Vem de longe o interesse de Elisabeth Battista por Maria Archer (1899-1982), [...] cuja obra a autora persegue desde a sua formação regular ao nível da pós-graduação, de que resultou a tese de doutoramento intitulada Entre a Literatura e a Imprensa: Percursos de Maria Archer no Brasil , que a autora defendeu em 2007, na Universidade de São Paulo (e que urge ser mais publicitada, para além do circuito académico). Quando, por isso, Elisabeth se propôs a fazer o seu pós-doutoramento, a sua escolha ultrapassou meras questões de oportunidade temática ditadas pela Academia para se situar no campo do interesse político-afectivo, no sentido de dizer respeito a diferentes comunidades (nacionais), à organização das suas memórias e à construção do seu imaginário relacional. A consciência dessa perspectiva está bem evidente nas palavras da autora deste livro, que tive a ventura de ver nascer e acompanhar como tema de pesquisa para pós-doutoramento ( Organização do Acervo de Maria Archer (1899-1982): Literatura e vida social nos países de Língua Portuguesa ), ao afirmar a sua preocupação em “dar visibilidade à diversidade cultural decorrente das relações culturais ibero-afro-brasileiras, a partir do século XX”, através da obra de uma figura que nasceu no limiar do século XX.
(do Prefácio, Inocência Mata)