O Engenhoso Fidalgo D. Quixote de la Mancha
"Depois dos perigos da guerra, dos tormentos de um longo cativeiro, Cervantes suportou cerca de dez anos de viagens por terras ermas e incómodas, miseráveis e de clima rigoroso, de pobreza e dificuldades para o exercício da sua vocação de escritor, pois nesses anos não conseguiu mais que publicar umas poucas poesias avulsas. Em contrapartida, a sua experiência e o seu conhecimento da Espanha (das suas cidades, vilas e aldeias, da linguagem falada em lugares isolados que preservavam as palavras de outros tempos) enriquece-se profundamente: contacta com a trama das relações entre os diversos estratos sociais, desvenda a complexidade dos sentimentos e dos interesses, sonda os abusos dos poderes (político, religioso, económico, militar), sofre a hipocrisia e a duplicidade dos grandes e dos pequenos, assiste às mudanças que se vão operando na sociedade que resvala na decadência que com força crescente mina a nação. [...] Quanto à minha tradução, que não fiz para comemorar os quatrocentos anos da publicação deste livro que me acompanha desde há muito tempo, fi-la sobretudo para melhor poder saborear esta obra querida, não no seu original mas em algo que também é meu. Pretendi servir o livro traduzido, cingindo-me muito à sua letra, que cifra o seu espírito, o que não foi fácil nem isento de dúvidas e receios: Cervantes não quis dar à sua prosa a dignidade do latim que Góngora pretendeu para a sua poesia, antes quis seguir o conselho que o amigo lhe dá no Prólogo da Primeira Parte: «[...] só procurar que de modo simples, com palavras claras, honestas e bem colocadas, saia a vossa prosa e período harmonioso e festivo, pintando em tudo o que conseguirdes e for possível, a vossa intenção; dando a entender os vossos conceitos sem enredá-los nem obscurecê-los. »"
Da nota introdutória
| Editora | Relógio d' Água |
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| Categorias | |
| Editora | Relógio d' Água |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Miguel de Cervantes |
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Dom Quixote de La ManchaPlano Nacional de LeituraLivro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.A imortal história do Cavaleiro da Triste Figura, que acompanhado pelo seu fiel escudeiro, Sancho Pança, avança por montes e vales, lutando contra moinhos de vento e cavaleiros imaginários em nome da justiça. Retrato do anti-herói, Dom Quixote, o fidalgo enlouquecido, representa a capacidade de transformação do homem em busca dos seus ideais.Este grande livro é muito mais do que um romance de cavalaria. Pelo contrário, ao satirizar os romances de cavalaria em voga ao longo dos séculos XVI e XVII, o Dom Quixote afirma-se como o clássico fundador do romance moderno. O humor, as digressões e reflexões, a oralidade nas falas e a metalinguagem marcaram o fim da Idade Média na literatura.Repleto de aventuras e situações fantásticas, este tem sido considerado um livro inesquecível para sucessivas gerações de leitores.Este livro reúne os dois volumes que constituem o Dom Quixote de la Mancha, publicados em 1605 e 1615. Conta ainda com uma introdução da professora Maria Fernanda de Abreu.*Edição comemorativa em capa dura -
Novelas ExemplaresSe Cervantes é apontado com o seu "Dom Quixote" como o pai do romance moderno europeu, não deixa de o ser também para o conto com estas "Novelas Exemplares", clássico maior da literatura universal que vê aqui a primeira tradução integral em língua portuguesa em mais de 60 anos. São histórias que expõem as virtudes e fraquezas humanas servindo de exemplo para o que se deve e não deve fazer. Próximo de "Decameron" e de "Contos de Cantuária" mas diferente e mais abrangente. Miguel de Cervantes é o pai do romance europeu com o seu "Dom Quixote" que ainda hoje é a referência de base em termos de estilo literário. Recentemente, aquando da celebração dos 400 anos do seu nascimento, as celebrações correram todo o mundo e o nome de Cervantes voltou à ordem do dia. -
D. Quixote de la Mancha IO D. Quixote é a obra principal de Miguel de Cervantes (1547-1616). É também um dos livros fundamentais da cultura universal e um dos romances em que a narrativa moderna mergulha as suas raízes. «É esta enfim a tradução que eu esperava, a tradução que levou quatro séculos a ser publicada e que vem provar uma vez mais o erro sexista que compara traduções a mulheres, dizendo que "as belas não são fiéis e as fiéis não são belas". O D. Quixote de José Bento é belo, é excelente e é fiel.» - Almeida Faria, in Público, 11/6/2005 «Excelente tradução.» - António Mega Ferreira, in Foro das Letras, 11/2005 «Desde o Verão, não largo a [tradução] de José Bento que me parece inultrapassável e respondeu a muitas das dúvidas que o velho livro de bolso da Colección Austral sempre me deixou.» - João Bénard da Costa, in Público, 11/12/2005 -
