O Princípio da Incerteza: Manoel de Oliveira / Agustina Bessa-Luís
O livro centra-se em oito filmes de Manoel de Oliveira que contaram com a participação de Agustina ou que partiram de romances da sua autoria (Francisca; Party; Vale Abraão; Porto da Minha Infância; O Convento; O Princípio da Incerteza; Espelho Mágico e Visita; Memórias ou Confissões). Foram convidados vários autores a escrever sobre cada um deles, Leonor Baldaque, Inês Pedrosa, Rosa Martelo, Catherine Dumas, Ricardo Vieira Lisboa e Isabel Pires de Lima.
A publicação conta ainda com uma seleção de correspondência entre Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luís, documentação inédita e uma seleção de fotografias e fotogramas dos filmes e uma introdução de António Preto, diretor da Casa do Cinema e curador da exposição.
| Editora | Relógio d' Água |
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| Editora | Relógio d' Água |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Manoel de Oliveira, Agustina Bessa-Luís |
Manoel Cândido Pinto de Oliveira nasceu a 11 de dezembro de 1908, no Porto. Foi o realizador com a mais longa carreira da história do cinema, num total de 84 anos entre a sua estreia na realização (Douro, Faina Fluvial, em 1931) e o seu último filme (Um Século de Energia, em 2015). Com uma filmografia que inclui mais de cinquenta títulos, foi o único cineasta a passar do cinema mudo ao cinema sonoro, do preto e branco à cor e da película de nitrato ao suporte digital. Conhecido como "o Mestre”, Manoel de Oliveira foi reconhecido internacionalmente pelos mais importantes festivais de cinema do mundo como expoente da arte cinematográfica e também pela sua longevidade, recebendo o título de "mais velho realizador em atividade”, uma vez que continuou a filmar até aos 106 anos.
Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, Amarante, a 15 de Outubro de 1922. A sua infância e adolescência são passadas nesta região, cuja ambiência marcará fortemente a obra da escritora. Estreou-se como romancista em 1948, com a novela Mundo Fechado, tendo desde então mantido um ritmo de publicação pouco usual nas letras portuguesas, contando até ao momento com mais de meia centena de obras.
Tem representado as letras portuguesas em numerosos colóquios e encontros internacionais e realizado conferências em universidades um pouco por todo o mundo.
Foi membro do conselho directivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma, 1961-1962).
Entre 1986 e 1987 foi Directora do diário O Primeiro de Janeiro (Porto). Entre 1990 e 1993 assumiu a direcção do Teatro Nacional de D. Maria II (Lisboa) e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social.
É membro da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres (Paris), da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, tendo já sido distinguida com a Ordem de Sant'Iago da Espada (1980), a Medalha de Honra da Cidade do Porto (1988) e o grau de "Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres", atribuído pelo governo francês (1989).
É em 1954, com o romance A Sibila, que Agustina Bessa-Luís se impõe como uma das vozes mais importantes da ficção portuguesa contemporânea. Conjugando influências pós-simbolistas de autores como Raul Brandão na construção de uma linguagem narrativa onde o intuitivo, o simbólico e uma certa sabedoria telúrica e ancestral, transmitida numa escrita de características aforísticas, se conjugam com referências de autores franceses como Proust e Bergson, nomeadamente no que diz respeito à estruturação espácio-temporal da obra, Agustina é senhora de um estilo absolutamente único, paradoxal e enigmático.
Vários dos seus romances foram já adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira, de quem é amiga e com quem tem trabalhado de perto. Estão neste caso Fanny Owen ("Francisca"), Vale Abraão e As Terras do Risco ("O Convento"), para além de "Party", cujos diálogos foram igualmente escritos pela escritora. É também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para teatro e encenado por Filipe La Féria (Teatro Nacional D. Maria II, 1995).
Em Maio de 2002 Agustina Bessa-Luís é pela segunda vez contemplada com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), relativo a 2001, com a obra O Princípio da Incerteza - Jóia de Família, obra que Manoel de Oliveira adaptou ao cinema com o título "O Princípio da Incerteza", e que foi exibido dias antes da atribuição deste prémio, no Festival de Cannes.
