Centros Urbanos no Alentejo Fronteiriço
A faixa territorial de várias dezenas de quilómetros que de ambos os lados percorre a raia entre Portugal e Espanha exibe, desde época que não se pôde precisar com exactidão, um traço comum – reúne parte considerável das regiões económica e socialmente mais deprimidas, de que o Alentejo e a Extremadura espanhola constituem exemplos significativos, de dois dos estados menos desenvolvidos da Europa ocidental.
O estudo que apresentamos mostra, contudo, que o subdesenvolvimento das regiões fronteiriças não foi fenómeno generalizado no espaço e no tempo. O crescimento populacional e urbano, o dinamismo económico, social e cultural detectados, ao longo do século XVI e primeiras quatro décadas do século seguinte, em Campo Maior, Elvas e Olivença contrariam as tão propaladas visões depreciativas sobre a região e as suas gentes.
| Editora | Livros Horizonte |
|---|---|
| Coleção | Horizonte Histórico |
| Categorias | |
| Editora | Livros Horizonte |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Rui Rosado Vieira |
-
Campo Maior no Centro de um Conflito Internacional – Nas Primeiras Décadas do Séc. XIXAs últimas décadas do Séc. XVIII e as primeiras do século seguinte foram, em Portugal, Espanha, noutros países europeus, e no continente americano, tempos de guerra, de intensos conflitos sociais, de alteração de regimes políticos e de nascimento de novas nações independentes. Tal onda de acontecimentos causou em Portugal pesadíssimos danos em bens e vidas das populações. Prejuízos e sacrifícios que não atingiram igual gravidade na generalidade das aldeias, vilas e cidades do país. Campo Maior, aglomerado rural situada junto à raia, a uma dúzia de quilómetros de Badajoz, vai ter participação, com custos elevadíssimos, em todos aqueles sucessos históricos. Os seus jovens, forçados pelas circunstâncias, vão trocar durante longos anos as roupas civis e os utensílios agrícolas pelas fardas militares e pelos piques e fuzis. Só no ano de 1808 foram criadas na vila duas unidades militares – o Regimento de Infantaria N.º 10 e o Batalhão de Caçadores N.º 5 –, formadas por naturais de concelhos do Alto Alentejo, sobretudo por campomaiorenses. A vila cercada e tomada, em 1801 pelos espanhóis – onde em 1808 uma revolução patriótica contra a presença francesa saiu vitoriosa – e, novamente sitiada e ocupada, pelos franceses, em 1811, transforma-se durante a Guerra Peninsular numa espécie de mega quartel na qual, por períodos curtos ou longos, se acomodam largos milhares de soldados das mais diferentes nacionalidades. A denominada Guerra das Laranjas e o Cerco de Campo Maior, em 1801; a primeira invasão francesa, com apoio do exército espanhol, em 1807-1808; a Revolução patriótica, em Julho de 1808; a participação de soldados de Campo Maior, ao lado do exército de Napoleão, nas campanhas do Leste Europeu, em 1808-1814; a presença de militares do antigo Regimento de Campo Maior nos confrontos surgidos no Uruguai e no Brasil, em 1816-1822; os reflexos da 2.ª e 3.ª Invasões Francesas na Vila; as campanhas militares do Regimento de Infantaria N.º 20 e do Batalhão de Caçadores N.º 5; e a turbulência política, ocorrida em Campo Maior entre os anos 1824-1834, constituem os temas centrais do presente estudo. Estes acontecimentos, pela perda de vidas humanas, destruição de bens e instabilidade social entre a população, representam uma das épocas mais trágicas da história de Campo Maior.
