O Essencial sobre Cultura e Cognição
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A mente é função de uma variedade de modelos neurológicos de diferentes graus de flexibilidade, o que nos permite justificar quer a diversidade psíquica da espécie quer a sua unidade psíquica essencial. À luz disto, podemos realizar ainda como o debate unidade/diversidade se baseia numa falsa dicotomia. Esta falsa dicotomia entre unidade e diversidade traduz uma outra: a separação entre a mente e a cultura, ou, de outro modo, e para esclarecer o equívoco que aí habita, entre a suposta estruturação universal do contínuo cérebro-mente e a contingência e flutuação empírica dos modos de vida em que se desbobram as culturas humanas.
| Editora | Angelus Novus |
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| Editora | Angelus Novus |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Luís Quintais |
Luís Quintais
Luís Quintais nasceu em 1968 em Angola. Antropólogo, poeta e ensaísta, leciona no Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra. Como antropólogo tem publicado ensaios em diversas revistas da especialidade sobre as implicações sociais e culturais do conhecimento biomédico, em particular sobre a psiquiatria e seus contextos. Desenvolve atualmente investigação sobre as interações entre biotecnologias, arte e cognição. Como poeta, publicou A Imprecisa Melancolia (1995), Lamento (1999), Umbria (1999), Verso Antigo (2001), Angst (2002), e Duelo (2004), obra a que foram atribuídos o Prémio Pen Clube de Poesia e o Prémio Luís Miguel Nava - Poesia 2005. A coletânea de poesia completa Arrancar Penas a Um Canto de Cisne venceu o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE/C.M. de Amarante 2015-2016.
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O VidroNo mais recente livro de Luís Quintais - uma das vozes mais seguras da nova poesia portuguesa - somos confrontados com um fulgor rítmico magistral e com a visita a alguns dos lugares paradigmáticos na poesia do autor. Vitrificação, estilhaços, riscos, violência e história, O Vidro faz alusão a fragmentos de Anna Calvi, António Damásio, Edmond Jabès, Fernando Pessoa, Martin Amis e T.S. Eliot.«Uma linha? Uma linha no poço sem fundo da história. Estrépito de armas ou mistificação plena é tudo o que vejo como quem escuta ou escuto como quem vê.» -
Arrancar Penas a Um Canto de CisneDos livros mais recentes para os livros mais antigos, vinte anos depois de A Imprecisa Melancolia (1995), reúne-se neste livro toda a poesia de Luís Quintais, que nos diz que «A memória faz-se ao contrário. Assim fiz a minha. Procurei, porém, não desfigurar. Corrigi erros, arrumei melhor, alguns poemas foram eliminados, outros, que esquecera, foram incluídos, reescrevi pontualmente.» O posfácio é de Pedro Eiras. -
A Noite Imóvel«Que lugar? Sobes o lance de escadas próximo. Frio. E ao cimo dasescadas deparas-te com o estreito corredor que dá para uma salaonde a luz explode através das portadas abertas de par em par.Essa luz intensa, essa luz deflagrante é já uma promessa de cegueira,o casulo onde a noite se esconde. A noite servir-te-á de pretextopara tudo o que vieres a dizer.Aí ficarás, suspenso de tempo e memória.» -
Agon«Agon é o resultado de um processo de reescrita de dois cadernos que o autor julgava ter perdido. Os poemas contidos nesses cadernos têm, à data de publicação deste livro, mais de trinta anos. Metáforas arqueológicas, declinações agonísticas, perseguições e interpelações várias, adquiriram a configuração que se apresenta.» -
