Na sua leitura da obra de Mia Couto, Phillip Rothwell aposta na rutura, ou seja, naquilo que ela ensaia ao colocar sob suspeita as tradicionais fronteiras entre homem e mulher, entre verdade, mentira ou falsidade, entre tradição e modernidade, entre escrito e falado e, a partir daí, procura caminhar para a identificação de um país de múltiplas culturas. Assim visto, e dado o contexto global favorável a uma leitura pós-moderna das obras literárias, por um lado, e, por outro lado, o contexto local de Moçambique pós-independência e o empenhamento do escritor na construção da nação, a leitura de Mia Couto como um nacionalista pós-moderno apresentada por Phillip Rothwell revela-se eminentemente política no sentido mais nobre da palavra.
O livro de Phillip Rothwell, escrito com grande elegância e sofisticação ensaística, e erigido a partir de sólidas, instigantes e inovadoras bases teóricas, parece perguntar-nos constantemente: até onde podemos ir? Até onde pode ir a literatura?
A resposta é necessariamente fragmentária, mas leva-nos ao melhor que podemos esperar de um ensaio mostrar um pensamento que se procura e a partir do qual nós, como leitores, podemos pensar.
Professor catedrático de Estudos Portugueses King John II Professor of Portuguese na Universidade de Oxford, membro do Saint Peters College e diretor do European Humanities Research Centre da mesma universidade. É doutorado pela Universidade de Cambridge, onde foi membro do Trinity College. Foi também professor na Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos.
Para além de vários artigos publicados em revistas da especialidade e em colectâneas de ensaios, é autor de A Canon of Empty Fathers: Paternity in Portuguese Narrative (Bucknell University Press). É organizador do número 10 da revista Portuguese Literary & Cultural Studies, dedicada a Moçambique, Reevaluating Mozambique, e do número 15 da mesma revista, dedicada a Angola, Remembering Angola. É coorganizador do número 84 da revista Bulletin of Hispanic Studies (com Cláudia Pazos Alonso) dedicada à obra de Mia Couto e organizou, com Hilary Owen, o livro de ensaios Sexual/Textual Empires: Gender and Marginality in Lusophone Africa (Bristol: Lusophone Studies).
Na sua leitura da obra de Mia Couto, Phillip Rothwell aposta na rutura, ou seja, naquilo que ela ensaia ao colocar sob suspeita as tradicionais fronteiras entre homem e mulher, entre verdade, mentira ou falsidade, entre tradição e modernidade, entre escrito e falado e, a partir daí, procura caminhar para a identificação de um país de múltiplas culturas. Assim visto, e dado o contexto global favorável a uma leitura pós-moderna das obras literárias, por um lado, e, por outro lado, o contexto local de Moçambique pós-independência e o empenhamento do escritor na construção da nação, a leitura de Mia Couto como um nacionalista pós-moderno apresentada por Phillip Rothwell revela-se eminentemente política no sentido mais nobre da palavra.
O livro de Phillip Rothwell, escrito com grande elegância e sofisticação ensaística, e erigido a partir de sólidas, instigantes e inovadoras bases teóricas, parece perguntar-nos constantemente: até onde podemos ir? Até onde pode ir a literatura?
A resposta é necessariamente fragmentária, mas leva-nos ao melhor que podemos esperar de um ensaio mostrar um pensamento que se procura e a partir do qual nós, como leitores, podemos pensar.
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O Pais Vazios analisa a peculiar e recorrente mobilização da figura paterna em textos literários portugueses desde o início do século XIX até ao presente. Neste volume, Phillip Rothwell defende a existência de uma tendência especificamente portuguesa para o que denomina a «paternidade vazia» – uma corrupção da função paterna lacaniana que desde o século XV tem continuamente aflorado na cultura portuguesa.Salientando os padrões de receção de figuras históricas como o Infante D. Henrique, D. Sebastião, Sidónio Pais e Salazar, Rothwell oferece um conjunto de inovadoras leituras de textos de Eça de Queirós, Almeida Garrett, Helder Macedo, António Lobo Antunes, José Régio, Gomes de Amorim, José Cardoso Pires e António Ferro. Rothwell revela como a contradição de uma paternidade assexuada que opera no âmbito nacional não é mais do que a faceta de uma função paterna desenfreada cujas demais deturpações implicam, em certas ocasiões, uma proibição excessiva e, noutras, a igualmente opressiva obrigação de fruir.A COLEÇÃOÉ uma parceria entre as Edições Afrontamento e o projeto de investigação «Memoirs: Filhos de Império e Pós-memórias europeias», do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, com financiamento do Conselho Europeu de Investigação (ERC, Consolidator Grant 648624) no âmbito do Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação Horizonte 2020 da União Europeia.
O encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham.