O Templo Dourado
Mizoguchi, rapaz de frágil constituição e gago de nascença, vive complexado, ostracizado do mundo e desde a infância fascinado com o famoso Templo Dourado de Quioto. Quando integra aquele espaço como seu aluno, a perfeição estética da estrutura torna-se para ele uma obsessão, o exemplo da excelência, o objeto único do seu desejo, e o mundo exterior perde ainda mais relevância. Mas à medida que vê desenharem-se nas paredes do templo leves indícios de falhas, Mizoguchi convence-se de que o verdadeiro caminho para a Beleza reside num só ato, de libertadora violência. A partir de um incidente real ocorrido em 1950, “O Templo Dourado” espelha brilhantemente as paixões e as agonias de um jovem no Japão do pós-Segunda Guerra Mundial, tendo ficado inscrito como um dos mais importantes romances de Yukio Mishima.
| Editora | Livros do Brasil |
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| Editora | Livros do Brasil |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Yukio Mishima |
Yukio Mishima, novelista e dramaturgo, pseudónimo de Kimitake Hiraoka, nasceu em Tóquio em 1925 e suicidou-se de forma mediática, praticando o ritual japonês seppuku, a 25 de novembro de 1970, manifestando assim a sua discordância perante o abandono das tradições japonesas e a aceitação acrítica de modelos consumistas ocidentais. O idealismo que enforma a sua obra e conduzirá a sua vida está enraizado no tradicionalismo militar e espiritual dos samurais, e a sua conceção da arte liga-se a um elevado culto da alma e do corpo. Mishima é um dos mais conhecidos escritores japoneses, várias vezes apontado como candidato ao Prémio Nobel da Literatura, e autor de obras inesquecíveis como Confissões de Uma Máscara (1948), O Templo Dourado (1956) ou O Marinheiro Que Perdeu as Graças do Mar (1963).
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O Templo DouradoDe débil constituição física e gago de nascença, Mizoguchi é o único filho de um padre Zen de uma localidade remota do Japão. Ao longo de toda a sua vida, Mizoguchi sente-se diminuído e complexado com a sua gaguez, o que o leva a isolar-se dos outros e do mundo.Quando chega o momento, vai estudar para padre no Templo Dourado, em Kyôtô, cumprindo o desejo do pai.Desde cedo preocupado com a Beleza, Mizoguchi vem a desenvolver com o templo uma relação de dependência obsessiva, que constitui um outro obstáculo à sua interacção com o mundo exterior. Para ele, o Templo Dourado era a encarnação última e suprema da Beleza, conceito que esmaga toda a existência de Mizoguchi.Com a Segunda Guerra Mundial e o Japão do pós-guerra como cenário, O Templo Dourado é quase um monólogo interior que espelha a repressão e a obsessão de Mizoguchi, das quais este se liberta num final preverso. -
Confissões de uma Máscara“As Confissões de uma Máscara não são, assim, outra coisa do que a análise, perante si próprio, dos anos de juventude de Yukio Mishima. Di-lo claramente, ao apresentar o seu trabalho de escrita como um esforço no sentido da autodisciplina que se impusera desde a adolescência. Um rigor assim não se dirige a Deus nem aos homens: porventura, é dentro de si que encontra a força e a razão de escrever. Sem dúvida, é da urgência da palavra que se alimenta.”António Mega Ferreira, na introdução a este livro. -
Morte em Pleno Verão«As crianças cansaram-se do castelo de areia. Desataram a correr para que a água jorrasse das poças à beira das ondas. Acordada do pequeno e tranquilo universo pessoal para o qual tinha resvalado, Yasue correu atrás delas.» Este livro reúne alguns dos melhores e mais inspiradores contos de Yukio Mishima. -
Vida à VendaUma das últimas obras escritas por Yukio Mishima, publicada originalmente nas páginas da edição japonesa da revista Playboy ao longo de 1968, Vida à Venda só recentemente foi descoberta pelo grande público, conquistando nos últimos anos novos leitores japoneses e merecendo traduções em vários pontos do mundo.Farto dos seus dias, e depois de uma tentativa frustrada de suicídio, Hanio Yamada, jovem publicitário, decide pôr um anúncio no jornal: «Vendo a minha vida. Pode utilizá-la conforme as suas conveniências.» A partir desse momento, uma série de personagens estranhas virão ao seu encontro – uma mulher vampira, espiões, uma jovem viciada em LSD – e, peripécia após peripécia, entre o humor e a frieza, Hanio depara-se sucessivamente com algo que o impede de se desfazer da sua existência.Original, irreverente, jocoso, este romance propõe um excêntrico passeio pelas profundas considerações do autor sobre a morte e o valor da vida. -
Confissões de Uma MáscaraÉ a voz de um jovem no Japão do pós-Segunda Guerra Mundial aquela que se confessa neste livro. Um jovem com uma infância solitária, que fracassa no amor quando se envolve com uma colega da irmã, que obsessivamente reflete sobre a morte e sobre a beleza e que é dominado por um brutal desejo de um outro rapaz, cujo corpo imagina perfurado de setas, tal como o São Sebastião de Guido Reni. Um jovem que, no rígido Japão imperial onde não há lugar para impulsos transgressivos, tem de usar uma máscara, sempre, a todo o custo. Romance autobiográfico, poderoso e comovente, Confissões de Uma Máscara foi o segundo livro publicado por Yukio Mishima, então com 24 anos, e consagrou-o de imediato como um dos mais importantes autores japoneses do pós-guerra. A tradução para português, revista para esta edição, é de António Mega Ferreira. -
