Estado de Excepção
O estado de excepção, ou seja, a suspensão do ordenamento jurídico que estamos habituados a considerar uma medida provisória e extraordinária, começa agora a tornar-se o paradigma normal de governação, o que determina cada vez mais a política dos Estados, seja interna ou externa. Este texto de Agamben é uma primeira tentativa para apresentar uma sintética reconstrução histórica e, em simultâneo, analisar as razões desta evolução, desde Hitler a Guantanamo. Quando o estado de excepção tende a confundir-se com a regra, as instituições e o equilíbrio das constituições democráticas deixam de poder funcionar, parecendo até diluir-se os limites entre democracia e absolutismo. Nesta terra de ninguém entre a política e o direito, entre o ordenamento jurídico e a vida, Agamben analisa uma a uma as teorizações jurídicas do estado de excepção e projecta uma nova luz sobre as relações que ligam violência e direito.
| Editora | Edições 70 |
|---|---|
| Coleção | Biblioteca de Teoria Política |
| Categorias | |
| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Giorgio Agamben |
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O Aberto - O Homem e o AnimalNa esteira de Heidegger - o filósofo que mais contribuiu no século XX para restituir ao pensamento o enigma do aberto, e para decifrar a separação entre mundo humano e a pobreza do mundo do animal -, Agamben continua, agora de outro ponto de vista, a reflexão levada a cabo em outras obras sobre o conceito de vida, interrogando-se sobre o limite crítico que produz o humano, que distingue e aproxima a humanidade e a animalidade do homem. -
A Comunidade Que VemApós a experiência devastadora que esvaziou, à escala planetária, instituições, crenças, ideologias, identidades e comunidades, o pensamento - sobretudo o pensamento político - está pela primeira vez confrontado, sem ilusão alguma, com o dever de penetrar no coração do tempo e da história e estabelecer as categorias políticas que estejam à altura do presentes. Para dar expressão à matéria política com que estamos confrontados, Giorgio Agamben propõe neste livro que se articule o lugar, os modos e o sentido da experiência do presente numa forma de comunidade que subsuma uma ética e uma política à altura do nosso tempo: a comunidade que vem. -
NudezTal como em Profanação, Giorgio Agamben reúne neste livro um conjunto de breves ensaios relacionados com os temas actuais da sua investigação. Estes vão da festa que o autor relaciona com a bulimia contemporânea até à nudez, cujas ligações com a teologia são analisadas. Outros temas abordados por Agamben são o do corpo glorioso do beato que tem estômago e órgãos sexuais e que, no entanto, não se alimenta e não faz amor, ou então, a nova figura da identidade pessoal que os dispositivos biométricos estão a impor à humanidade. O ponto de fuga para que convergem todos estes temas é o da inactividade, entendida não como ócio ou inércia, mas como paradigma da acção humana e de uma nova política. O pensamento de Agamben percorre assim uma espécie de terra de ninguém, movendo-se através de uma escrita que vai delineando um universo próprio, feito de pensamento, literatura e de incursões na filologia, situando-se entre um tratado de metafísica e as anotações sobre os costumes mais recentes. -
A Potência do PensamentoReúnem-se, neste livro, conferências e ensaios escritos por Giorgio Agamben entre 1979 e 2004. Os temas vão desde questões relacionadas com a linguagem até aos temas históricos e os relativos à potência do pensamento. O título A Potência do Pensamento é retirado de uma conferência efectuada em Lisboa em 1987 e que permanecera inédita até à publicação em livro em 2005. -
O AmigoA amizade está tão estreitamente ligada à própria definição de filosofia que podemos dizer que sem ela, a filosofia não seria possível. A intimidade entre amizade e filosofia é tão profunda que esta inclui o philos, o amigo, no seu próprio nome e, como acontece frequentemente em casos de proximidade excessiva, a filosofia arrisca-se a não conseguir concretizá-la. No mundo clássico, esta promiscuidade, e quase consubstancialidade, do amigo e do filósofo, era óbvia, e é certamente com uma intenção num certo sentido arcaizante que um filósofo contemporâneo - no momento de colocar a questão radical: "o que é a filosofia?" - Pôde escrever que se trata de uma questão a resolver entre amis. De facto, hoje a relação entre amizade e filosofia caiu no descrédito e é com uma espécie de embaraço e de má consciência que aqueles que fazem profissão de filosofar tentam acertar as contas com este partner incómodo e por assim dizer clandestino para o seu pensamento. -
A Loucura de Hölderlin - Crónica de Uma Vida Habitante (1806-1843)A vida de Hölderlin divide-se exatamente em duas metades: os 36 anos que vão de 1770 a 1806, e os 36 anos de loucura que ele passou na casa do carpinteiro Zimmer entre 1807 e 1843. Se na primeira metade o poeta viveu no mundo e participou na medida das suas possibilidades nos eventos do seu tempo, a segunda metade da sua existência passou-a inteiramente fora do mundo, como se, apesar das visitas ocasionais que recebia, um muro o separasse de qualquer relação com os eventos externos. Por razões que talvez venham a tornar-se claras para o leitor, Hölderlin decidiu expurgar todo o carácter histórico e social das ações e gestos da sua vida. De acordo com o testemunho do seu biógrafo mais antigo, ele repetia obstinadamente: «nada me acontece». A sua vida só pode ser objeto de uma crónica, não de uma biografia, e muito menos de uma análise clínica ou psicológica. E, no entanto, a hipótese do livro é que, desta forma, Hölderlin ofereceu à humanidade uma imagem da vida sem precedentes, cujo significado genuinamente político continua por medir. -
A Loucura de Hölderlin - Crónica de Uma Vida Habitante (1806-1843)A vida de Hölderlin divide-se exatamente em duas metades: os 36 anos que vão de 1770 a 1806, e os 36 anos de loucura que ele passou na casa do carpinteiro Zimmer entre 1807 e 1843. Se na primeira metade o poeta viveu no mundo e participou na medida das suas possibilidades nos eventos do seu tempo, a segunda metade da sua existência passou-a inteiramente fora do mundo, como se, apesar das visitas ocasionais que recebia, um muro o separasse de qualquer relação com os eventos externos. Por razões que talvez venham a tornar-se claras para o leitor, Hölderlin decidiu expurgar todo o carácter histórico e social das ações e gestos da sua vida. De acordo com o testemunho do seu biógrafo mais antigo, ele repetia obstinadamente: «nada me acontece». A sua vida só pode ser objeto de uma crónica, não de uma biografia, e muito menos de uma análise clínica ou psicológica. E, no entanto, a hipótese do livro é que, desta forma, Hölderlin ofereceu à humanidade uma imagem da vida sem precedentes, cujo significado genuinamente político continua por medir.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»