Um retrato das enormes mudanças em curso na sociedade chinesa, pelo correspondente da Lusa em Pequim. «O aeroporto de Pequim é hoje o segundo mais movimentado do planeta, à frente de Londres ou Nova York, e grande parte dos produtos que usamos diariamente - os originais, as cópias e as imitações - são Made in China. O mais surpreendente, no entanto, é o ritmo com que essas «coisas» aconteceram e estão ainda a acontecer. "A velocidade na China é cinco vezes mais rápida do que na Europa", diz uma jovem arquiteta portuguesa que trabalha num atelier britânico estabelecido em Pequim.»
António Caeiro nasceu em Moscavide em 1949, filho de pais algarvios. Começou a trabalhar aos 16 anos, numa companhia de seguros. No dia 25 de Abril de 74 estava em Paris, exilado. Jornalista profissional desde 1975, com experiência na imprensa escrita e na rádio. Ingressou em 1978 na agência noticiosa portuguesa ANOP, antecessora da Lusa, onde trabalhou até ao Verão de 2015. Foi correspondente em Cabo Verde (dois anos) e depois em Pequim, onde viveu 19 anos. Colabora regularmente com o semanário Expresso. É autor de três livros sobre temas chineses: Pela China Dentro (2004), Novas Coisas da China (2013) e Peregrinação Vermelha (2016). Em 2018, com José Pedro Castanheira e Natal Vaz, publicou A Queda de Salazar:
O aeroporto de Pequim é hoje o segundo mais movimentado do planeta, à frente de Londres ou Nova York, e grande parte dos produtos que usamos diariamente - os originais, as cópias e as imitações - são Made in China. O mais surpreendente, no entanto, é o ritmo com que essas «coisas» aconteceram e estão ainda a acontecer."A velocidade na China é cinco vezes mais rápida do que na Europa", diz uma jovem arquiteta portuguesa que trabalha num atelier britânico estabelecido em Pequim.
Nos últimos cinco anos, a China tornou-se um dos maiores investidores em Portugal, controlando hoje algumas das suas mais lucrativas empresas. Quem diria?! Durante três décadas, até 1979, os dois países não tiveram relações diplomáticas, mas os contactos - secretos, clandestinos ou oficiosos - nunca foram interrompidos. Salazar e Mao Zedong até estavam de acordo num ponto: Macau não era uma colónia. Outra singularidade: Portugal foi um dos países europeus onde o comunismo chinês teve mais adeptos e parte da sua atual elite foi maoista durante a juventude. A Peregrinação Vermelha é uma história dessa atração, contada por alguns dos seus protagonistas, pela primeira vez.
Nos ultimos cinco anos, a China tornou-se um dos maiores investidores em Portugal, controlando hoje algumas das suas mais lucrativas empresas. Quem diria?! Durante tres decadas, ate 1979, os dois paises n?o tiveram relac?es diplomaticas, mas os contactos - secretos, clandestinos ou oficiosos - nunca foram interrompidos. Salazar e Mao Zedong ate estavam de acordo num ponto: Macau n?o era uma colonia. Outra singularidade: Portugal foi um dos paises europeus onde o comunismo chines teve mais adeptos e parte da sua atual elite foi maoista durante a juventude. A "Peregrinac?o Vermelha" e uma historia dessa atrac?o, contada por alguns dos seus protagonistas, pela primeira vez.Ver por dentro:
Uma enorme comunidade que se estabeleceu em Xangai em meados do século XXI e marcou a história da China moderna.Mais de duas décadas antes de Portugal perder o seu império colonial, milhares de portugueses tiveram de abandonar a terra onde nasceram e onde esperavam continuar a viver. Mas, ao contrário dos retornados de África, os de Xangai não tinham uma metrópole para a qual voltar e muitos nem sequer falavam português.«Euro-asiáticos», «filhos de Macau» ou «luso-orientais», foram dos primeiros estrangeiros a estabelecer-se em Xangai, em meados do século xix, e durante os cem anos seguintes constituíram uma das suas maiores comunidades. Viveram os efeitos da Guerra do Ópio, a queda de uma monarquia multimilenar, a ocupação japonesa, uma longa guerra civil, que terminou com a vitória do Partido Comunista em 1949, e a seguir voltaram a partir. Contribuíram para transformar a cidade numa grande metrópole internacional e, depois de terem saído, ajudaram a perpetuar o fascínio em torno da mítica Xangai dos anos 20 e 30.
«O conhecimento das grandes tendências que marcaram a história dos média europeus e a história particular destes mesmos média em cada país europeu (sobretudo daqueles de que somos geográfica e culturalmente mais próximos) é absolutamente indispensável. Só assim poderemos compreender por que é que ainda hoje, quase seis séculos depois da ?descoberta? da prensa tipográfica, a paisagem imprensa europeia é tão contrastada, de uma região para outra do continente. E como é que, ao longo do século XX, a rádio e a televisão, as estruturas dos seus emissores como dos seus conteúdos, evoluíram também de maneira tão plurifacetada.»