Os Burgueses
No seguimento de Os Donos de Portugal e Os Donos Angolanos de Portugal, Francisco Louçã, João Teixeira Lopes e Jorge Costa em Os Burgueses oferecem-nos a caracterização de alguns dos elementos mais marcantes para a hereditariedade vida da burguesia portuguesa no séc. XX e nos nossos dias, tocando em pontos como o consumo, a educação ou as escolas e explorando a mecânica da pertença e da transmissão da condição de burguês.
Um retrato direto, concreto e muitíssimo bem fundamentado da classe detentora do poder e da influência em Portugal do século XXI.
| Editora | Bertrand |
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| Editora | Bertrand |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Francisco Louçã, Jorge Costa, João Teixeira Lopes |
João Teixeira Lopes tem 54 anos e é sociólogo. Trabalha como professor e investigador na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Coordena o Instituto de Sociologia. Tem publicado nos domínios da sociologia das desigualdades, cultura, juventude e educação.
Francisco Louçã é economista, professor catedrático na Universidade de Lisboa (ISEG). Publicou nos anos recentes uma trilogia sobre as classes sociais em Portugal, com João Teixeira Lopes, Jorge Costa e Lígia Ferro (Os Burgueses, 2014; As Classes Populares, 2017; e As Classes Médias, 2019), um estudo sobre a crise financeira (Sombras, 2017, com Michael Ash) e Não Posso Ser Quem Somos? (2020, com Andrea Peniche, Bruno Sena Martins e Cristina Roldão). Foi deputado e é membro do Conselho de Estado.
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Portugal Agrilhoado - A Economia Cruel na Era do FMIA crise, sempre a crise. Desemprego como nunca, perda de salários, aumento de impostos, uma dívida externa que arruína o país, FMI à porta, tudo temperado com vagos escândalos financeiros demasiado próximos do poder político. A economia era um mistério, agora é uma ameaça. Este livro afirma que esta crise não é uma inevitabilidade, é antes a consequência da corrupção da economia, da degradação da estrutura produtiva, da destruição do trabalho, da ganância financeira. E é uma escolha de governantes, apoiados na pretensão científica absolutista de muitos economistas, que aspiram a criar um século de precarização. Ou, como cantam os Deolinda: e fico a pensar/que mundo tão parvo/para ser escravo é preciso estudar. Este curso para o horror económico tem que ser vencido. O livro convida os leitores a discutirem a crise no tempo do FMI, a analisarem as teorias económicas, a conhecerem os problemas e a escolherem o que vai ser da nossa vida. -
Escolas SingularesEscolas Singulares visa sistematizar os principais resultados do projecto Observatório dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária, assente na ambição de constituir uma plataforma que desenvolva planos de observação e avaliação sistemáticos sobre os territórios educativos de intervenção prioritária (TEIP). Os TEIP foram implementados em Portugal em 1996 tendo, desde então, sofrido alguns avanços e recuos na sua concretização. Com uma fortíssima incidência nas áreas metropolitanas de Lisboa e de Porto, os TEIP têm-se orientado quer para uma acção compensatória, baseada no princípio de que o sistema pode e deve compensar a desigualdade através de uma prioridade em termos de meios (dar mais a quem tem menos) e de atenção (projectos, formação, avaliação); quer para o reforço da fecunda dialéctica «recentragem sobre a escola/abertura através de parcerias» e de contacto activo com o território envolvente, os seus recursos, instituições e populações (que se traduz numa certa territorialização das políticas educativas e na própria ideia de «projecto educativo»); quer na criação de infraestruturas (pavilhões desportivos, refeitórios, bibliotecas escolares), quer, ainda, numa integração dos ciclos de ensino (já que as descontinuidades acentuam as fragilidades do sistema) e no combate ao absentismo, abandono e insucesso escolares. -
Geração Europa? Um Estudo Sobre a Jovem Emigração Qualificada para FrançaEste livro, resultado de uma encomenda da Direção-Geral das Comunidades Portuguesas e dos Assuntos Consulares, apresenta um estudo exploratório sobre um perfil particular ainda desconhecido e estatisticamente invisível de emigração portuguesa: a jovem emigração qualificada para França a partir da crise económica e social de 2008. Conciliando abordagens quantitativas (análise secundária de dados estatísticos e inquérito por questionário) e qualitativas (entrevistas em profundidade e retratos sociológicos), o estudo baseia-se ainda na análise de percursos biográficos dos jovens emigrantes, resgatando as suas experiências, atitudes, valores e opiniões, particularmente centradas na vontade de superar as prisões das margens e transições juvenis precárias, interrogando o leitor sobre a existência de uma "geração Europa", na encruzilhada de processos de mudança e de permanência na sociedade portuguesa. -
O Futuro Já Não É o Que Nunca Foi - Uma Teoria do PresenteUma teoria do presente «Todo o futuro é fabuloso», escreve Alejo Carpentier. Será? E será uma fábula feliz ou uma efabulação quimérica? A resposta está no presente, aquele que hoje vivemos, que é o de uma sociedade de medo. Foi isto que desaprendemos com a pandemia: o medo dos outros ou de nós próprios fechou-nos numa vida em zapping, mergulhou-nos em identidades ilusórias no Facebook, avassalou-nos com imagens dominadas pelo tribalismo – seja de religiões fanatizadoras, seja de supremacismo agressivo. O nosso mundo está a mudar e ressurgem fantasmas do passado, a necropolítica, que usa a destruição como normalização, e a bufonaria, que eleva títeres ao poder fazendo com que, como adivinhava Foucault, «o grotesco seja um dos procedimentos essenciais da soberania arbitrária». O Futuro Já Não É o Que Nunca Foi discute esta modernidade destroçada. Mostra como o predomínio da intoxicação nas redes sociais constitui uma tecnologia da razão sonâmbula, com um regime de avalancha que esgota a informação e que se constitui como arma do capitalismo tardio, com a plataformização do trabalho e a vigilância dos dados da nossa vida. Tornámo-nos cobaias do maior espaço social que existe, sem regras que não sejam as da privatização por um mercado totalitário, e é nele que nasce a agressividade da extrema-direita trumpista, ou da multidão dos seus seguidores. A resposta, urgente, é a luta pela democracia como força emancipatória e como responsabilidade social. Este livro propõe-lhe que nem espere nem desespere: é no presente que definimos a nossa vida. -
ElasHistórias de sucesso académico de jovens mulheres de classes populares e o que estas nos dizem sobre a sociedade.Elas é um livro sobre jovens mulheres das classes populares com um elevado sucesso académico na Universidade. Partindo das suas narrativas de vida, cruzando passado, presente e antecipação do futuro, percorrem-se domínios como a infância e a família; o percurso escolar; as sociabilidades; a intimidade, o amor e a sexualidade; os lazeres e as práticas culturais; as atitudes face às desigualdades de classe e de género e, ainda, a relação com a religião e a política. Exercício compreensivo de uma sociologia rente ao chão, este estudo pode ser lido de várias maneiras: através das histórias contadas na primeira pessoa e dos objectos escolhidos pelas entrevistadas ou pelo olhar do sociólogo, na sua tentativa de abordar as estruturas sociais de um país sem esquecer as singularidades das vidas e das pessoas.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»