Líbano, Labirinto
O povo do Líbano foi abandonado pelo pacto do Líbano, quando já não faltavam provas de que esse pacto é mortífero. E dentro do labirinto o país pressente a explosão geral. Ela está a acontecer já.
Eis o que me chega a cada dia dos amigos, foi chegando ao longo dos meses em que este livro se estendeu, como uma conversa que não queremos terminar.
Passámos juntos a quarentena, mortos e vivos, esses romanos, esses otomanos, esses palestinianos, esses sírios, a voz de Fairuz, o sorriso de Ali, o pão, o manjericão, o pequeno-almoço em Baalbek, a neve que até hoje Caroline me envia das montanhas, onde imagino que mais abaixo os ciclâmens estejam floridos, com as suas pétalas de pássaro, a sua cintura carmim. E junto ao mar aquela cidade chamada Beirute.
| Editora | Editorial Caminho |
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| Editora | Editorial Caminho |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Alexandra Lucas Coelho |
Alexandra Lucas Coelho tem 14 livros publicados, entre romances, não-ficção e infanto-juvenis. Estudou Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, Teatro no IFICT e Portugal Islâmico e o Mediterrâneo no Centro Arqueológico de Mértola. Trabalhou dez anos em rádio e vinte no jornal Público como repórter, cronista, editora e correspondente (em Jerusalém e no Rio de Janeiro). Recebeu vários prémios de jornalismo e de literatura. Está a fazer para a RTP o programa Volta ao Mundo em Cem Livros.
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Oriente Próximo«Oriente Próximo é o resultado de uma experiência como jornalista em Israel e nos Territórios Palestinianos Ocupados em viagens a partir de 2002, e na temporada como correspondente do Público em 2005-2006.Os primeiros sete capítulos são inéditos e foram escritos entre Abril e Maio de 2007, a partir de viagens feitas em Junho e Novembro de 2006 expressamente para este livro, incluindo os campos de refugiados do Líbano. O prólogo e o epílogo foram acrescentados em Julho de 2007.» -
Orlando e o Tambor MágicoOrlando tem oito anos e não consegue dizer os «éles». A mãe e o pai estão separados mas moram no mesmo bairro de Lisboa. Onde também mora Tobias, que nunca jogou futebol. E Cláudia, que quer mudar o mundo e casar com Orlando. Ele está sempre a fugir dela. Nesta aventura, Orlando viaja com o pai até à Guiné-Bissau, em África, e descobre que as árvores também falam e há tambores mágicos que vêm das árvores.Esta segunda aventura da série é inspirada numa viagem que Alexandra Lucas Coelho fez à Guiné-Bissau na altura do 25 de Abril, a revolução da liberdade. -
Orlando e o RinoceronteOrlando e o rinoceronte é o primeiro livro da série “AS AVENTURAS DE ORLANDO”. Neste livro Orlando viaja com o rinoceronte mais famoso do mundo: Ganda, o rinoceronte indiano que foi dado de presente a Afonso de Albuquerque, então governador na Índia. -
A Nossa Alegria ChegouA NOSSA ALEGRIA CHEGOU é uma distopia que, por meio de uma narrativa ritmada e envolvente, toca em temas que assaltam o mundo de hoje: ecologia, imperialismo, relações de poder e identidade de género. Tudo isto assente no estilo sedutor e impressionista que é a marca de água da autora. -
Viva MéxicoUma travessia transformadora por um país tão arcaico quanto futuro, que entra na pele e comove desde o primeiro dia. Alexandra Lucas Coelho encontra migrantes clandestinos e crentes na Virgem, sobreviventes dos cartéis e zapatistas, rappers feministas e travestis, operárias e botânicos, arqueólogos e mágicos. Livro Finalista do Prémio Portugal Telecom de Literatura. -
Caderno Afegão - Um Diário de ViagemEU NUNCA FUI A CABUL. Nem a Jalalabad, nem a Kandahar, nem a Mazar-i-Sharif. Conheço estes nomes das notícias e que me lembre nunca os terei ouvido por boas razões. (...) Conseguimos imaginar a noite demasiado escura de Jalalabad. Conseguimos imaginar homens de barba e mulheres de burqa. Conseguimos até imaginar o cheiro a lixo às portas de Herat, onde «cheira tão mal como se tudo estivesse podre». Já não seremos capazes de imaginar uma família como a de Shaharzad, «uma casa tão pobre que estrela ovos numa bilha de gás, mas tão rica que lê os filósofos sufis e Wittgenstein». Como não imaginamos, no país das burqas e da sharia, uma equipa feminina de boxe treinada por um jovem afegão regressado da América. Nem imaginamos, entre o cheiro a lixo, o perfume a rosas. (...) É preciso ir lá. É preciso que nos levem lá. E é preciso coragem: para ver as crianças de espinha bífida no hospital de Kandahar; para andar à boleia em aviõenzinhos que quase permitem tocar com os dedos o cume das montanhas; para ouvir dizer na língua dos pashtun que aquilo mais lhes falta é amniat - sabendo que amniat significa segurança - e ainda assim continuar, querer conhecer gente, tomar notas, correr riscos, ver, ouvir, dar a ler. Este livro é um acto de coragem. É um acto de optimismo, também. (...) É esse optimismo que permite a Alexandra Lucas Coelho afastar quaisquer receios com uma espécie de fatalismo paradoxalmente empreendedor: «não há nada a fazer». Mesmo quando por instantes se lhe infiltra na mente a dúvida acerca do conhecido que a certa altura a transforma, sabe-se lá para onde, numa terra onde «um estrangeiro é um acepipe». «Não há nada a fazer.» E a viagem continua. (...) -