Riscava a Palavra Dor no Quadro NegroDesprezasse o conhecimento e o terrível sentir de uma palavra moral. A guerra consigo mesmo, esse combate mortal, jogava-se, não nas trincheiras (as trincheiras seriam apenas um expediente para o vazio que em si parecia contemplá-lo) mas no seu oco, nessa incerteza que o percorria, que merecia ser ferida, golpeada, numa espécie de ódio de si mesmo que lhe diziam envenenar a alma vienense, cujos golpes seriam um desvio para outra coisa, um degrau abandonado, uma clareza consentida e de partilha improvável. Riscava a palavra dor no quadro negro que intensamente lhe tomava o olhar quando escutava um dos dilectos, ele que sempre odiara discípulos, e aqui estava ele, a avaliar a dor do mundo através de um relance sobre a inviolável gramática da perplexidade. -
Mestres da Verdade InvisívelEste estudo resulta de uma investigação no arquivo da psiquiatria forense portuguesa na transição do século XIX, tendo por principal objectivo analisar a emergência e a consolidação das práticas psiquiátricas forenses em Portugal. O autor mostra que a inflexão antropológica, sendo uma das mais importantes propriedades dos sistemas de atribuição de responsabilidade, foi uma realização de um novo dispositivo epistemológico e jurídico destinado a articular eficazmente lei e psiquiatria. O estudo apoia-se numa estratégia metodológica inspirada na perspectiva arqueológica-genealógica identificada por Michel Foucault. Mestres da verdade invisível no arquivo da psiquiatria forense portuguesa é um contributo para a história euro-americana das práticas biomédicas e forenses e para a compreensão da modernidade biopolítica. -
Exúvia, Gelo e Morte: A arte de Rui Chafes depois do fim da arteEste livro foi publicado por ocasião da exposição «Exúvia», de Rui Chafes, com curadoria de António Gonçalves, em colaboração com a Galeria Filomena Soares, realizada na Galeria Ala da Frente, em Vila Nova de Famalicão, de 17 de Outubro de 2015 a 23 de Janeiro de 2016. «Uma medida de melancolia ou uma hipótese elegíaca torna-se manifesta. O trabalho de Rui Chafes adquire tonalidades que o colocam do lado de uma certa consciência de que vivemos num mundo onde a beleza é um dilaceramento, uma contemplação do gelo, um confronto com uma inscrição violenta e ilegível que percorre a pele da terra, da Natureza, do rosto de humanos nas grandes metrópoles do abandono [ ].» [Luís Quintais] -
Depois da MúsicaÀ décima colectânea, Luís Quintais regressa aos seus lugares de sempre: às «ficções supremas» de Wallace Stevens como único sentido ainda disponível; à prosa enquanto território especulativo; às desumanidades de um século impiedoso, de que o Holocausto é exemplo, mais do que símbolo; à modernidade sem «aura» mas ainda com vestígios de uma aura, de um esplendor. Vivemos num tempo «depois da música», como se diz «depois da Deus»; mas depois da música, e por causa da música, fica ainda um fogo que arde e se vê, como em Bach, deus mortal, ou nas canções de Billie Holiday. Depois da Música não desespera por completo da poesia, essa arte dos duzentos exemplares: a poesia é a resistente e discreta possibilidade de deixarmos registo de mais um dia na terra, da vertigem do mundo, das ilusões e derrotas, de filhos, amigos, mestres. Acto gratuito, imagem dentro das imagens, o poema faz com que «uma árvore» signifique «apenas uma árvore» ou muito mais que isso: a própria figura da poesia, «um horizonte de árvores negras / desenhado no chão da biografia, // uma forma de melancolia consentida». -
Ângulo MortoÂngulo Morto, décima quarta recolha de poemas de Luís Quintais, sublinha e amplia a diversidade de recursos a que nos habituou. A poesia é aqui uma forma de meditação lírica que nos lança numa apreciação do tempo, da sua substância e transfiguração. A poesia é, nesse sentido, revisitação da experiência, mas também ponderação dos limites da linguagem e dos seus sortilégios. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real.