Depois do BanqueteKazu percorria o jardim; não sendo casada, encontrava nisso um perfeito prazer físico e uma ocasião para meditar em completa liberdade. Durante todo o dia, tagarela, cantava: nunca estava só. Apesar de estar habituada a receber visitantes, acabava por ficar fatigada. O seu passeio matinal provava-lhe que o seu coração apaziguado já não estava perturbado pelo amor."O amor já não atrapalha a minha existência." Enquanto admirava a forma como os raios de um sol esplêndido, que passavam entre as árvores ainda mergulhadas na bruma, faziam realçar o verde do musgo que atapetava o seu caminho, Kazu sentiu-se penetrada por esta verdade um pouco melancólica. Estava desde há muito tempo afastada dos pensamentos de amor. A recordação do seu último amor já ia longe. "Tornei-me invulnerável a todos os perigos do amor", dizia ela. -
O Marinheiro Que Perdeu as Graças do MarRapazes de treze anos, Noboru e o seu grupo rejeitam os valores do mundo dos adultos, tão voláteis às paixões, tão desligados do verdadeiro sentido da existência. Quando a sua mãe conhece o marinheiro Ryuji e se envolve com ele, o rapaz fascina-se com as histórias de aventuras no alto-mar, com a coragem e a calma daquele homem, com a solidez do seu corpo. Mas o grupo não se rende facilmente a encantos e, assim que o marinheiro desilude os seus ideais fundamentalistas, montam e põem em marcha um cruel plano de vingança. Um dos mais breves e poderosos romances da obra de Yukio Mishima, O Marinheiro Que Perdeu as Graças do Mar foi publicado originalmente em 1963, revelando um olhar de um radicalismo brutal sobre a honra perdida de uma sociedade japonesa irremediavelmente transformada pela guerra. -
Neve de PrimaveraVolvidos mais de vinte anos desde o último esforço para dar a conhecer uma antologia de poesia catalã aos leitores portugueses, Resistir ao Tempo é um novo fôlego na promoção desse território prenhe de vozes singulares. Desde as suas origens até à atualidade, esta antologia entrega-nos encapsulada uma Catalunha por descobrir. Desenhada pela mão dos organizadores e tradutores Àlex Tarradellas, Rita Custódio e Sion Serra Lopes é-nos assim explicado o título deste projeto: «Ao longo da selecção, o leitor vai poder comprovar que muitos dos poemas abordam a passagem do tempo com conotações muito diversas. Termos como a saudade portuguesa, a morriña galega, a nostalgia e a enyorança catalã são uma prova de que o tempo é uma constante em toda a poesia. [...] Pode parecer utópico, mas, como disse Gabriel Celaya, «la poesía es un arma cargada de futuro». Joan Brossa tem um poema visual no qual também define a poesia como uma arma. E a melhor arma para resistir ao tempo é a poesia. Que nunca se esgote a pólvora dos versos.» -
Cavalos em FugaIsao é um jovem japonês patriótico e admirador fanático dos ensinamentos dos antigos samurais. Convicto de que um grupo de novos políticos e industriais está a macular a honra do país e a usurpar os legítimos poderes do imperador, põe em marcha um plano terrorista, com o objetivo de violentamente repor a ordem devida. Juiz em Osaka, Shigekuni Honda vê-se profundamente impressionado pelo vigor puro e apaixonado de Isao, e acredita ser ele a reencarnação de Kiyoaki Matsugae, seu amigo desaparecido de forma trágica há vinte anos. Terá agora uma nova oportunidade para o salvar? Segundo romance da tetralogia Mar da Fertilidade, Cavalos em Fuga é uma reflexão sobre a existência e a crónica de uma conspiração que traz à superfície as raízes das transformações que serviram de rastilho à entrada do Japão na Segunda Guerra Mundial. -
O Templo da Alvorada - O Mar da Fertilidade IIIO Templo da Alvorada é o terceiro volume da magistral tetralogia de Yukio Mishima, «Mar da Fertilidade». No início dos anos quarenta, Shigekuni Honda, agora um reputado advogado, viaja do Japão para a Tailândia com o objetivo de resolver uma disputa legal. Na sua juventude, convivera em Tóquio com dois príncipes tailandeses, que gostaria de reencontrar, mas acaba por ser com outro elemento daquela Casa Real que lhe é concedida uma audiência: uma princesa de sete anos que todos consideram louca. A impressão que ela causa em Honda é inescapável: será possível que o seu amigo Kiyoaki Matsugae tenha voltado a reencarnar? Numa busca apaixonada pela iluminação do espírito e procurando a todo o custo confirmar esta crença, à medida que a menina se torna uma bela mulher, Honda leva a sua obsessão a níveis extremos. No pano de fundo, explodem as bombas da Segunda Guerra Mundial até à subjugação japonesa perante as forças ocidentais.
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».