
No Centro à Margem: sociologia das intervenções urbanísticas e habitacionais do
João Queirós
Sujeito a confirmação pelo editor
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Detalhes do Produto
- Editora: Afrontamento
- Categorias:
- Ano: 2015
- ISBN: 9789723614503
Sinopse
No Centro à Margem: sociologia das intervenções urbanísticas e habitacionais do Estado
no centro histórico do Porto
reproduz alguns dos principais resultados de uma pesquisa sociológica sobre a génese,
estruturação e consequências sociais das intervenções urbanísticas e habitacionais
promovidas pelo Estado no centro histórico do Porto ao longo dos últimos sessenta anos.
Desenvolvida entre 2010 e 2014 no quadro de uma investigação de doutoramento financiada
pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a pesquisa pretendia concretizar, através de
um aturado trabalho de especificação empírica, algumas ambições analíticas fundamentais:
restituir o quadro de transformações socioeconómicas que, a nível nacional e
regional-local, precedem, tornam possível e acompanham as intervenções do Estado em
matéria de alojamento destinado às classes populares; analisar a rede de relações
funcionais e de poder que sustenta, ainda que provisória e contraditoriamente, as ações da
burocracia estatal neste domínio; identificar as grandes linhas do movimento cultural em
que se inserem as perspetivas técnicas, éticas e estéticas (sempre, em última análise,
políticas) sobre planeamento urbanístico, renovação urbana e alojamento das classes
populares que se foram impondo no período de mais de meio século privilegiado no trabalho;
aprofundar o estudo das relações de sociabilidade, interconhecimento e entreajuda nos
espaços sociais envolvidos, não sem registar as manifestações e efeitos de heterogeneidade
social e as tensões anómicas que também os marcam; analisar a relação dos destinatários
das políticas de habitação com o Estado, distinguindo o que nessa relação se aproxima ora
da mobilização política sustentada, num extremo, ora da dissidência mais ou menos
atomizada, noutro extremo, e considerando igualmente as gradações intermédias de
envolvimento/afastamento das populações em relação às decisões políticas que lhes dizem
respeito; denunciar a acumulação de efeitos sociais perversos (só em parte inintencionais)
associados quer a medidas políticas avulsas, quer a formas continuadas de inconsistência
institucional em que a sociedade portuguesa é fértil, quer ainda a hiatos de ação e a
omissões mais ou menos deliberadas da administração pública central ou local.