Mais de 50 anos após o início da Guerra Colonial portuguesa e das lutas de libertação, permanece ainda um vasto manto de interditos. O presente livro reúne contribuições de vários autores que se propuseram a mergulhar em arquivos largamente desconhecidos do grande público. Através das suas contribuições ficamos a saber o que foi o Exercício Alcora uma aliança secreta estabelecida entre a África do Sul, a Rodésia e Portugal , consideramos a complexidade das dinâmicas geoestratégicas no contexto da Guerra Fria, os duradouros contornos da violência armada e as incidências o processo de descolonização. Longe de histórias celebratórias e de memórias autocomplacentes, os autores percorrem as insuspeitas latitudes de um mapa secreto tardiamente imaginado por sonhos coloniais.
Bruno Sena Martins é investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e cocoordenador do Programa de Doutoramento Human Rights in Contemporary Societies e do Programa de extensão académica “O ces vai à Escola”.
Maria Paula Meneses
Maria Paula Meneses é investigadora e coordenadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, integrando o núcleo de estudos sobre Democracia, Cidadania e Direito. É doutorada em Antropologia pela Universidade de Rutgers e mestre em História pela Universidade de São Petersburgo. Leciona em vários programas de doutoramento do CES, sendo cocoordenadora do programa de doutoramento em Pós-colonialismos e Cidadania Global. Cocoordena com Boaventura de Sousa Santos e Karina Bidaseca o curso internacional de Epistemologias do Sul. De entre os temas de investigação sobre os quais estuda, destacam-se os debates pós-coloniais em contexto africano, o pluralismo jurídico – com especial ênfase para as relações entre o Estado e as autoridades tradicionais no contexto africano – e o papel da história oficial, da(s) memória(s) e de outras narrativas de pertença nos processos identitários contemporâneos. Tem vários trabalhos realizados sobre o acesso ao direito e à justiça em contextos do Sul global.
Viajando a Sul, ao encontro da realidade das pessoas cegas em Moçambique, o autor analisa as implicações de uma conceção de cegueira intimamente ligada às dinâmicas socioespirituais. O presente livro fala-nos de um quadro cultural em que, no limite, não há cegueira sem feitiço. A partir de uma incursão etnográfica entre as vidas da cegueira, Bruno Sena Martins faz emergir um corpo múltiplo que põe no lugar o feitiço através do qual a modernidade ocidental inventou a noção de deficiência.
Trata-se de um percurso que procura pôr a cegueira no contexto de resistências situadas: corpos e histórias que reclamam por culturas menos certas dos seus sentidos.
Viajando a Sul, ao encontro da realidade das pessoas cegas em Moçambique, o autor analisa as implicações de uma conceção de cegueira intimamente ligada às dinâmicas socioespirituais. O presente livro fala-nos de um quadro cultural em que, no limite, não há cegueira sem feitiço. A partir de uma incursão etnográfica entre as vidas da cegueira, Bruno Sena Martins faz emergir um corpo múltiplo que põe no lugar o feitiço através do qual a modernidade ocidental inventou a noção de deficiência.
Trata-se de um percurso que procura pôr a cegueira no contexto de resistências situadas: corpos e histórias que reclamam por culturas menos certas dos seus sentidos.
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As suspeitas e acusações de feitiçaria são parte integrante da paisagem sociojurídica moçambicana contemporânea. Liberta do preconceito do olhar ocidental, a feitiçaria é um conceito que fornece uma representação importante sobre complexidade social, incluindo poder e desigualdade, interesses individuais e coletivos, luta pelos recursos, etc. Este livro assenta num estudo transdisciplinar sobre os sentidos da feitiçaria em Moçambique, sobretudo em contextos urbanos. Combinando uma rica análise histórica, assente em material de arquivo, com pesquisas antropológicas e sociojurídicas, a autora argumenta que as acusações e práticas contemporâneas da feitiçaria são uma realidade moderna, uma experiência através da qual os/as moçambicanos/as vivem os desafios políticos e económicos atuais.
O encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham.