Fascinado pelas lutas anticoloniais, nas quais o nacionalismo surgia como a força de transformação que antecipava a possibilidade de uma nova comunidade, Anderson percebeu a sua dimensão utópica. A imaginação de uma comunidade não tinha necessariamente de recorrer a um passado mitificado, a uma cultura ancestral e a uma língua distinta, mas a um projeto cívico, inspirado no Iluminismo e imaginado por uma elite administrativa, que o capitalismo impresso do jornal e do livro disseminou por vastas parcelas da população. Comunidades imaginadas é uma obra central na apreciação do fenómeno histórico da formação e transformação das identidades nacionais e dos movimentos nacionalistas.
BENEDICT ANDERSON (1936-2015) nasceu na China, tendo-se mudado ainda criança para os Estados Unidos da América, fixando-se depois em Inglaterra, onde se formou na Universidade de Cambridge. Doutorou-se com uma investigação sobre o processo de modernização na Indonésia na Universidade de Cornell, onde foi professor emérito de Estudos Internacionais. A publicação, em 1983, de Comunidades imaginadas valeu-lhe o reconhecimento internacional, tendo o livro sido traduzido em dezenas de países.
Embora os movimentos políticos nacionalistas tenham sido objecto de numerosos estudos, os mecanismos que rodeiam as noções de nacionalidade ? o sentimento pessoal e cultural de se pertencer a uma nação ? não têm merecido a mesma atenção. Benedict Anderson explora os processos que geram esses mecanismos: a territorialização das fés religiosas, o declínio da realeza antiga, a interacção entre capitalismo e imprensa, o desenvolvimento de línguas nacionais, a evolução das concepções do tempo.
Fascinado pelas lutas anticoloniais, nas quais o nacionalismo surgia como a força de transformação que antecipava a possibilidade de uma nova comunidade, Anderson percebeu a sua dimensão utópica. A imaginação de uma comunidade não tinha necessariamente de recorrer a um passado mitificado, a uma cultura ancestral e a uma língua distinta, mas a um projeto cívico, inspirado no Iluminismo e imaginado por uma elite administrativa, que o capitalismo impresso do jornal e do livro disseminou por vastas parcelas da população. Comunidades imaginadas é uma obra central na apreciação do fenómeno histórico da formação e transformação das identidades nacionais e dos movimentos nacionalistas.
«O conhecimento das grandes tendências que marcaram a história dos média europeus e a história particular destes mesmos média em cada país europeu (sobretudo daqueles de que somos geográfica e culturalmente mais próximos) é absolutamente indispensável. Só assim poderemos compreender por que é que ainda hoje, quase seis séculos depois da ?descoberta? da prensa tipográfica, a paisagem imprensa europeia é tão contrastada, de uma região para outra do continente. E como é que, ao longo do século XX, a rádio e a televisão, as estruturas dos seus emissores como dos seus conteúdos, evoluíram também de maneira tão plurifacetada.»