Dicionário de Termos de Arte e Arquitectura
UMA OBRA ÚTIL E INOVADORA PARA ESTUDIOSOS E APRECIADORES DE ARTE E ARQUITECTURA
A colecção "Escola de Arte" tem o privilégio de disponibilizar ao público uma obra de grande qualidade, cuja necessidade há muito se fazia sentir. Primeiramente concebida pelo Professor Pais da Silva, esta obra permaneceu inacabada devido à sua morte prematura. Felizmente para todos os apreciadores e estudiosos de temas como Arte, História da Arte, Arquitectura e Património, a Professora Doutora Margarida Calado organizou e, em parte, completou o imenso acervo de materiais contidos no espólio do eminente Professor. Por outro lado, cruzou com as dele entradas da sua própria autoria, que se reportam sobretudo a aspectos relacionados com a arte contemporânea. Ficamos assim a dever-lhe largamente a possibilidade de publicar uma obra riquíssima e já histórica, mas ao mesmo tempo de plena actualidade.
| Editora | Presença |
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| Coleção | Biblioteca da Arte |
| Categorias | |
| Editora | Presença |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Jorge Henrique Pais da Silva, Margarida Calado |
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Pretérito Presente – Para uma teoria da preservação do Património Histórico-ArtísticoEste pequeno livro é fruto de alguma experiência; de anos de consagração à investigação e ao ensino da História da Arte a estudantes de História, de Arquitectura e de Escultura; de reflexão sobre questões ligadas à política de preservação do acervo histórico-artístico; de contactos com problemática afim em outros países; de algum conhecimento da situação em que se encontra o património nacional dos bens culturais, da leitura de textos especializados (teoria, legislação, técnicas, acordos, convenções e recomendações internacionais), do conhecimento das dificuldades com que deparam os serviços oficiais encarregados da salvaguarda do referido acervo; do convívio amiudado com populações de zonas rurais de várias regiões do país; da avaliação do peso da máquina burocrática portuguesa; do conhecimento dos processos de actuação de certa “inteligentzia” lisbonense; de troca de impressões com especialistas estrangeiros; do conhecimento dos resultados positivos ou negativos obtidos na aplicação de certos dispositivos de salvaguarda na Europa e na América do Sul. [JORGE HENRIQUE PAIS DA SILVA] A 23 de Setembro de 1977 falecia o meu Mestre, Jorge H. Pais da Silva, quando já se ultimava o “I Congresso Internacional de Defesa e Valorização do Património Cultural e Natural. Alcobaça 1978”, de que seria Secretário-Geral. Não chegou a ver realizado o Congresso, do qual tinha sido a alma e o guia. Alguns dos seus alunos conseguimos levar a bom porto esse projecto, ainda que com muito esforço, e sem a sua inestimável e sábia direcção. Entre as várias homenagens então feitas ao Mestre, destaco a edição (a primeira) do seu Pretérito Presente, que desde logo atraiu o interesse dos especialistas nacionais e estrangeiros que participaram no evento. A influência deste texto ultrapassou os referidos participantes, e ainda hoje, de forma mais clara, ou mais “encoberta”, continua a ser reflexão para muitos estudiosos. Eu próprio procurava divulgá-lo, e trabalhar sobre ele com os meus alunos do seminário de “Património Cultural”, no Mestrado de História Regional e Local. [PEDRO GOMES BARBOSA] -
AzeitãoSituado na vertente setentrional da serra da Arrábida, Azeitão participa da sua beleza e exuberância, tendo, ao longo de várias épocas, exercido uma forte atracção sobre diversos povos. Por entre os extensos olivais, aos quais deve o seu nome, e as encostas de vinhedos, responsáveis pelo vinho generoso, o moscatel de Setúbal, encontram-se ainda as ruínas de obras notáveis, e algumas quintas que, resistindo imperturbáveis à passagem do tempo, despertam agora para o turismo de habitação, oferecendo aos visitantes o gozo da amenidade do seu clima. Através da beleza que as fotografias ostentam e do cuidado e pormenor da descrição, a autora leva-nos a conhecer a este património histórico e artístico de onde se salientam o Convento de Azeitão, o Paço dos Duques de Aveiro, o Chafariz dos Pasmados ou a Quinta da Bacalhoa, um dos primeiros exemplos de arquitectura renascentista em Portugal, e a mais famosa da região pelos seus painéis de azulejos, os seus jardins, as suas galerias. A autora dedica ainda um capítulo à serra da Arrábida, esse paraíso de eremitas e poetas, a que Sebastião da Gama, poeta de Azeitão, chamou «Serra-Mãe».
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Direito de Cidade - Da «cidade-mundo» à «cidade de 15 minutos»Criador do conceito mundialmente conhecido de «cidade de 15 minutos», Carlos Moreno propõe soluções para responder ao triplo desafio ecológico, económico e social da cidade de amanhã.Em Direito de Cidade, Moreno questiona a nossa relação com os nossos espaços de convivência e com o tempo útil. Na sua visão de uma cidade policêntrica, as seis funções sociais essenciais — habitação, trabalho, compras, cuidados de saúde, educação e desenvolvimento pessoal — devem estar acessíveis num raio de 15 minutos a pé.O autor lançou um debate mundial ao analisar o complexo e vibrante laboratório ao ar livre que é a cidade, onde se exprimem as nossas contradições e se testam as mudanças nos nossos estilos de vida. Concentrando a maior parte da população mundial, mas também as grandes questões do desenvolvimento humano — culturais, ambientais, tecnológicas ou económicas —, os territórios urbanos estão hoje presos aos desafios do século e devem reinventar-se urgentemente.Ao propor uma descodificação sistémica da cidade, Carlos Moreno avalia os meios e os campos de ação do bem-viver e define as implicações das mudanças aceleradas pela urbanização e pela metropolização. -
Alegoria do PatrimónioNeste livro, a autora trata a noção de monumento e de património histórico na sua relação com a história, a memória e o tempo, analisa os excessos deste novo «culto» e descobre as suas ligações profundas com a crise da arquitectura e das cidades. -
Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
A Monumentalidade Crítica de Álvaro SizaEste livro, publicado pela editora Circo de Ideias, com edição de Paulo Tormenta Pinto e Ana Tostões elege o tema da “monumentalidade” na obra de Álvaro Siza como base de um discurso crítico sobre a arquitectura e o papel dos arquictetos em relação à cidade contemporânea. O Pavilhão de Portugal, projectado para a Expo'98, é o ponto de partida desta pesquisa, apresentando-se na sua singularidade como momento central de um processo de renovação urbana, com repercussões na consciência política do final do século XX. Em Portugal, os ecos dessa política prolongaram-se após a exposição de Lisboa, consolidando uma ideia urbanística que vinha sendo teorizada desde o final da década de 1980. A leitura dos territórios num tempo longo e a imersão na cultura arquitectónica são pressupostos invariáveis na abordagem de Siza e alicerces discursivos sobre a “monumentalidade”.