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A Ciência dos SímbolosAs primeiras tentativas de classificação coerente, de comparação sistemática e interpretação dos símbolos remontam ao séc. XVI. Após 50 anos, a evolução das ciências humanas permitiu estudar signos, símbolos e mitos nas suas relações com os métodos e os princípios das suas diversas interpretações. O leitor não deve esperar encontrar aqui um dicionário de símbolos que o ajudará a compreender uma língua obscura a partir de uma tradução dos seus signos, antes a exposição dos princípios, métodos e estruturas da simbólica geral, ou ciência dos símbolos. Nada está mais próximo desta língua dos símbolos do que a música: se se ignora o solfejo e as regras da harmonia, da mesma forma que se recusa a aprendizagem da gramática de uma língua, o melhor dicionário do mundo não permite entender realmente, e ainda menos falar. Penetrar no mundo dos símbolos, é tentar perceber as vibrações harmónicas, «adivinhar uma música do universo». -
Tudo do AmorA procura pelo amor continua mesmo perante as maiores improbabilidades. TUDO DO AMOR, ensaio marcadamente pessoal e uma das obras mais populares de bell hooks, indaga o significado do amor na cultura ocidental, empenhando-se em desconstruir lugares-comuns e representações que mascaram relações de poder e de dominação.Contrariando o pensamento corrente, que tantas vezes julga o amor como fraqueza ou atributo do que não é racional, bell hooks defende que, mais do que um sentimento, o amor é uma acção poderosa, capaz de transformar o cinismo, o materialismo e a ganância que norteiam as sociedades contemporâneas. Tudo do Amor propõe uma outra visão do mundo sob uma nova ética amorosa, determinada a edificar uma sociedade verdadeiramente igualitária, honesta e comprometida com o bem-estar colectivo. -
A Natureza da CulturaNesta obra, A. L. Kroeber reúne artigos seus publicados entre 1901 e 1951. São textos de cariz teórico, em que autor desenvolve a sua própria concepção sobre o lugar e o método da antropologia cultural. -
O SagradoDesde a sensação de terror que o sagrado inspirava aos primeiros homens até à teoria do sobrenatural ou do transcendente que atribuímos hoje a certos fenómenos misteriosos, o autor examina as diferentes formas de exprimir este sentimento através das múltiplas manifestações religiosas. -
«O Modo Português de Estar no Mundo» - O Luso-Tropicalismo e a Ideologia Colonial Portuguesa (1933-1961)Prémio de História Contemporânea da Universidade do Minho O livro fornece pistas para se compreender a persistência, mais de 20 anos após a independência das antigas colónias portuguesas, de um discurso transversal ao espectro político e ideológico nacional que acentua a imunidade dos portugueses ao racismo, a sua predisposição para o convívio com outros povos e culturas e a sua vocação ecuménica. -
Os Domínios do ParentescoOs domínios do parentesco situam-se na confluência de duas linguagens: a da etnologia, que se esforça por situar as regiões, os contornos e as fronteiras desses domínios, e a das sociedades que a etnologia observa e a que vai buscar as terminologias, as classificações e as regras. Esclarecer estas duas linguagens e relacioná-las é um dos objectivos deste livro, que se pretende uma iniciação à chamada antropologia do parentesco. Falar de parentesco é também e é já falar de outra coisa (numa e noutra linguagem); qual a natureza da relação entre o parentesco e os outros sectores de representação? Que significa a assimilação do parentesco a uma linguagem ou a sua definição como região dominante em certos tipos de sociedade? Que significam as regras de casamento? - são algumas das perguntas que esta obra tenta reformular e às quais procura por vezes responder. Uma análise do vocabulário técnico, um glossário inglês/português, uma importante documentação bibliográfica, reflexões sobre os autores, análises de textos e o balanço de uma investigação pontual: tais são os elementos de informação e de reflexão que aqui se propõem. -
Cultura e ComunicaçãoUma análise concisa das teorias estruturalistas dos fenómenos antropológicos, destinada a esclarecer os conceitos da «semiologia» com base no pressuposto de que os gestos, na comunicação não verbal, apenas adquirem significado como membros de conjuntos, à semelhança do que ocorre com os sons na linguagem falada. -
O Bode ExpiatórioEm O Bode Expiatório, René Girard, um dos críticos mais profundos e originais do nosso tempo, prossegue a sua reflexão sobre o «mecanismo sacrificial», ao qual devemos, do ponto de vista antropológico, a civilização e a religião, e, do ponto de vista histórico e psicológico, os fenómenos de violência coletiva de que o século XX foi a suprema testemunha e que mesmo hoje ameaçam a coabitação dos humanos sobre a Terra.Ao aplicar a sua abordagem a «textos persecutórios», documentos que relatam o fenómeno da violência coletiva da perspetiva do perseguidor tais como o Julgamento do Rei de Navarra, do poeta medieval Gillaume de Machaut, que culpa os judeus pela Peste Negra, Girard descobriu que estes apresentam surpreendentes semelhanças estruturais com os mitos, o que o leva a concluir que por trás de cada mito se esconde um episódio real de perseguição.A arrojada hipótese girardiana da reposição da harmonia social, interrompida por surtos de violência generalizada, através da expiação de um bode expiatório constitui uma poderosa e coerente teoria da história e da cultura.