Deficiência e Emancipação Social: Para uma crise da normalidade procura articular as discussões contemporâneas sobre a relação entre os estudos e as políticas da deficiência, o momento de crise do Estado Social na Europa e uma análise crítica da realidade das pessoas com deficiência em Portugal. Assim, convocamos para o presente volume, por um lado, as contribuições internacionais de Alison Sheldon (Reino Unido), Colin Barnes (Reino Unido), Lennard Davis (Estados Unidos da América) e de Luiza Teles Mascarenhas e Marcia Moraes (Brasil). Por outro lado, concitamos as reflexões desenvolvidas no contexto da academia portuguesa por Aleksandra Berg, Bruno Sena Martins, Fernando Fontes, Pedro Hespanha e Sílvia Portugal.
Esta obra procura contribuir para a resposta a algumas das questões que enformam atualmente o campo dos Estudos da Deficiência. Trata-se, pois, de articular conhecimentos e experiências que assumam o compromisso político de recusa da injustiça social. A subjugação produzida em nome da deficiência cria sujeitos e vozes que, ora chamando a si a luta contra os edifícios epistemológicos da modernidade, ora constituindo a insurgência face aos fracassos da sociedade inclusiva, podem fomentar o desenvolvimento de uma imaginação crítica sobre o fim da normalidade.
Fernando Fontes é Doutorado em Sociologia e Políticas Sociais pela Universidade de Leeds, Reino Unido, e Mestre em
Sociologia pela Universidade de Coimbra. Investigador do Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra.
Bruno Sena Martins
Bruno Sena Martins é investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e cocoordenador do Programa de Doutoramento Human Rights in Contemporary Societies e do Programa de extensão académica “O ces vai à Escola”.
Viajando a Sul, ao encontro da realidade das pessoas cegas em Moçambique, o autor analisa as implicações de uma conceção de cegueira intimamente ligada às dinâmicas socioespirituais. O presente livro fala-nos de um quadro cultural em que, no limite, não há cegueira sem feitiço. A partir de uma incursão etnográfica entre as vidas da cegueira, Bruno Sena Martins faz emergir um corpo múltiplo que põe no lugar o feitiço através do qual a modernidade ocidental inventou a noção de deficiência.
Trata-se de um percurso que procura pôr a cegueira no contexto de resistências situadas: corpos e histórias que reclamam por culturas menos certas dos seus sentidos.
A deficiência pode ser perspectivada de formas diversas, cada uma delas com potenciais de emancipação distintos para as pessoas com deficiência. Na sociedade portuguesa a deficiência tem sido reduzida às incapacidades dos corpos e a uma narrativa fatalista de tragédia pessoal. Segundo este modelo de entendimento, as restrições e obstáculos vivenciados pelas pessoas com deficiência resultam directamente das suas supostas limitações funcionais. Tais concepções têm validado a construção da imagem das pessoas com deficiência como sujeitos passivos e dependentes, o silenciamento das suas vozes e alimentado políticas sociais opressoras e excludentes das pessoas com deficiência em Portugal. O presente ensaio pretende abrir uma reflexão sobre esta realidade, de forma a contribuir para um questionamento cultural e sociopolítico dos fenómenos de menorização, opressão, pobreza e exclusão social vivenciados pelas pessoas com deficiência na sociedade portuguesa e para a construção de novos caminhos emancipatórios.
A deficiência pode ser perspectivada de formas diversas, cada uma delas com potenciais de emancipação distintos para as pessoas com deficiência. Na sociedade portuguesa a deficiência tem sido reduzida às incapacidades dos corpos e a uma narrativa fatalista de tragédia pessoal. Segundo este modelo de entendimento, as restrições e obstáculos vivenciados pelas pessoas com deficiência resultam directamente das suas supostas limitações funcionais. Tais concepções têm validado a construção da imagem das pessoas com deficiência como sujeitos passivos e dependentes, o silenciamento das suas vozes e alimentado políticas sociais opressoras e excludentes das pessoas com deficiência em Portugal. O presente ensaio pretende abrir uma reflexão sobre esta realidade, de forma a contribuir para um questionamento cultural e sociopolítico dos fenómenos de menorização, opressão, pobreza e exclusão social vivenciados pelas pessoas com deficiência na sociedade portuguesa e para a construção de novos caminhos emancipatórios.
Viajando a Sul, ao encontro da realidade das pessoas cegas em Moçambique, o autor analisa as implicações de uma conceção de cegueira intimamente ligada às dinâmicas socioespirituais. O presente livro fala-nos de um quadro cultural em que, no limite, não há cegueira sem feitiço. A partir de uma incursão etnográfica entre as vidas da cegueira, Bruno Sena Martins faz emergir um corpo múltiplo que põe no lugar o feitiço através do qual a modernidade ocidental inventou a noção de deficiência.
Trata-se de um percurso que procura pôr a cegueira no contexto de resistências situadas: corpos e histórias que reclamam por culturas menos certas dos seus sentidos.
VER POR DENTRO Ver página inteira
O encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham.