Do Que Não Existe: repensando o cânone literário
Desde o fenómeno da inovação estética no diálogo das Artes até aos complexos arquitetónicos (onde todas confluem), do que não existe percorre um itinerário reflexivo no Cânone, buscando padrões identitários (estéticos, nacionais, europeus) numa cartografia e numa cronologia onde nos reencontramos com referências nucleares (autores, revistas, mas também a monumentalidade arquitetónica), ou menos centrais (a micro-ficção), sem deixar de perscrutar as refrações delas (caso dos best sellers contemporâneos). ao lado, outros mapas e outras épocas desenham contornos culturais além-mar (em especial, a missionação em Moçambique) contribuindo para repensar o fenómeno (inter)nacional (principalmente, a Lusofonia) na história que o sustenta.
"Dito de outro modo, premonitório, é já hoje convocado, neste livro, ‘o que (ainda) não existe’, dando conta, menos de um resultado definitivo e mais de uma metodologia nova, a metodologia relativa ao campo estético da ‘inter-artes’. Neste sentido, se um ensaio só é novo (não cumulado de pequenas ‘novidades’ académicas, mas verdadeiramente novo) quando opera um rasgão com o passado, interpretando-o de um modo radicalmente diferente, causando até alguma estranheza, do que não existe, de Annabela Rita, oferece ao leitor uma versão da análise textual já própria do século XXI."
Do Prefácio de Miguel Real
| Editora | Manufactura |
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| Categorias | |
| Editora | Manufactura |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Annabela Rita |
Doutorada e com Agregação e pós-doutoramentos em Literatura, é professora e Diretora de Licenciatura na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Presidente / Academia Lusófona Luís de Camões | Instituto Fernando Pessoa | Assembleia Geral da CompaRes, Coordenadora / CLEPUL, Diretora / Associação Portuguesa de Escritores - Observatório da Língua Portuguesa. Membro de instituições científicas e culturais nacionais (Academia Portuguesa da História, Grémio Literário, Sociedade de Geografia de Lisboa, etc.) e estrangeiras (CREPAL – Centre de Recherche sur les Pays Lusophones/Sorbonne e outros), integrando diversos Conselhos Científicos de revistas e de projectos.
Distinções: Diploma de Mérito Cultural (2007) pela Academia Brasileira de Filologia e pela Faculdade CCAA (Rio de Janeiro); Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro (2010) pela Câmara Municipal de Oeiras; Medalha de Mérito Cultural do CLEPUL – Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (2012); Embaixadora da Meeting Industry e da Economia do Conhecimento (2013) e Membro do Clube de Embaixadores de Cascais e da Costa do Estoril (2013); Certificado de Mérito da World Communication Association (2015-2017); Membro Honorário do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora (2016); “Homenagem e agradecimento” (2017) no Colóquio Internacional Professor Manuel Sérgio; “Mérito Cultural” (2017) e “Autoridade Cultural” (2017) pelas Rede Mídia de Comunicação & Editora Sem Fronteiras; Distinção cultural e agradecimento (20.º aniversário do Centro de Estudos Regianos, 2017); Membro Correspondente do Instituto Balear de la Historia (2017); Medalha das XIV Jornadas Histórico-Culturais/Junta de Freguesia do Lumiar (2017); “Reconocimiento a la Promoción de la Cultura Ibérica” (2018) da Universidad Libre de Infantes Santo Tomás de Villanueva; Prémio Pró-Autor 2019 da Sociedade Portuguesa de Autores pelo seu relevante trabalho “em prol dos Autores e da Cultura” (2019). Académica Honorária da Academia Portuguesa de História (2020); Conselheira efetiva do Conselho Supremo da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (2020).
Obras principais: Eça de Queirós Cronista (1998; 2017); Labirinto Sensível (2003-2004); No Fundo dos Espelhos (2003-2007); Emergências Estéticas (2006); Itinerário (2009); Cartografias Literárias (2010; 2012); Paisagem & Figuras (2011); Focais Literárias (2012); Luz e Sombras no Cânone (2014); Do que não existe. Repensando o Cânone Literário (2018); Novas Breves & Longas no País das Maravilhas (2018); Última vontade régia incumprida (2018); No Fundo dos Espelhos. Em Visita (2018); Perfis & Molduras no Cânone Literário (2019); Sfumato. Figurações in hoc signo. Na senda da identidade nacional (2019); Teolinda Gersão: encenações (2020).
Últimas obras coordenadas: Do Ultimato à(s) República(s) (2012); Entre Molduras. A Metamorfose nas Artes, nas Letras e nas Ciências (2016); Fabricar a Inovação. O Processo Criativo em questão nas Ciências, nas Artes e nas Letras (2017); Perigoso é… (2018); Literatura & Sociedade (2018); Perigoso é… Volume II(2020).
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Eça de Queirós Cronista: da «chronica» à crónicaA autora analisa a formação do género crónica entre O Distrito de Évora (1867) e As Farpas (1871-72), quer na escrita queirosiana, quer, por extensão justificada, na escrita oitocentista.Desde a fase de indefinição e heterogeneidade como secção jornalística («Chronica») até à sua definição genológica (crónica), em consagrada publicação autónoma, acompanhamos um itinerário de elaboração retórica deste género enquadrado pelo percurso intelectual e ideológico de Eça de Queirós e da Geração de 70.Esta obra é, pois, uma reflexão estratégica e fundamental para a compreensão da obra queirosiana e dos caminhos da Literatura e do Jornalismo oitocentistas, na génese da nossa contemporaneidade. -
Perfis e Molduras no Cânone LiterárioPerfis & Molduras é uma obra de análise de textos literários, abordando a literatura no seu diálogo com as Artes, na sua relação com a identidade nacional, com o protestantismo na literatura portuguesa, com a cultura, com a História. -
Sfumato. Figurações in hoc signoA temática e a figuração identitária de Sfumato oferecem a Annabela Rita um campo privilegiado de analogias entre a dinâmica do sujeito individual e a do sujeito comunitário no processo de acesso à conscience de soi, de acordo com Georges Gusdorf. -
Teolinda Gersão: EncenaçõesAnnabela Rita faz um balanço de todo o trabalho publicado de Teolinda Gersão, na altura em que se assinalam 80 anos de vida e 40 anos de escrita literária de uma das melhores figuras vivas com obra marcante no campo do romance, do conto e da diarística. -
Sfumato & Cânone Literário - Na senda da identidade nacional“No âmbito da historiografia e da crítica literárias, não existe passado para os livros de Annabela Rita em Portugal. /…/ [A autora] integra as categorias clássicas da análise literária, tradicionalmente praticadas, num horizonte estético e cultural mais abrangente do ponto de vista de uma nova análise, pertinente ao século XXI, que designa por interartes. /…/ Aqui começa a revolução operada por Annabela Rita: lendo e analisando o texto /…/ como motor caleidoscópico, relaciona-o (1) com os diversos patamares do horizonte estético e cultural da sua época, como o pensamento mítico, o identitário, a pintura, a arquitectura monumental ou histórica, a fotografia, o cinema, os complexos comportamentais ou hábitos e costumes… (2) depois, ou em simultâneo, opera analogias e comparações com outros horizontes estéticos e culturais de épocas diferentes.” Miguel Real (prefácio de Do que não existe. Repensando o Cânone Literário, 2018)
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».