O Ministério Público é, nos dias que correm, um ator incontornável dentro do poder judicial. Pese embora a sua crescente responsabilidade, não atingiu ainda um estatuto consensual, constituindo ainda um ator judicial relativamente desconhecido da maioria dos cidadãos em Portugal, em particular sempre que assume funções que ultrapassam a ação penal.
O Ministério Público exerce, no entanto, um papel preponderante como instrumento facilitador e promotor do acesso dos cidadãos ao direito e à justiça, ocupando uma posição de interface entre os tribunais, os serviços de apoio complementares e os cidadãos.
O presente estudo lança-se na análise e avaliação desta realidade, recorrendo, entre outros métodos, à aplicação de um inquérito, numa reflexão sobre a transformação da sua identidade profissional, em particular no que toca ao grau de importância atribuída ao relacionamento com os cidadãos, como estratégia de (re)valorização profissional e de mudança do paradigma de funcionamento dos tribunais.
João Paulo Dias é sociólogo e Mestre em Sociologia do Direito pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e doutorando em Sociologia do Direito na mesma instituição. Investigador do Centro de Estudos Sociais. É, actualmente, e ao mesmo tempo, Gestor de Projectos do Centro de Estudos Sociais. É autor de diversos artigos e livros, entre os quais, Por caminhos da(s) reforma(s) da justiça (2003), com João Pedroso e Catarina Trincão, e O mundo dos magistrados: a evolução da organização e do auto-governo judiciário (2004). Actualmente, debruça-se sobre as questões do Acesso ao Direito e à Justiça, das prodissões jurídicas e do papel do Ministério Público no seio da arquitectura judicial.
Menção Honrosa no Prémio CES para Jovens
O mundo dos magistrados é um tema que apenas recentemente emergiu na sociedade portuguesa. Os casos mediáticos, que transformaram a justiça de "rotina" numa justiça "dramática", no dizer de Boaventura de Sousa Santos, estenderam o "olhar" dos cidadãos aos magistrados. É que a tradicional distância e opacidade no funcionamento dos órgãos de gestão, avaliação profissional e exercício disciplinar das magistraturas têm sido bastante criticadas, não só externamente mas também pelos próprios magistrados. Este estudo propõe, assim, uma análise crítica do Conselho Superior da Magistratura e do Conselho Superior do Ministério Público, questionando os seus modos de actuação e desempenho. A necessária transformação destes órgãos exigirá, por parte dos responsáveis políticos e judiciais, um esforço de adaptação às exigências e expectativas democráticas entretanto construídas no imaginário dos cidadãos.
ÍNDICE
Índice das principais siglas Introdução
Metodologia
CAPITULO 1 -
A globalização das reformas judiciais
CAPÍTULO 2 - Funções e mecanismos de fiscalização do poder judicial.
CAPÍTULO 3 - Poder judicial em Portugal: do 25 de Abril de 1974 ao século XXI
CAPÍTULO 4 - Evolução da organização judiciária: entre 1974 e 2002
CAPITULO 5 - Órgãos de controlo interno: os Conselhos Superiores
CAPÍTULO 6 - Os Conselhos Superiores: comparações internacionais
CAPÍTULO 7 -
O desempenho do Conselho Superior da Magistratura e do Conselho Superior do Ministério Público
CAPÍTULO 8 - Reinventar os Conselhos Superiores, reinventar a prática judiciária
CAPÍTULO 9 - Conclusões
Bibliografia
Este livro é uma singela homenagem ao Padre Correia da Cunha.
Iremos recordar o seu longo percurso de serviço à Igreja e à Comunidade. Nestas poucas
linhas, queremos apenas reviver o Padre Correia da Cunha como um grande amigo de todos os
seus semelhantes e principalmente dos muitos jovens da Paróquia de São Vicente de Fora.
A história do Pe. José Correia da Cunha é muito rica. Era um orador admirado. Um homem de
fé, profundamente altruísta e magnânimo, de uma grande bondade e honradez. O seu
apuradíssimo gosto pelas artes e cultura literária tornaram-no um dos mais brilhantes e
cultos clérigos do Patriarcado de Lisboa.
O Pe. Correia da Cunha era um homem simples que nos habituámos a ver na sua modéstia e na
sua simpatia. Queremos neste retrato salientar a vida deste amigo que desejamos ajudar a
conhecer, nesta manifestação de alto apreço e admiração ao incomparável génio de Padre
Correia da Cunha.
A sua memória deverá continuar viva e a iluminar o caminho de quantos o conheceram, assim
como daqueles que não tiveram esse privilégio.
Cumpre-nos agradecer com a maior gratidão, apresentando os nossos sinceros agradecimentos
às pessoas de Eng.º Acácio Cunha e Fernando Cunha, respectivamente sobrinho e irmão, que
nos possibilitaram acesso ao espólio fotográfico de Padre
Correia da Cunha.
O encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham.