Os Contos - 1.º volume
Nos seus quarenta anos de vida, Franz Kafka publicou ao todo sete livros, número que, afinal, corresponde a muito menos de metade do que efectivamente escreveu e do que viria a ser publicado após a sua morte. São esses os livros que aqui se reúnem em volume, aos quais se acrescenta uma série de pequenas ficções saídas apenas em revistas e jornais sem terem sido na altura coligidas em livro.
As traduções dos textos (de Álvaro Gonçalves, José Maria Vieira Mendes e Manuel Resende) seguem a edição crítica alemã da S. Fischer Verlag, responsável por uma criteriosa reorganização da obra de Kafka.
| Editora | Assírio & Alvim |
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| Coleção | O Imaginário |
| Categorias | |
| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Franz Kafka |
Franz Kafka nasceu em 1883, em Praga, no seio de uma família da pequena burguesia judia de expressão alemã. Começou a escrever os seus primeiros textos em 1904. Em 1906, terminou os seus estudos universitários, doutorando-se em Direito. Em vida, publicou apenas sete pequenos livros e alguns textos em revistas. De entre estes livrinhos e textos, destaca-se A Metamorfose, que veio a lume em 1915. Esta pequena novela viria a afirmar-se como uma das suas obras de referência. A 3 de junho de 1924, não resistindo à tuberculose diagnosticada em 1917, morre em Kierling, a poucos quilómetros de Viena, deixando três romances fragmentários, que seriam publicados postumamente pelo seu amigo e testamenteiro Max Brod: O Processo (1925), O Castelo (1926) e América (1927), a que se seguiram volumes com contos, cartas e diários. A sua obra, centrada no homem solitário moderno, refém de uma vida absurda, tornar-se-ia uma das mais influentes do mundo literário do século XX.
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Metamorphosis and Other StoriesA brilliant new translation of Kafka´s best-known work, published for the 125th anniversary of his birth. This collection of new translations brings together the small proportion of Kafka´s works that he thought worthy of publication. It includes Metamorphosis, his most famous work, an exploration of horrific transformation and alienation; Meditation, a collection of his earlier studies; The Judgement, written in a single night of frenzied creativity; The Stoker, the first chapter of a novel set in America and a fascinating occasional piece, The Aeroplanes at Brescia, Kafka´s eyewitness account of an air display in 1909. Together, these stories reveal the breadth of Kafka´s literary vision and the extraordinary imaginative depth of his thought. -
Carta ao Pai"Carta ao Pai" (1919), um texto que, tal como o título refere, Kafka dirige ao seu pai, homem severo e de temperamento dominador, com quem o autor foi incapaz de desenvolver uma convivência pacífica. Ao longo da carta, Kafka escreve-lhe sobre o efeito negativo e perverso da educação que recebeu e sobre o sentimento de culpa por não conseguir corresponder com as expectativas. Um livro comovente e de uma sinceridade sufocante, que, tal como os seus romances, conduz-nos para temas como o isolamento, o medo e a vulnerabilidade do homem. -
A MetamorfoseFranz Kafka é um dos mais carismáticos autores do século XX. O corpo das suas obras - na sua maioria , publicadas postumamente - destaca-se entre as mais influentes da literatura deste século. Os seus temas por excelência centram-se em torno do absurdo, da alienação, da obsessão e da culpa que geram nas suas personagens um sentimento de estranhamento. As suas obras definem uma boa parte do que ainda hoje se considera como «literatura moderna» e é considerado um precursor do realismo mágico. A Metamorfose (1912) narra o estranho caso de um caixeiro-viajante que uma manhã acorda transformado num monstruoso insecto. -
O Processo Livro de BolsoSinopse Um belo dia a existência pacata de Joseph K., um bem-sucedido gerente bancário, vê-se abalada quando três homens entram no quarto da pensão onde reside para o prenderem. Não sabe quem o mandou prender nem muito menos do que o acusam sabe apenas que está envolvido num processo obscuro e absurdo que o leva a percorrer as secretarias labirínticas nas quais decorre a instrução, conduzida por juízes menores cuja única incumbência é inquiri-lo. Todos aqueles com quem Joseph K. se cruza parecem saber mais do seu processo do que ele, e quanto mais K. se esforça por se livrar do estranho processo, mais se vê envolvido nele. Escrito em 1914, O Processo acabaria por ser editado apenas depois da morte de Franz Kafka, em 1925. A presente edição é a tradução direta efetuada a partir dos manuscritos em alemão, anulando as alterações efetuadas por Max Brod, o amigo e testamenteiro de Kafka responsável pela publicação desta e de outras obras após a morte do autor. -
