O Essencial sobre Mário de Sá-Carneiro
«Lido hoje como um dos três nomes maiores do Modernismo literário português, Mário de Sá-Carneiro deixava num verso de 1915 um desafio: “Daqui a vinte anos a minha literatura talvez se entenda”. Fadado pelos deuses a uma vida breve, lançava ao futuro a sua mais funda ilusão, justamente num poema em que parecia abrir mão de todas elas (“Deixa-te de ilusões, Mário”). Nas suas múltiplas dobras, “Caranguejola” refletia a imagem especular dum eu vencido e desistente, mas também a imagem espectral duma “literatura” que diante dele se autonomizava para lhe sobreviver. Autor duma fulgurante obra poética e ficcional, Sá-Carneiro afirmava naquele verso, mais do que nunca, a sua crença na aura da arte e a consciência duma singularidade criadora que o tempo viria a reconhecer.»
| Editora | Imprensa Nacional Casa da Moeda |
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| Editora | Imprensa Nacional Casa da Moeda |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Clara Rocha |
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Miguel Torga - FotobiografiaEm paralelo com a edição das Obras Completas de Miguel Torga (pseudónimo do médico Adolfo Rocha) em volumes que reúnem os diários, a poesia, os contos, o teatro, os ensaios, iniciada em 1999 pela Dom Quixote, foi publicada a Fotobiografia do autor de Novos Contos da MontanhaeBichos, escrita pela sua filha, a professora universitária e ensaísta Clara Rocha. Com prefácio de Manuel Alegre, esta fotobiografia, organizada cronologicamente, reúne quase uma centena de fotos do escritor e documentos vários, desde correspondência enviada e recebida, a manuscritos de poemas e contos, páginas do dossier da PIDE sobre Torga, o seu passaporte quando aos treze anos emigrou para o Brasil (o próprio diz que "um dos seus títulos de glória é ter passado a adolescência no Brasil"), imagens de lugares de que gostava profundamente, etc., etc., num imbricado de textos (do próprio Torga, muitos deles de cariz autobiográfico) e imagens.A fechar o livro uma série de depoimentos sobre o escritor, de Almeida Santos, António Arnaut, Claire Cayron, Jorge Amado e Mário Soares, e ainda a reprodução de uma carta de Sophia de Mello Breyner.A bibliografia que se encontra nas últimas páginas do livro foi actualizada para esta reedição. -
O Essencial sobre Michel de MontaigneMichel de Montaigne e o seu espírito reflexivo, crítico e sedento de conhecimento consagraram o ensaio enquanto género literário, inaugurando e inspirando um novo tempo no pensamento e na literatura. Os Essais constituem-se como um processo de indagação onde a dimensão individual se cruza e dá sentido à natureza humana assumindo-se como uma reflexão infinitamente aberta à diversidade. Num registo vivo e crítico O Essencial sobre Michel de Montaigne, de Clara Rocha, é um convite à redescoberta constante de um dos grandes pensadores da cultura ocidental. «E continuam a ler Montaigne todos aqueles que o acompanham na humana desmesura do seu projeto ? viver a vida, claro, mas principalmente meditar sobre ela [?]». -
O Essencial sobre Michel de Montaigne (Nº 127)Michel de Montaigne e o seu espírito reflexivo, crítico e sedento de conhecimento consagraram o ensaio enquanto género literário, inaugurando e inspirando um novo tempo no pensamento e na literatura. Os Essais constituem-se como um processo de indagação onde a dimensão individual se cruza e dá sentido à natureza humana assumindo-se como uma reflexão infinitamente aberta à diversidade. Num registo vivo e crítico o Essencial sobre Michel de Montaigne, de Clara Rocha, é um convite à redescoberta constante de um dos grandes pensadores da cultura ocidental. «E continuam a ler Montaigne todos aqueles que o acompanham na humana desmesura do seu projeto — viver a vida, claro, mas principalmente meditar sobre ela […]». -
O CACHIMBO DE ANTÓNIO NOBREEste volume reúne um conjunto de vinte ensaios de crítica literária, na sua maioria dispersamente publicados em revistas, volumes colectivos e actas de congressos. À excepção do primeiro, os textos incidem sobre autores e movimentos literários do século XX português: Raul Brandão, João Sarmento Pimentel, Mário de Sá-Carneiro, a poesia da "Presença", Vitorino Nemésio, a "Revista de Portugal", Branquinho da Fonseca, Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner Andresen, o Surrealismo, Ruben A., Natália Correia, Alexandre O'Neill, José Cardoso Pires, Augusto Abelaira, Manuel Alegre e Yvette K. Centeno. Na diversidade destes escritos reconhecerá o leitor as escolhas, os gostos, as curiosidades e as intuições que fazem o timbre de uma voz crítica.