D. Quixote de la Mancha IIOD. Quixoteé a obra principal de Miguel de Cervantes (1547-1616). É também um dos livros fundamentais da cultura universal e um dos romances em que a narrativa moderna mergulha as suas raízes. «É esta enfim a tradução que eu esperava, a tradução que levou quatro séculos a ser publicada e que vem provar uma vez mais o erro sexista que compara traduções a mulheres, dizendo que "as belas não são fiéis e as fiéis não são belas". OD. Quixote de José Bento é belo, é excelente e é fiel.» - Almeida Faria, in Público, 11/6/2005 «Excelente tradução.» - António Mega Ferreira, in Foro das Letras, 11/2005 «Desde o Verão, não largo a [tradução] de José Bento que me parece inultrapassável e respondeu a muitas das dúvidas que o velho livro de bolso da Colección Austral sempre me deixou.» - João Bénard da Costa, in Público, 11/12/2005 -
Dom Quixote de la ManchaNo pequeno lugar da Mancha, em Espanha, vivia um fidalgo chamado Alonso Quijano, que devorava muitos livros de cavalaria. Tanto leu, tanto leu, que passou a fantasiar todas essas histórias, procurando reviver as peripécias que lia. E é assim que se torna no Dom Quixote de la Mancha, o Cavaleiro da Triste Figura.Vais conhecer a história deste Engenhoso Fidalgo, as suas aventuras com o escudeiro, Sancho Pança, e os seus amores por Dulcineia del Toboso, entre muitas outras. Prepara-te para a aventura e… para alguma loucura. Prometemos lutar contigo contra moinhos de vento e exércitos de ovelhas e carneiros! -
Os Trabalhos de Persiles e SigismundaOs Trabalhos de Persiles e Sigismunda, considerado por Cervantes a sua melhor obra, era há muito anunciado em livros anteriores, como D. Quixote. Publicado um ano após a sua morte, este texto narra a longa viagem de dois príncipes nórdicos enamorados que se fazem passar por irmãos. Cruzando mares povoados de ilhas, do Norte da Europa até Lisboa, aventuram-se em peregrinação a Roma, seguindo por terra os caminhos do Sul. Dos trabalhos passados dão conta as muitas personagens principais e secundárias que os acompanham na sorte adversa e na fortuna. «Andam o amor e o temor tão unidos que, para onde quer que volteis a cara, vê-los-eis juntos; e o amor não é soberbo, como alguns dizem, mas humilde, agradável, e manso; tanto, que costuma perder aquilo a que tem direito para não dar desgosto a quem quer bem.» [Cervantes, Os Trabalhos de Persiles e Sigismunda] -
Dom Quixote de la ManchaA obra imortal de Cervantes considerada a melhor obra de ficção de sempre.A imortal história do Cavaleiro da Triste Figura, que acompanhado pelo seu fiel escudeiro, Sancho Pança, avança por montes e vales, lutando contra moinhos de vento e cavaleiros imaginários em nome da justiça. Retrato do anti-herói, Dom Quixote, o fidalgo enlouquecido, representa a capacidade de transformação do homem em busca dos seus ideais.Este grande livro é muito mais do que um romance de cavalaria. Pelo contrário, ao satirizar os romances de cavalaria em voga ao longo dos séculos XVI e XVII, o Dom Quixote afirma-se como o clássico fundador do romance moderno. O humor, as digressões e reflexões, a oralidade nas falas e a metalinguagem marcaram o fim da Idade Média na literatura.Repleto de aventuras e situações fantásticas, este tem sido considerado um livro inesquecível para sucessivas gerações de leitores. Este livro reúne os dois volumes que constituem o Dom Quixote de la Mancha, publicados em 1605 e 1615. Conta ainda com uma introdução da professora Maria Fernanda de Abreu. Tradução e notas: Miguel Serras Pereira.Miguel de Cervantes Saavedra nasceu em 1547, provavelmente em Alcala Henares, em Castela. Romancista, dramaturgo e poeta celebrizou-se com o livro Dom Quixote de la Mancha, o segundo livro mais lido pela humanidade depois da Bíblia. Morreu a 23 de Abril de 1616.Ver por dentro: -