Agustina Bessa-Luís foi distinguida com os prémios Vergílio Ferreira 2004, atribuído pela Universidade de Évora, pela sua carreira como ficcionista, e o Prémio Camões 2004, o mais alto galardão das letras em português.
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Ensaios e Artigos (1951-2007) - 3 VolumesOs textos reunidos nos três volumes Agustina Bessa-Luís - «Ensaios e Artigos (1951-2007)», publicados na coleção Série de Cultura Portuguesa das edições da Fundação Calouste Gulbenkian iniciada com a obra «Elogio do Inacabado» (2014) da mesma autora, são o resultado de dois anos (2014 e 2015) de investigação, recolha e organização de textos publicados pela escritora Agustina Bessa-Luís em diversos órgãos de comunicação social, num período compreendido entre 1951 e 2007.Recolha e organização de Lourença Baldaque. -
Camilo - Génio e FiguraUm dos grandes romancistas portugueses observado, com extrema agudeza, pela maior escritora do nosso tempo. Agustina Bessa-Luís tem uma devoção particular por Camilo Castelo Branco. A sua escrita, senão mesmo a sua concepção romanesca, deriva da camiliana. E o seu fascínio estende-se para além do romancista, indo ao encontro do homem: Camilo teve uma vida atribulada, passional e impulsiva. Uma vida tipicamente romântica. Ao vasto panorama das obras sobre o autor do Amor de Perdição, soma-se agora este novo livro de Agustina Bessa-Luís. Em «Camilo: Génio e Figura» encontram-se finalmente reunidos os mais representativos textos camilianos da autora. Por um lado, são artigos, ensaios e conferências. Por outro lado, duas peças de teatro inéditas. Camilo como autor e Camilo como personagem, um dos grandes romancistas portugueses observado, aliás com extrema agudeza, pela maior escritora do nosso tempo. Camilo por Agustina. -
A Sibila«O que Sibila e sua descendência significam não precisa de ser sublinhado por contraste. Mas esse mundo romanesco, pelo seu simples aparecimento, deslocou o centro da atenção literária.» Eduardo Lourenço -
Dentes de Rato«Lourença tinha três irmãos. Todos aprendiam a fazer habilidades como cãezinhos, e tocavam guitarra ou dançavam em pontas dos pés. Ela não. Era até um bocado infeliz para aprender, e admirava-se de que lhe quisessem ensinar tantas coisas aborrecidas e que ela tinha de esquecer o mais depressa possível. O que mais gostava de fazer era comer maçãs e deitar-se para dormir.» Assim começa este livro que Agustina Bessa-Luís escreveu para os leitores mais novos. Se lermos um pouco mais ficamos a saber porque é que Lourença era conhecida como «Dentes de Rato» e muitas outras coisas. As ilustrações são de Mónica Baldaque. O resultado é um clássico moderno da literatura infantil portuguesa. -
Vale Abraão«Aprende-se com ela como as trevas são claras e como tudo é excepcional.» Do Prefácio de António Lobo Antunes -
Fanny Owen«Não significa tal que este livro não arda. O que acontece dentro é um desses fenómenos cuja potência afunda um continente ou levanta das cinzas uma ilha.» Do Prefácio de Hélia Correia -
Os Meninos de Ouro«Ousado sem ser original, José detesta compromissos, cedências, afasta os aliados, seduz os adversários. Não é essencialmente um governante, nem um tribuno, é alguém que carrega uma angústia, que se sente culpado sem ter feito nada de mal, que vê os obstáculos como castigos.» Do Prefácio de Pedro Mexia -
Deuses de Barro«“Nós devemos escrever sobre aquilo que conhecemos”, foi sempre o conselho dado por Agustina aos que se iniciavam na escrita. E foi por onde também começou — pelo mundo rural que tão bem conhecia, a Casa do Paço, em Travanca, aquele mundo fechado que frequentara em criança e adolescente, onde o convívio com as tias Maria e Amélia, sobretudo Amélia (a Sibila), fora o exemplo para a sua vida, um legado de sabedoria transmitido como uma profecia. As duas últimas páginas d’A Sibila testemunham, numa linguagem oracular, como num transe arrepiante e comovente, pela revelação do profundo, a transmissão de um destino, que ela, Agustina, terá de continuar a cumprir, depois da morte da Sibila. Deuses de Barro, se por um lado é um esboço para a descoberta dos mundos fechados que integram estes três romances iniciais, por outro, representa já um grito de liberdade, ousadia, revolta e desafio contra os deuses de barro que nos vigiam, nos tolhem, com quem somos obrigados a conviver e a venerar.» Do PrefácioEscrito aos dezanove anos por Agustina Bessa-Luís, Deuses de Barro permaneceu inédito até hoje. -
O Mosteiro«As irmãs Teixeiras, Assunta e Matilde, sobretudo, mesmo a resvalar, caminham direitas, sem a melancolia indolente da aristocracia falida, com a diligente prudência dos desiludidos. Aquele contínuo movimento esconde, para quem está de fora, o declínio, (...)» -
A Ronda da Noite«Para os Nabasco, A Ronda da Noite acaba por funcionar como um espelho onde se refletem todas as suas aspirações, diversas consoante os que nele se vêem retratados ou simplesmente sugeridos.» Do Prefácio de António Mega Ferreira.