Tahrir! Os Dias da RevoluçãoAlexandra Lucas Coelho viveu a Revolução do Egipto no Cairo. Esteve na Praça Tharir, dormiu na Praça Tharir e foi da Praça Tharir que viu Hosni Mubarak cair do poder e todo um país celebrar em êxtase. Falou e conviveu com muitas pessoas, com todo o tipo de pessoas que fizeram a revolução, assistindo, em directo e sem filtros, ao ímpeto revolucionário.Tahrir! Os Dias da Revolução é um relato totalmente inédito, comovente, por vezes avassalador.A autora de Caderno Afegão e Viva México partilha com os leitores o seu diário pessoal dos loucos dias de Fevereiro de 2011 que mudaram o destino de todo o mundo árabe.«A revolução venceu ao fim de 18 dias insones e tensos. E no dia a seguir qual é a tarefa mais importante? Limpar o lixo como quem limpa trinta anos.Onde antes afundávamos os pés em restos, agora não há uma beata. Mais, que é aquilo? Tinta fresca? Sim, raparigas e rapazes e crianças a pintarem os separadores de trânsito, devolvendo-lhes as listas brancas e pretas. E ajoelham-se para isso, quando necessário, porque o país é deles.» -
Vai, BrasilO terceiro livro de Alexandra Lucas Coelho na Colecção de Literatura Viagens. Uma viagem pelo Brasil actual, onde a escritora vive desde 2010.Tece-se aqui uma trama onde se constata que o presente e o passado estão presentes no futuro, assim como o futuro está contido no passado e se pergunta se esses tempos conseguirão em alguma medida liberar-se uns dos outros, o passado deixando de condenar o futuro a uma eterna repetição, o futuro escolhendo de qual dos seus passados servir-se para reinventar-se. Essa é a pergunta presente que o Brasil se faz. ALC a recoloca, aqui, com a devida complexidade.»Francisco Bosco in prefácio -
O Meu Amante de DomingoUma mulher está decidida a matar um homem, entre a sua casa no Alentejo e as idas a Lisboa, ao domingo. Durante um mês, entre 16 de Junho e 16 de Julho de 2014, acompanhamos os planos de tortura, o livro que ela decide escrever e os vários cúmplices: amantes, amigos, vivos e mortos. O alvo da vingança é um caubói, mais frequentemente nomeado como cabrão ou filho da puta, porque ela é uma tripeira do Canidelo. Excerto: «Eu e o mecânico: onças numa clareira, passos em volta, pêlo hirto. Ou o ar dentro de um balão. Há que chegar ao ponto em que o corpo estoura no ar. Ofereci-lhe um café, sentámo-nos na varanda. Ele contou que vai à o)cina domingo de manhã porque a mulher trabalha numa igreja, só volta às duas, deixa o almocinho feito. Têm uma boa vida, moram numa urbanização na Bobadela, ela é uma santa e gosta de sexo. Com a mãe do )lho também se entende bem mas ela mora na Coina porque faz tortas de Azeitão, dálhe mais jeito. E por aí fora até aos castanheiros do avô no Rebordelo. Onde )ca isso?, perguntei. Em Trás-os- Montes, respondeu. Ah, adoro Trás-os-Montes, disse eu, no tom daquelas pessoas que dizem que adoram Fernando Pessoa. ( ) Por cada pergunta um buraco, por cada buraco cem perguntas, estou habituada. Claro que quanto menos soubermos menos pensamos, e neste caso tratava-se de não pensar nada, mas esse é o ponto em que o corpo faz tudo, e eu ainda não tinha chegado lá. Aliás, a certa altura comecei a andar para trás, duas, quatro, oito vezes mais rápido do que o )lme andara para a frente. Eu tinha mesmo engatado o mecânico que arranjara o meu carro, ex-marido de uma pasteleira da Coina, agora casado com uma santa? Tinha mesmo comprado uma caixa de 12 (doze) preservativos para foder com ele? Íamos mesmo para a cama, e antes das duas da tarde?» -
Deus-daráO grande romance do Rio de Janeiro: Deus-dará é um livro de fôlego, que reconfirma Alexandra Lucas Coelho como incontornável ficcionista. Depois dos romances E a Noite Roda, galardoado com o Grande Prémio de Romance e Novela APE, e O Meu Amante de Domingo, Livro do Ano Público / Time Out, chega: Deus-dará Sete Dias na Vida de São Sebastião do Rio de Janeiro, ou o Apocalipse segundo Lucas, Judite, Zaca, Tristão, Inês, Gabriel & Noé. Um romance passado no presente, que atravessa quinhentos anos de história entre Portugal e Brasil: a história do Rio de Janeiro desde a sua fundação à actualidade, ilustrando a presença portuguesa, o caracter carioca, as contradições e complexidades de uma metrópole imensa e vibrante. Este livro é ao mesmo tempo palco histórico e cenário de uma trama irresistível protagonizada por sete personagens ao longo de sete dias.
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».