Don QuixoteWidely regarded as the world’s first modern novel, and one of the funniest and most tragic books ever written, Don Quixote chronicles the adventures of a noble knight and his faithful squire as they travel through sixteenth-century Spain. Except the knight is not really a knight, his princesses are servant girls, his enchanted castles are inns and his giants are windmills. Don Quixote’s goodness is real however, and his wish for the world to be full of adventures and passion is so profoundly human that, four hundred years after its first appearance, his story still crackles, beguiles and inspires. -
Don QuixoteDesigned to appeal to the book lover, the Macmillan Collector's Library is a series of beautifully bound pocket-sized gift editions of much loved classic titles. Bound in real cloth, printed on high quality paper, and featuring ribbon markers and gilt edges, Macmillan Collector's Library are books to love and treasure. Widely regarded as one of the funniest and most tragic books ever written, Don Quixote chronicles the famous picaresque adventures of the noble knight-errant Don Quixote de La Mancha and his faithful squire, Sancho Panza. Together they journey through sixteenth-century Spain in search of adventure, taking on spirits, evil enchanters and giants in a quest to perform acts of valour worthy of Dulcinea, his lady love. A masterpiece of world fiction and a brilliant satire on traditional romances, Don Quixote is not only the world’s first modern novel - it is also an uproarious comedy that continues to delight readers today. This Macmillan Collector’s Library edition is translated by the acclaimed J. M. Cohen and features an afterword by Ned Halley. -
Histórias de Dom QuixoteTerríveis gigantes? Temíveis leões? Exércitos de mouros? Nada que amedronte o nobre Dom Quixote na sua busca de aventuras, acompanhado do seu fiel escudeiro, Sancho Pança. Os dois vão enfrentar tudo e todos, numa história em que nada é o que parece. Descobre ainda a reação do Aladino ao cruzar-se com este valente cavaleiro! A coleção #Clássicos reúne as mais fantásticas obras da literatura juvenil e apresenta um momento em que os heróis e as heroínas falam dos livros uns dos outros! Numa linguagem deliciosa e com ilustrações surpreendentes, estas histórias são absolutamente irresistíveis!
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Obras Completas de Maria Judite de Carvalho - vol. I - Tanta Gente, Mariana - As Palavras PoupadasA presente coleção reúne a obra completa de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Herdeira do existencialismo e do nouveau roman, a sua voz é intemporal, tratando com mestria e um sentido de humor único temas fundamentais, como a solidão da vida na cidade e a angústia e o desespero espelhados no seu quotidiano anónimo.Observadora exímia, as suas personagens convivem com o ritmo fervilhante de uma vida avassalada por multidões, permanecendo reclusas em si mesmas, separadas por um monólogo da alma infinito.Este primeiro volume inclui as duas primeiras coletâneas de contos de Maria Judite de Carvalho: Tanta Gente, Mariana (1959) e As Palavras Poupadas (1961), Prémio Camilo Castelo Branco. Tanta Gente, Mariana «E a esperança a subsistir apesar de tudo, a gritar-me que não é possível. Talvez ele se tenha enganado, quem sabe? Todos erram, mesmo os professores de Faculdade de Medicina. Que ideia, como havia ela de se enganar se os números ali estavam, bem nítidos, nas análises. E no laboratório? Não era o primeiro caso? Lembro-me de em tempos ter lido num jornal? Qual troca! Tudo está certo, o que o médico disse e aquilo que está escrito.» As Palavras Poupadas (Prémio Camilo Castelo Branco) «- Vá descendo a avenida - limita-se a dizer. - Se pudesse descer sempre - ou subir - sem se deter, seguir adiante sem olhar para os lados, sem lados para olhar. Sem nada ao fim do caminho a não ser o próprio fim do caminho. Mas não. Em dado momento, dentro de cinco, de dez minutos, quando muito, terá de se materializar de novo, de abrir a boca, de dizer «vou descer aqui» ou «pare no fim desta rua» ou «dê a volta ao largo». Não poderá deixar de o fazer. Mas por enquanto vai simplesmente a descer a avenida e pode por isso fechar os olhos. É um doce momento de repouso.» Por «As Palavras Poupadas» vai passando, devagar, o quotidiano anónimo de uma cidade, Lisboa, e dos que nela vivem. type="application/pdf" width="600" height="500"> -
O Infinito num JuncoA Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir – contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.Um dos melhores livros do ano segundo os jornais El Mundo,La Vanguardia e The New York Times(Espanha).