútil. Mas, por outro lado, nunca desaparece. Deixa marcas, pelo que foi - e pelo que não foi. Os gregos consideravam que estamos de costas para o futuro, a ver o passado a distanciar-se cada vez mais, até o perdermos de vista. O futuro está atrás de nós, não sabemos como vai ser. Não há nada de mais excitante do que o futuro. Leia aqui algumas páginas de Pesquisa Sentimental"Ver por dentro: -
TáxiUm livro que nos desperta a vontade de conhecer a cidade que nunca dorme. Sabendo-se que os taxistas são excelentes guias, mais interessante se torna o livro uma vez que o taxista é português.Ver por dentro: -
Pesquisa Sentimental"As relações entre as pessoas, a importância do sexo, do amor, casos fugazes, grandes paixões. Os fantasmas assombram-me. Há algo de deprimente no passado. Por um lado, não volta, já não é. Esgotou as surpresas possíveis. Só deixou falsas promessas. Uma série de oportunidades gastas, um peso inútil. Mas, por outro lado, nunca desaparece. Deixa marcas, pelo que foi - e pelo que não foi. Os gregos consideravam que estamos de costas para o futuro, a ver o passado a distanciar-se cada vez mais, até o perdermos de vista. O futuro está atrás de nós, não sabemos como vai ser. Não há nada de mais excitante do que o futuro.
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Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
O Infinito num JuncoA Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir – contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.Um dos melhores livros do ano segundo os jornais El Mundo,La Vanguardia e The New York Times(Espanha). -
O Anticrítico«O Anticrítico» é uma compilação dos ensaios de Diogo Vaz Pinto — textos de crítica literária, e não só —, escritos entre 2014 e 2023, incluindo alguns inéditos. «Não tenho conta para as vezes todas em que, para ir com a rábula insultuosa que me tecem, pegando uns onde outros deixaram, numa cooperativa de imbecis que, sinceramente, me comove, já me quiseram tirar a condição que vem de tudo o que faço. Mais difícil seria desmontar alguma coisa. Resta que, ou ignoram muito vermelhuscos, ou a ideia é revogar-me a carta, licença, prostrar-me na indigência de eu ser uma qualquer abominação, «Bicho», monstro que ligam com tudo o que é baixo, e mesmo assim paira sobre eles sem explicação. Um Chernobyl encarnado. Crítico não sou. Ou só pseudo. Videirinho e jornaleiro, pilha-galinhas e o mais que eu coso bem ao meu estuporado currículo. Pois seja, eu fico então gordo disso tudo. E viro-me do avesso. Sou o anticrítico, então! Roubando esta de Augusto de Campos sem pudor. Há muito que não me retiram do sentido a ideia de que o principal é cortar com a impostura disto tudo. A gloríola da mediocridade, o sentido gregário, essa ratada ficção ligando os «egozinhos de porta-aberta» do nosso meio literato.» -
Terra QueimadaEnsaio profético e demolidor, TERRA QUEIMADA (2022) expõe a forma como o complexo internético se tornou «motor implacável de vício, solidão, falsas esperanças, crueldade, psicose, endividamento, vida desbaratada, corrosão da memória e desintegração social». Nele, Jonathan Crary faz uma crítica radical da digitalização do mundo e denuncia realidades inegáveis: a incompatibilidade entre um planeta habitável e a economia consumista e técnica, a atomização provocada pelas redes sociais, a era digital como fase terminal do capitalismo planetário. «Se é possível um futuro habitável e comum no nosso planeta», conclui, «esse futuro será offline, dissociado dos sistemas e da actividade do capitalismo 24/7, que destroem o mundo». -
Mário Cesariny e Antonio Tabucchi - Cartas e outros TextosFernando Cabral Martins: «O surrealismo português já tinha atingido no final dos anos sessenta uma definição que tornava possível, de um ponto de vista exterior, descomprometido, fazer uma avaliação de conjunto.» Antonio Tabucchi veio a Portugal no rasto de um poeta: Fernando Pessoa, ou melhor Álvaro de Campos, de quem lera por acaso o poema «Tabacaria». Quis aprender a língua do autor do poema e para isso inscreveu-se na cadeira de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Pisa, que então frequentava. O seu mestre foi uma professora especial, bela, inteligente e culta, Luciana Stegagno Picchio. Antonio quis conhecer o país onde se falava aquela língua e ao qual pertencia aquele poeta e, na Primavera de 1965, com o seu Fiat 500, chegou a Portugal. Aí conheceu uma portuguesa com quem falou de Pessoa, e com quem continuou a trocar correspondência até ao ano seguinte, quando se tornaram namorados, vindo depois a casar (1970). Mas até lá, veio amiúde a Portugal […] e começou a interessar-se pelo Surrealismo português, sobre o qual havia muito pouco material crítico, praticamente nada, em vista da sua futura tese de licenciatura. Conheceu então (1967) dois membros ilustres daquele movimento, dois grandes poetas, Alexandre O’Neill e Mário Cesariny de Vasconcelos, com quem passou muitas horas, primeiro para os entrevistar e depois, com sempre maior intimidade, já com laços de amizade, só pelo prazer de estarem juntos. [Maria José de Lancastre] Esta é a história de um desencontro. Cesariny, como o surrealismo, considerava a universidade um inimigo, e Tabucchi, para todos os efeitos, era em 1971 um universitário. Mesmo se, no caso dele, havia por parte do poeta o agrado de ver como a sua poesia e o seu lugar no surrealismo português eram reconhecidos — pela primeira vez — por um leitor com a distância crítica e a óbvia inteligência de Antonio Tabucchi. Aqui, nos textos que documentam o contacto directo entre ambos do final dos anos 60, pode ver-se uma ilustração do modo como a história do surrealismo foi sendo feita, com que ritmo e a partir de que posições. E que implica a consciência, por parte do poeta, da importância do sentido que a crítica atribui à História, capaz (ou não) de tornar o passado digno do presente, ou vice- -versa. E manifesta, por parte do jovem crítico italiano, a intuição da grandeza de um movimento que evoluía na sombra, num carceral jardim à beira-mar. [Fernando Cabral Martins]
