Cuidar de Portugal: Hipóteses de Economia Política em Tempos Convulsos
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Estávamos conscientes da insustentabilidade crescente da Economia portuguesa, fosse pela viragem dos capitalismos para a financeirização, pela redução da capacidade da ação pública, pela submissão do coletivo ao privado ou pela tragédia das alterações climáticas. Mas o incómodo que sentíamos era confortado pela linearidade dos tempos, e pelo futuro que seria, sempre, mais ou menos conhecido. O tempo, no entanto, colapsou e caiu sobre nós de um dia para o outro. Sem tempo para que se evitassem ou minorassem os impactos. Sem aviso. Com a pandemia do coronavírus a ameaçar todos, a deixar a descoberto tantas fragilidades, e tantas fábricas paradas com sapatos apenas meio feitos, resta-nos agir.
| Editora | Almedina |
|---|---|
| Coleção | Fora de Coleção |
| Categorias | |
| Editora | Almedina |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Reis |
José Reis
JOSÉ REIS Economista, Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
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Ensaios de Economia ImpuraEste livro apareceu pela primeira vez em público em Julho de 2007. O tempo passado é escasso, mas a verdade é que aquela data parece já bem mais distante do que o tempo cronológico deixa entender. De facto, o contexto em que, então, se entendia esta publicação era sobretudo o de uma discussão intelectual dentro da economia, enquanto disciplina. Ora, durante esta súbita aceleração da história em que estamos profundamente mergulhados, produziu-se um resultado de monta de que o livro é beneficiário: as questões mais essenciais da economia invadiram a praça pública, deixaram de estar tão confinadas a redutos académicos, foram postas e puseram-se em questão. Assistiu-se a revisões radicais do que se supunha normalizado e até natural. A economia laicizou-se, publicizou-se. Índice Introdução 1. O livro como ensaio institucionalista 2. Os interesses de investigação 3. A perspectiva 4. Instituições, governação e mudança institucional 5. O institucionalismo 6. O debate, hoje 7. Os textos Primeira Parte Governação, Institucionalismo e Estado: Os genes impuros da economia A Economia Impura: O mundo das instituições e da governação O Institucionalismo Económico: Crónica sobre os saberes da economia O Estado e a Economia: Novas e velhas questões A Economia Constitucional: O Estado e as Instituições na visão de um individualista radical (J. Buchanan) Segunda Parte Evolução e Processo: Europa, Portugal, densidades e relações Europa e Cidades: Governação e densidades político-institucionais Estado, Mercado e Comunidade: A economia portuguesa e a governação contemporânea A Economia Portuguesa: Entre Espanha e as finanças transnacionais Terceira Parte Contextos e Territórios: O processo da vida Diferenciação e Mudança: Do rural ao território Os Lugares e os Contextos: Tempo, espaço e mediações na organização das economias contemporâneas Uma Epistemologia do Território -
A Economia Política do RetrocessoEste livro fornece-nos uma análise rigorosa a importantes causas, dimensões e expressões do processo de reconfiguração da economia, da sociedade e do Estado português, posto em execução acelerada com as políticas de austeridade e de ajustamento estrutural. Trata-se de um diagnóstico possível de um período da nossa história que há de ser estudado com grandes exigências. Na parte final, propõem-se caminhos alternativos. Por trás de aparentes soluções técnicas e da invocação de determinismos existem raízes ideológicas. Estamos, sem dúvida, perante uma opção: um programa de Economia Política do Retrocesso Social e Civilizacional, experimentado em Portugal. As opções e inflexões de ritmo das políticas europeias pesaram no percurso trilhado, a dependência externa foi usada para servir interesses privados em vez do interesse nacional, contribuindo para o florescimento da atividade financeira e o sobre-endividamento privado que, em 2011, era 3 vezes a dimensão do endividamento público. A campanha de responsabilização do povo português, a manipulação da dívida e a imposição de condições que a tornam cada dia maior e insustentável, as posições de cedência e submissão aprisionaram o país, provocaram profundas lesões económicas e sociais, uma brutal transferência de rendimentos do trabalho para o capital, uma degradação do Estado Social de Direito Democrático. Tudo isso torna clara a razão por que o Tribunal Constitucional se tornou, de forma tão emergente, um dos garantes da sua salvaguarda num quadro de contra-reforma constitucional. Manuel Carvalho da Silva -
A Economia Portuguesa - Formas de Economia Política numa periferia persistente (1960-2017)Centra-se na economia portuguesa atual e nos problemas da sua estabilização e desenvolvimento. Oferece uma leitura de economia política em que se analisam os ciclos de crescimento recentes e a problemática da crise e da estagnação. Pretende intervir na forma de discutir economia e sugere que há pontos essenciais que têm de ser considerados, apresentando-os. É um livro muito informativo e analítico, tendo escolhido sete tópicos com os quais se ?lê? a realidade económica e se propõem interpretações sobre o país, de um ponto de vista estrutural. Detêm-se também no debate do quadro europeu e termina, recorrendo de novo a sete tópicos, a discutir "as coisas de hoje mesmo". -
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Como reorganizar um país vulnerável?Macroeconomia e organização económica, políticas públicas, trabalho, emprego e produção, territórios urbanos, ambiente, famílias, interdependências sociais e desigualdades. Estas podiam ser as palavras-chave deste livro para com elas estudarmos vulnerabilidades a que não podemos deixar de dar atenção. Mas interessamo-nos também pelas alternativas. E elas ficam aqui propostas em todos os domínios. A incerteza radical que nos rodeia é o convite mais forte para que discutamos e olhemos para o essencial, sabendo que não pode ser nas velhas racionalidades nem nas velhas restrições que encontramos os termos da discussão. É a vida que se nos impõe como maior valor. Tanto as vidas individuais como a vida que tem de orientar a nossa reorganização coletiva, na economia, na sociedade, no espaço público e político. -
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Gramsci - A Cultura, os Subalternos e a EducaçãoGramsci, já universalmente considerado como um autor clássico, foi um homem e um pensador livre. Livre e lúcido, conduzido por uma racionalidade fria e implacável, por um rigor e uma disciplina intelectual verdadeiramente extraordinários. Toda a história da sua vida, a sua prisão nos cárceres fascistas, onde ficou por mais de dez anos, as terríveis provações físicas e morais que suportou até à morte, os confrontos duríssimos com os companheiros de partido, na Itália e na Rússia, o cruel afastamento da mulher e dos filhos, tudo isso é um testemunho da sua extraordinária personalidade e, ao mesmo tempo, da agitada e dramática página da história italiana, que vai do primeiro pós-guerra até à consolidação do fascismo de Mussolini. Gramsci foi libertado em 1937, após um calvário de prisões e graves doenças, que o levaram a morrer em Roma, no dia seguinte ao da sua libertação. Só anos mais tarde, no fim da segunda guerra e com o regresso da Itália à democracia, a sua obra começou a ser trabalhada e publicada.