A Transformação (A Metamorfose) Livro de BolsoSinopse «Quando uma manhã Gregor Samsa acordou de sonhos inquietos, viu-se na sua cama transformado num monstruoso inseto. Estava deitado de costas, rijas como uma couraça, e, cada vez que levantava um pouco a cabeça, via a barriga castanha, abaulada e dividida por escoras em forma de anéis, no cimo da qual a coberta, prestes a resvalar por completo, mal se aguentava. As suas muitas patas, lastimavelmente delgadas em comparação com o resto do corpo, tremulavam, desamparadas, diante dos olhos. "O que me aconteceu?", pensou ele.» Kafka parte da terrível e inesperada transformação de Gregor num inseto para refletir sobre os temas que caracterizam toda a sua obra: a solidão, o comportamento do ser humano e a sua impotência quando confrontado com o absurdo, sem esquecer a frustração perante uma sociedade cada vez mais burocrática, opressora e desumanizada. A Transformação (A Metamorfose) de Franz Kafka -
Um Artista da Fome e Outros TextosUm Artista da Fome e Outros Textos reúne uma série de contos e pequenas ficções publicadas ainda durante a curta vida de Franz Kafka. As quatro histórias que compõem Um Artista da Fome foram publicadas em separado em diferentes anos, tendo sido reunidas num livro que acabaria por ser publicado já após a morte de Kafka, em 1924. Inclui também uma seleção de pequenos textos publicados em revistas e jornais. -
O ProcessoUm belo dia, Joseph K., um bem sucedido gerente bancário, é subitamente preso no seu próprio quarto, sem saber porquê nem por quem. Vê-se então envolvido num labiríntico e absurdo processo que decorre secretamente algures nas secretarias instaladas nos sótãos e é conduzido por juízes menores, que têm a mera incumbência de o inquirir. Concebido em 1914 (na sequência do doloroso rompimento do noivado com Felice Bauer), de uma forma fragmentária, com capítulos completos e outros por completar, passíveis de serem facilmente deslocados dentro de uma estrutura circular, o romance O Processo — que é em si também um fragmento — constitui para Kafka a forma ideal para expressar a fragmentação do mundo e da realidade em que vive o homem moderno. Nesta perspectiva, O Processo representa um marco na história do romance moderno. A versão que se apresenta aqui é a tradução directa do texto alemão baseado nos manuscritos de Kafka, que anula todas as alterações introduzidas pelo amigo e testamenteiro Max Brod, na sua primeira edição de 1925. -
O FogueiroConta Álvaro Gonçalves, na sua introdução a O Fogueiro, que Kafka, numa carta a Felice Bauer, sua eterna noiva, se refere ao romance O Desaparecido em termos de extremo desprezo e rejeição, considerando que das 400 páginas escritas apenas 56 se aproveitavam, visto serem as únicas que iam ao encontro da coerência, intuição e “verdade interior” por si ambicionadas. O Fogueiro constitui o primeiro capítulo desse romance, publicado numa revista e apresentado ao público na colecção Der Jüngste Tag (O Dia do Juízo), colecção que viria a ser fundamental para a história do expressionismo alemão. O Fogueiro descreve as primeiras horas do jovem Karl Rossmann no porto de Nova Iorque, para onde fora enviado pela famíla, como castigo por ter sido seduzido por uma criada de quem teve um filho. Quando Karl, antes de desembarcar, se lembra de que o seu guarda-chuva ficou para trás, resolve ir procurá-lo, perdendo-se no emaranhado de corredores do navio e acabando por encontrar, numa minúscula cabina, um fogueiro, a quem tentará prestar auxílio. -