-
A Ciência dos SímbolosAs primeiras tentativas de classificação coerente, de comparação sistemática e interpretação dos símbolos remontam ao séc. XVI. Após 50 anos, a evolução das ciências humanas permitiu estudar signos, símbolos e mitos nas suas relações com os métodos e os princípios das suas diversas interpretações. O leitor não deve esperar encontrar aqui um dicionário de símbolos que o ajudará a compreender uma língua obscura a partir de uma tradução dos seus signos, antes a exposição dos princípios, métodos e estruturas da simbólica geral, ou ciência dos símbolos. Nada está mais próximo desta língua dos símbolos do que a música: se se ignora o solfejo e as regras da harmonia, da mesma forma que se recusa a aprendizagem da gramática de uma língua, o melhor dicionário do mundo não permite entender realmente, e ainda menos falar. Penetrar no mundo dos símbolos, é tentar perceber as vibrações harmónicas, «adivinhar uma música do universo». -
Tudo do AmorA procura pelo amor continua mesmo perante as maiores improbabilidades. TUDO DO AMOR, ensaio marcadamente pessoal e uma das obras mais populares de bell hooks, indaga o significado do amor na cultura ocidental, empenhando-se em desconstruir lugares-comuns e representações que mascaram relações de poder e de dominação.Contrariando o pensamento corrente, que tantas vezes julga o amor como fraqueza ou atributo do que não é racional, bell hooks defende que, mais do que um sentimento, o amor é uma acção poderosa, capaz de transformar o cinismo, o materialismo e a ganância que norteiam as sociedades contemporâneas. Tudo do Amor propõe uma outra visão do mundo sob uma nova ética amorosa, determinada a edificar uma sociedade verdadeiramente igualitária, honesta e comprometida com o bem-estar colectivo. -
A Natureza da CulturaNesta obra, A. L. Kroeber reúne artigos seus publicados entre 1901 e 1951. São textos de cariz teórico, em que autor desenvolve a sua própria concepção sobre o lugar e o método da antropologia cultural. -
NovidadeO SagradoDesde a sensação de terror que o sagrado inspirava aos primeiros homens até à teoria do sobrenatural ou do transcendente que atribuímos hoje a certos fenómenos misteriosos, o autor examina as diferentes formas de exprimir este sentimento através das múltiplas manifestações religiosas. -
«O Modo Português de Estar no Mundo» - O Luso-Tropicalismo e a Ideologia Colonial Portuguesa (1933-1961)Prémio de História Contemporânea da Universidade do Minho O livro fornece pistas para se compreender a persistência, mais de 20 anos após a independência das antigas colónias portuguesas, de um discurso transversal ao espectro político e ideológico nacional que acentua a imunidade dos portugueses ao racismo, a sua predisposição para o convívio com outros povos e culturas e a sua vocação ecuménica. -
Os Domínios do ParentescoOs domínios do parentesco situam-se na confluência de duas linguagens: a da etnologia, que se esforça por situar as regiões, os contornos e as fronteiras desses domínios, e a das sociedades que a etnologia observa e a que vai buscar as terminologias, as classificações e as regras. Esclarecer estas duas linguagens e relacioná-las é um dos objectivos deste livro, que se pretende uma iniciação à chamada antropologia do parentesco. Falar de parentesco é também e é já falar de outra coisa (numa e noutra linguagem); qual a natureza da relação entre o parentesco e os outros sectores de representação? Que significa a assimilação do parentesco a uma linguagem ou a sua definição como região dominante em certos tipos de sociedade? Que significam as regras de casamento? - são algumas das perguntas que esta obra tenta reformular e às quais procura por vezes responder. Uma análise do vocabulário técnico, um glossário inglês/português, uma importante documentação bibliográfica, reflexões sobre os autores, análises de textos e o balanço de uma investigação pontual: tais são os elementos de informação e de reflexão que aqui se propõem. -
Cultura e ComunicaçãoUma análise concisa das teorias estruturalistas dos fenómenos antropológicos, destinada a esclarecer os conceitos da «semiologia» com base no pressuposto de que os gestos, na comunicação não verbal, apenas adquirem significado como membros de conjuntos, à semelhança do que ocorre com os sons na linguagem falada. -
O Bode ExpiatórioEm O Bode Expiatório, René Girard, um dos críticos mais profundos e originais do nosso tempo, prossegue a sua reflexão sobre o «mecanismo sacrificial», ao qual devemos, do ponto de vista antropológico, a civilização e a religião, e, do ponto de vista histórico e psicológico, os fenómenos de violência coletiva de que o século XX foi a suprema testemunha e que mesmo hoje ameaçam a coabitação dos humanos sobre a Terra.Ao aplicar a sua abordagem a «textos persecutórios», documentos que relatam o fenómeno da violência coletiva da perspetiva do perseguidor tais como o Julgamento do Rei de Navarra, do poeta medieval Gillaume de Machaut, que culpa os judeus pela Peste Negra, Girard descobriu que estes apresentam surpreendentes semelhanças estruturais com os mitos, o que o leva a concluir que por trás de cada mito se esconde um episódio real de perseguição.A arrojada hipótese girardiana da reposição da harmonia social, interrompida por surtos de violência generalizada, através da expiação de um bode expiatório constitui uma poderosa e coerente teoria da história e da cultura.