Cabo Verde - Ilhas Crioulas
Este livro de Manuel Bito-Semedo centra a atenção do leitor no inegável caráter crioulo da sociedade cabo-verdiana, começando logo no título. O autor destaca o papel constitutivo da miscigenação (entre europeus e africanos, e entre africanos de diferentes etnias) típica da identidade cabo-verdiana. Todo o livro está organizado em torno da espinha dorsal da crioulidade. E embora não estejam formalmente separadas, no tratamento deste tema podem ser distinguidas duas partes, diferenciadas pelas perspetivas adotadas. A primeira metade do texto oferece-nos uma visão histórica e espacial do processo de crioulização, enquanto na segunda metade encontramos uma análise sociocultural detalhada do imaginário insular e das suas manifestações mais relevantes.
| Editora | Rosa de Porcelana Editora |
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| Editora | Rosa de Porcelana Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Manuel Brito-Semedo |
Manuel Brito-Semedo nasceu em São Vicente, em 1952. É doutor em Antropologia, Especialidade de Etnologia, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Professor universitário e escritor, publicou Falucho (2022); A Advocacia em Cabo Verde – Breve Historial (2020); Morna: Música Rainha de nôs terra (colecção de 5 livros + CD) (2019); Representação Social do Médico em Cabo Verde (2018), Gastronomia, Música e Dança no Ciclo de Vida do Homem Cabo-Verdiano (2018); Esquina do Tempo – crónicas do Expresso das Ilhas (2017), Na Esquina do Tempo – crónicas de Mindelo (2014), Na Esquina do Tempo – crónicas de diazá (2009), A construção da Identidade Nacional – análise da imprensa entre 1877 e 1975 (2006); A Morna-balada – o legado de Renato Cardoso (1999); A colocação dos clíticos no Português em Maputo (1997) e Caboverdianamente Ensaiando, vols. I e II (1995 e 1998).
Atuante e frequente em múltiplas atividades culturais, é o criador do blogue “Esquina do Tempo – Magazine Cultural Online”, ativo desde fevereiro de 2010.
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Representação Social do Médico em Cabo Verde(...) E Manuel Brito-Semedo pôs-se ao trabalho. A Conferência, fruto de um minucioso trabalho de pesquisa científica, foi magistralmente proferida. Para nossa surpresa, a dita representação social, para ser bem entendida, não se limitava à actualidade. Como bom antropólogo, Manuel Brito-Semedo recuou no tempo e recorrendo a três períodos distintos da nossa História, com uma selecção de médicos de cada época segundo as exigências metodológicas, e foi à procura paciente de construções sociais que ao longo dos tempos foram sendo desenvolvidas e cujas marcas perduram até os nossos dias. Com a mestria que lhe é peculiar, Manuel Brito-Semedo, douto antropólogo e homem de cultura, mostrou-nos claramente as evidências desta representação, tranquilamente integradas no nosso viver colectivo. A Conferência que me serviu de ponto de apoio para estas notas introdutórias veio com uma prenda adicional: uma brochura pronta para ser impressa. Da obra, não vou dizer muito mais. Os leitores – não apenas médicos, naturalmente – muito terão a dizer. Não há dúvidas que estamos perante um trabalho ímpar e sério, fruto de uma investigação paciente e aturada, de uma escrita cuidada e que vem agora, sob forma de livro, trazer a todos nós os substratos que nos faltavam para conhecer e compreender melhor a representação social dos médicos em Cabo Verde, desenvolvida ao longo do nosso percurso histórico e social. Representação Social do Médico em Cabo Verde é um livro de grande qualidade, muito bem documentado e ricamente ilustrado, agora ao dispor da sociedade cabo-verdiana (e não só). (...) Daniel Silves Ferreira In Notas Introdutórias -
A Advocacia em Cabo Verde – Breve HistorialPor ocasião da comemoração do XX aniversário da Ordem dos Advogados de Cabo Verde, uma homenagem aos Advogados e à Ordem que, ao longo dos tempos, deram o seu contributo para a afirmação da Justiça e do Estado de Direito Democrático.Esta obra histórica parece-nos importante porque possibilita a todos conhecer um pouco do percurso da advocacia no país, tanto a advogados como a não juristas que se interessem pela história, e permitirá que qualquer historiador encontre bases para novos trabalhos. -
FaluchoFalucho documenta, com textos e fotografias, os navios que acolheram a odisseia cabo-verdiana no oceano atlântico, ora inter-ilhas, ora em transatlânticas viagens. O autor, entre memórias infantis e recordações contadas por outrem, pois que de tempo anterior ao cronista – Manuel Brito-Semedo – traz-nos de volta, ao tempo presente, algumas das histórias mais emblemáticas da aventura marítima – algumas bem trágicas – das muitas faluas e de alguns navios que circularam inter-ilhas, no passado.
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NovidadeO Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
NovidadeConfissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
NovidadeSobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
NovidadeA Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
NovidadeElectra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
NovidadeDiário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».