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Novas Cartas Portuguesas«Reescrevendo, pois, as conhecidas cartas seiscentistas da freira portuguesa, Novas Cartas Portuguesas afirma-se como um libelo contra a ideologia vigente no período pré-25 de Abril (denunciando a guerra colonial, o sistema judicial, a emigração, a violência, a situação das mulheres), revestindo-se de uma invulgar originalidade e actualidade, do ponto de vista literário e social. Comprova-o o facto de poder ser hoje lido à luz das mais recentes teorias feministas (ou emergentes dos Estudos Feministas, como a teoria queer), uma vez que resiste à catalogação ao desmantelar as fronteiras entre os géneros narrativo, poético e epistolar, empurrando os limites até pontos de fusão.»Ana Luísa Amaral in «Breve Introdução» -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
O PríncipeUm tratado clássico sobre a política ou a arte de bem governar que, embora tenha sido escrito no século XVI, mantém toda a sua atualidade, podendo facilmente transpor-se para os dias de hoje. Inspirado na figura de César Bórgia e na admiração desmedida que manifestava por ele, Maquiavel faz uma abordagem racional para aconselhar os aspirantes a líderes, desenvolvendo argumentos lógicos e alternativas para uma série de potenciais problemas, a forma de lidar com os domínios adquiridos e o tratamento a dar aos povos conquistados, de modo consolidar o poder. Obra de referência e de um pragmatismo radical e implacável. -
Obras Completas de Maria Judite de Carvalho - vol. I - Tanta Gente, Mariana - As Palavras PoupadasA presente coleção reúne a obra completa de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Herdeira do existencialismo e do nouveau roman, a sua voz é intemporal, tratando com mestria e um sentido de humor único temas fundamentais, como a solidão da vida na cidade e a angústia e o desespero espelhados no seu quotidiano anónimo.Observadora exímia, as suas personagens convivem com o ritmo fervilhante de uma vida avassalada por multidões, permanecendo reclusas em si mesmas, separadas por um monólogo da alma infinito.Este primeiro volume inclui as duas primeiras coletâneas de contos de Maria Judite de Carvalho: Tanta Gente, Mariana (1959) e As Palavras Poupadas (1961), Prémio Camilo Castelo Branco. Tanta Gente, Mariana «E a esperança a subsistir apesar de tudo, a gritar-me que não é possível. Talvez ele se tenha enganado, quem sabe? Todos erram, mesmo os professores de Faculdade de Medicina. Que ideia, como havia ela de se enganar se os números ali estavam, bem nítidos, nas análises. E no laboratório? Não era o primeiro caso? Lembro-me de em tempos ter lido num jornal? Qual troca! Tudo está certo, o que o médico disse e aquilo que está escrito.» As Palavras Poupadas (Prémio Camilo Castelo Branco) «- Vá descendo a avenida - limita-se a dizer. - Se pudesse descer sempre - ou subir - sem se deter, seguir adiante sem olhar para os lados, sem lados para olhar. Sem nada ao fim do caminho a não ser o próprio fim do caminho. Mas não. Em dado momento, dentro de cinco, de dez minutos, quando muito, terá de se materializar de novo, de abrir a boca, de dizer «vou descer aqui» ou «pare no fim desta rua» ou «dê a volta ao largo». Não poderá deixar de o fazer. Mas por enquanto vai simplesmente a descer a avenida e pode por isso fechar os olhos. É um doce momento de repouso.» Por «As Palavras Poupadas» vai passando, devagar, o quotidiano anónimo de uma cidade, Lisboa, e dos que nela vivem. type="application/pdf" width="600" height="500"> -
Espanha e Catalunha - Choque entre NacionalismosA Constituição espanhola, aprovada em referendo em 1978, num período de transição para a democracia, consagra a Espanha como uma nação que pode comportar várias nacionalidades. Esta foi, à época, a formulação jurídico-constitucional encontrada para acomodar as diferentes aspirações de autonomia ou independência (como no caso do País Basco) de várias regiões, em especial a Catalunha, o País Basco e a Galiza. Durante décadas, estas aspirações estiveram adormecidas, com a excepção evidente do País Basco, onde uma facção radical, a ETA, quis impor o seu projecto independentista através da luta armada.Foi a crise económica, a par de uma revolução gradual no sistema político bipartidário espanhol, que reavivou a aspiração independentista da Catalunha, culminando nos acontecimentos de 2017: um referendo (considerado ilegal à luz da Constituição) e a declaração unilateral de independência (a DUI). O Estado espanhol, dominado por algumas franjas nacionalistas, reagiu, a sociedade catalã dividiu-se e os acontecimentos precipitaram-se.Esta obra visa facultar ao leitor o necessário enquadramento histórico-político para perceber a evolução dos acontecimentos. -
A Zona de InteresseUm dos mais polémicos romances das últimas décadas. O que acontece quando descobrimos quem verdadeiramente somos? E como é que lidamos com essa revelação? Intrépido e original, A Zona de Interesse é uma violenta e obscura história de amor que se desenrola num cenário do mais puro mal o campo de extermínio de Auschwitz , bem como uma viagem às profundezas e contradições da alma humana. -
Memorial do Convento«Um romance histórico inovador. Personagem principal, o Convento de Mafra. O escritor aparta-se da descrição engessada, privilegiando a caracterização de uma época. Segue o estilo: "Era uma vez um rei que fez promessas de levantar um convento em Mafra... Era uma vez a gente que construiu esse convento... Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes... Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido". Tudo, "era uma vez...". Logo a começar por "D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa a até hoje ainda não emprenhou (...). Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, ao encontro de Baltasar. Milhares de léguas andou Blimundo, e o romance correu mundo, na escrita e na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi). Para a nossa memória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis e o outro Sete Luas, a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial dos tristes tempos do rei D. João V.»(Diário de Notícias, 9 de outubro de 1998) -
IlíadaA Ilíada é o primeiro livro da literatura europeia e, sob certo ponto de vista, nenhum outro livro que se lhe tenha seguido conseguiu superá-la – nem mesmo a Odisseia. Lida hoje, no século XXI depois de Cristo, a Ilíada mantém inalterada a sua capacidade de comover e de perturbar. As civilizações passam, mas a cultura sobrevive? É nesse sentido que parece apontar a mensagem deste extraordinário poema épico, que decorre durante o décimo ano da guerra de Tróia, tratando da ira, do heroísmo e das aventuras e desventuras de Aquiles (em luta contra Agamémnon), apresentando-nos personagens como Heitor, Eneias, Helena, Ájax e Menelau, bem como episódios que marcam toda a história da nossa civilização.Nas palavras de Frederico Lourenço, é um «canto de sangue e lágrimas, em que os próprios deuses são feridos e os cavalos do maior herói choram».