Três Cartas a Milena Jesenská“Impressionada com a qualidade da escrita de Kafka, Milena escreve-lhe uma carta, pedindo autorização para traduzir para checo alguns dos seus mais conhecidos textos. Em 1920, sairá então, na revista Kmen, a tradução do fragmento O Fogueiro (a primeira para uma língua estrangeira), a que se seguirão outras de outros pequenos textos de Kafka. Este contacto marca o início de uma longa correspondência entre ambos. O tom amigável e profissional das primeiras cartas de Milena, que Kafka recebe em Merano [Tirol do Sul], onde se encontrava em tratamento, transforma-se gradualmente numa relação epistolar apaixonada que durará cerca de dois anos. […]A correspondência entre ambos é o testemunho da paixão vivida numa situação de turbulência emocional e que, no caso de Kafka, existindo apenas em forma de monólogo, constitui uma tentativa desesperada de confiar à destinatária, em quem encontra a sua alma gémea, os seus mais recônditos segredos.” Álvaro Gonçalves -
Parábolas e Fragmentos"No mundo de Kafka, um mundo em que uma grande diversidade de figuras — humanas, híbridas, animais, sobre-humanas, míticas — se movem no espaço deixado vazio por todas as instâncias de recurso ou de validação universal da acção individual, um vazio que se espelha na própria linguagem — pobre, da omissão, do gesto e do silêncio —, ninguém pensa que pode dar um passo no sentido da verdade, porque ele seria um passo de um inferno para outro. Nesse mundo em que, afinal, ninguém está só, o de uma obra que, como escreveu Barthes, 'se ajusta a toda gente, mas não serve a ninguém' , joga-se um jogo que ninguém pode ganhar. […] A maior parte dos comentadores de Kafka vê as personagens desta grande comédia na situação da espera sem esperança, livres no meio desse palco, e por isso perdidas. Gostaria de poder acreditar que Kafka está a contrariar todos os seus intérpretes futuros, quando escreve num fragmento: 'Nada disso — atravessando as palavras há restos de luz.'"João Barrento no Prefácio a Parábolas e Fragmentos
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
O PríncipeUm tratado clássico sobre a política ou a arte de bem governar que, embora tenha sido escrito no século XVI, mantém toda a sua atualidade, podendo facilmente transpor-se para os dias de hoje. Inspirado na figura de César Bórgia e na admiração desmedida que manifestava por ele, Maquiavel faz uma abordagem racional para aconselhar os aspirantes a líderes, desenvolvendo argumentos lógicos e alternativas para uma série de potenciais problemas, a forma de lidar com os domínios adquiridos e o tratamento a dar aos povos conquistados, de modo consolidar o poder. Obra de referência e de um pragmatismo radical e implacável. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Obras Completas de Maria Judite de Carvalho - vol. I - Tanta Gente, Mariana - As Palavras PoupadasA presente coleção reúne a obra completa de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Herdeira do existencialismo e do nouveau roman, a sua voz é intemporal, tratando com mestria e um sentido de humor único temas fundamentais, como a solidão da vida na cidade e a angústia e o desespero espelhados no seu quotidiano anónimo.Observadora exímia, as suas personagens convivem com o ritmo fervilhante de uma vida avassalada por multidões, permanecendo reclusas em si mesmas, separadas por um monólogo da alma infinito.Este primeiro volume inclui as duas primeiras coletâneas de contos de Maria Judite de Carvalho: Tanta Gente, Mariana (1959) e As Palavras Poupadas (1961), Prémio Camilo Castelo Branco. Tanta Gente, Mariana «E a esperança a subsistir apesar de tudo, a gritar-me que não é possível. Talvez ele se tenha enganado, quem sabe? Todos erram, mesmo os professores de Faculdade de Medicina. Que ideia, como havia ela de se enganar se os números ali estavam, bem nítidos, nas análises. E no laboratório? Não era o primeiro caso? Lembro-me de em tempos ter lido num jornal? Qual troca! Tudo está certo, o que o médico disse e aquilo que está escrito.» As Palavras Poupadas (Prémio Camilo Castelo Branco) «- Vá descendo a avenida - limita-se a dizer. - Se pudesse descer sempre - ou subir - sem se deter, seguir adiante sem olhar para os lados, sem lados para olhar. Sem nada ao fim do caminho a não ser o próprio fim do caminho. Mas não. Em dado momento, dentro de cinco, de dez minutos, quando muito, terá de se materializar de novo, de abrir a boca, de dizer «vou descer aqui» ou «pare no fim desta rua» ou «dê a volta ao largo». Não poderá deixar de o fazer. Mas por enquanto vai simplesmente a descer a avenida e pode por isso fechar os olhos. É um doce momento de repouso.» Por «As Palavras Poupadas» vai passando, devagar, o quotidiano anónimo de uma cidade, Lisboa, e dos que nela vivem. type="application/pdf" width="600" height="500">