Do Teatro Em Portugal
| Editora | Edições 70 |
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| Coleção | Obras de Jorge de Sena |
| Categorias | |
| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Jorge de Sena |
Jorge de Sena nasce em Lisboa, a 2 de Novembro de 1919. Filho único, torna-se aos catorze anos o único sustento da família quando o pai, comandante da marinha mercante, sofre um acidente de trabalho que lhe custa a amputação de uma perna. Ingressa, em 1937, na Escola Naval, mas é expulso no ano seguinte, após uma viagem no navio-escola Sagres, como primeiro cadete. Porém, a experiência na Armada, à época da Guerra Civil de Espanha, e do crescimento do Estado Novo em Portugal, deixa marcas que viria a transpor para a sua obra. É o caso dos contos «Duas Medalhas Imperiais com Atlântico» [Andanças do Demónio, 1966], e «A Grã-Canária» [Os Grão-Capitães, 1976].
Acaba por seguir estudos em Engenharia Civil, curso que termina em 1944, no Porto. Já dera, porém, os primeiros passos na poesia, publicando o seu primeiro livro de poemas, Perseguição, em 1942, editado pelos Cadernos de Poesia. Em 1949, casa com Mécia de Freitas Leça, altura em que acumula as tarefas de engenheiro civil na Junta Autónoma de Estradas com as de tradutor, director-literário e revisor.
Em 1959, na sequência do seu envolvimento na tentativa de golpe de Estado, a 11 de Março, procura exílio no Brasil, onde lecciona primeiro Teoria da Literatura, e depois Literatura Portuguesa. Aí obtém o diploma em livre-docência, para o qual se naturaliza brasileiro, em 1963, e o doutoramento em Letras. São anos de grande produção para Jorge de Sena; investiga sobre o Maneirismo de Luís de Camões, estuda Fernando Pessoa, escreve peças de teatro e as obras Metamorfoses e Andanças do Demónio, onde se inclui inicialmente O Físico Prodigioso. Inicia a redacção de Sinais de Fogo.
O golpe militar no Brasil, em 1964, leva-o em busca de uma oportunidade para abandonar a instável situação política brasileira. Parte para os Estados Unidos em 1965, com Mécia de Sena e os nove filhos de ambos.
Jorge de Sena exerce nos Estados Unidos o cargo de professor catedrático do Departamento de Espanhol e Português, primeiro no Wisconsin, e mais tarde em Santa Barbara, na Califórnia, onde se manterá até ao fim da vida, a 4 de Junho de 1978.
Dizer que Jorge de Sena nos deixou uma obra de fôlego é, além de um cliché, dizer pouco. O Sena poeta legou-nos mais de vinte colectâneas de poesia; o Sena dramaturgo deixou-nos uma dezena de peças de teatro; na ficção, escreveu um romance autobiográfico e mais de trinta contos; o Sena professor, investigador e crítico deixou-nos cerca de quarenta volumes dedicados à crítica, ao ensaio, à história e teoria literária, ao teatro, ao cinema e às artes plásticas. Jorge de Sena foi ainda conferencista; director de publicações; coordenador editorial; consultor literário; e nos intervalos desta extensa produção, correspondeu-se com muitos outros escritores e intelectuais, deixando um importante legado epistolográfico.
O Sena tradutor confiou-nos as brilhantes traduções de ficção de autores como Faulkner, Hemingway, Graham Greene, Chestov, Erskine Caldwell, Evelyn Waugh, Eugene O’Neill ou André Malraux. E ainda duas grandes antologias de poesia universal, que editaremos brevemente na Maldoror, uma antologia da poesia de Emily Dickinson, e esta antologia da poesia de Cavafy, que Marguerite Yourcenar, também ela tradutora do poeta, considerava a mais perfeita de todas as traduções da poesia do grego de Alexandria.
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Amor e Outros VerbetesO Amor, conforme o nível ou plano em que seja considerado, tem sido perene na literatura, uma vez que os mais antigos textos literários conhecidos, ou as mais primitivas e arcaicas mitologias, reflectem alguma concepção do que por este termo se tem definido, ou o que de ulteriores culturas interpretaram segundo as suas próprias concepções mais ou menos dominantes. -
Mater ImperialisPublicam-se neste volume seis peças em um acto, duas de 1948 e quatro escritas entre 1964-71, publicadas no início dos anos 70. Enquanto que Amparo de mãe é, segundo o próprio autor, uma peça de um expressionismo realista, as restantes inserem-se no género comédia (Ulisseia Adúltera) e duas há por ele consideradas mais ou menos mitológicas O Banquete de Diónisos e Epimeteu, ou o homem que pensava depois, tragédia satírica em um acto. Seguem-se, em apêndice, peças inacabadas e projectos teatrais, dentre os quais se salienta Origens, peça em três actos com um prólogo e um epílogo, designada como tragédia. Como curiosidade, saliente-se A demolição, opereta dramática, projecto de 26 de Março de 1964, por altura do grande surto do living theatre. -
O IndesejadoTragédia em quatro actos, em verso, 'O Indesejado' data de 1945. Publicada em vários números da revista 'Portucale', conheceu a sua primeira edição, em volume, em 1951. Um clássico na obra de Jorge de Sena, um momento alto no Teatro Português. -
Inglaterra RevisitadaO fascínio que a Inglaterra exerceu em Jorge de Sena foi, ao longo da sua vida, largamente patenteado em críticas, ensaios, traduções, conferências, mesmo em poemas. O que aqui se reúnem são as crónicas que, sob a rubrica «Cartas de Londres», foram lidas aos microfones da BBC, quer directamente, quer em gravação previamente feita. Incluem-se também duas palestras realizadas no Instituto Britânico do Porto, resumos de duas longas estadias feitas por Sena, em 1952 e 1957.
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».