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A Realização CinematográficaConcebido como manual para os estudantes das escolas de cinema, este livro responde também à curiosidade comum de saber como se faz um filme. É ainda uma introdução bastante acessível à linguagem do cinema, de grande utilidade para os técnicos e os profissionais pelo seu carácter acentuadamente prático. -
Dicionário do Cinema Português 1895-1961Livro de referência sobre o Cinema Português, aqui se encontra repertoriada, para o período 1895-1961, a totalidade dos filmes de longa-metragem de ficção, bem como as principais curtas e médias metragens. O Dicionário comporta ainda entradas traçando a carreira dos mais destacados realizadores, atores, diretores de fotografia, produtores, compositores musicais, argumentistas e outros técnicos. Num trabalho que se quer factual e rigoroso, o autor não esqueceu um olhar crítico sobre os objetos em análise. Um livro imprescindível a todos quantos se interessam pelo cinema ou pelas artes do espetáculo em geral. -
Janela Indiscreta - O que Dizem as Estrelas15 anos de conversas, 25 grandes entrevistados. Ao longo de 30 anos de carreira na televisão, Mário Augusto realizou mais de duas mil entrevistas de cinema, sendo o jornalista português que mais estrelas entrevistou. Com algumas, a convivência e os reencontros enriqueceram as conversas, que foram muito para além do mais recente filme ou escândalo de Hollywood. Nos 15 anos do Janela Indiscreta, Mário Augusto selecionou as suas melhores entrevistas a 25 dos maiores nomes da indústria cinematográfica. Ilustrado com caricaturas certeiras de André Carrilho. Tal e qual! Com prefácio de Daniela Ruah. -
Sinais de Vida. Werner Herzog e o CinemaA figura de Werner Herzog emerge em toda a sua complexidade num estudo aprofundado das suas obras, acompanhado por uma entrevista longa e inédita com o cineasta alemão. A aura de realizador de extremos e aventuroso, capaz de defrontar todo o tipo de perigos para levar até ao fim os seus filmes, faz parte de um mito fascinante mas redutor. O próprio Herzog afirma aqui ser sobretudo um "contador de histórias". O seu olhar inconfundível sobre os cantos mais remotos e inóspitos do nosso planeta definem-no como um pesquisador de histórias, um explorador de visões apaixonado, guiado pela câmara em busca do momento de "verdade extática" escondida nos rostos, nos lugares e nas paisagens. -
O Estilo Transcendental no Cinema - Ozu, Bresson, DreyerO aclamado realizador e argumentista Paul Schrader revisita e atualiza neste livro a sua abordagem ao «slow cinema» dos últimos cinquenta anos. Ao contrário do realismo psicológico que domina o cinema, o estilo transcendental expressa um estado espiritual por meio de um trabalho de câmara austero e de uma representação desprovida de autoconsciência.Este texto seminal analisa a obra de três grandes cineastas - Yasujiro Ozu, Robert Bresson e Carl Th. Dreyer - e propõe uma linguagem dramática comum usada por estes realizadores de culturas tão diversas.