Para a maioria dos educadores, Paulo Freire é o principal nome da pedagogia brasileira. Sendo sua obra a mais lida, quiçá a mais aplicada, no Brasil estava a demandar um estudo que se dedicasse a dissecar os fundamentos filosóficos sobre os quais se apoia a Pedagogia do Oprimido. O livro será o único, até o momento, a fazer um contraponto filosófico crítico às teses advogadas na obra de Paulo Freire. O objetivo é suscitar um profícuo debate sobre os rumos da educação brasileira em um momento em que se encontra mergulhada em profunda crise. Passou da hora de se criar no Brasil um ambiente de debate em que as ideias sejam efetivamente discutidas para que se evite a reiteração passiva que impede o avanço do conhecimento. A força do livro está em questionar as certezas ideológicas tratadas como dogmas pela Pedagogia do Oprimido. Isso é crucial porque Freire defende suas teses sem confrontá-las com propostas alternativas. Diante dessa ausência de diálogo, o livro cumpre a tarefa de mostrar por que a obra de Freire é mais um projeto político que uma proposta pedagógica. Com isso, o leitor contará com uma visão diferente das que vêm prevalecendo no campo da pedagogia brasileira.
Este livro disseca as teses fundamentais do coletivismo e do individualismo. O predomínio difuso do coletivismo é em parte fruto de o Estado - na Terra Brasilis - ter surgido antes da sociedade (civil) organizada. Jamais deixou de se manter arraigada a mentalidade presa à expectativa de que as soluções para os aflitivos problemas sociais provenham do Estado executor de grandes projetos de “engenharia social”. O crescente aguerrimento da militância ideológica em nada tem contribuído para o fortalecimento de uma cidadania ativa e vigilante. Entendido como o imperativo de se tratar o ser humano como um fim em si mesmo, o individualismo nada tem a ver com a “lei de Gérson” com presença marcante no Brasil. Até hoje prevalecente entre os doutos e formadores de opinião, a visão de que as disfunções e assimetrias sociais só podem ser resolvidas por meio de contínuas intervenções políticas e jurídicas fomenta uma postura de acomodação que, no extremo, desemboca na crença de que a redenção social resulta da entronização do Governo Ideal. Este livro adota uma abordagem crítica do coletivismo hegemônico e da alternativa individualista procurando apontar suas respectivas implicações ético-políticas.
Em época de profundas transformações comportamentais, com uma crescente diversidade nos modos de viver e conviver, as disciplinas sociais enfrentam, mais do que nunca, o desafio de elaborar teorias cuja capacidade de explicar fatos possa ser aferida em termos de sua cientificidade. Diante de situações especialmente complexas, como a do estranhamento entre modos de perceber e viver que fomentam polarizações, é cada vez maior a necessidade de contar com teorias sociais comprovadamente científicas. Este livro trata da problemática da cientificidade e da atenção especial que recebeu de um de nossos maiores sociólogos: Florestan Fernandes. As críticas feitas neste livro a seu modelo de ciência se fazem acompanhar do reconhecimento do quanto sua obra foi importante para combater a tendência, enraizada na tradição do pensamento social brasileiro, a teorizar sem mostrar preocupação com os crivos capazes de atestarem a credibilidade dos resultados alcançados. As tantas teorias sociais precisam ter suas divergências explicativas cientificamente arbitradas para que deixem de gerar a impressão crescente de que renunciam ao entendimento dos fatos em prol da assunção de posicionamento político-ideológico.
Enquanto outros livros optam por uma visão histórica, este manual guia os leitores pelos meandros da Filosofia Política tal como ela é praticada nos dias de hoje.Esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos aqueles que se interessam por uma reflexão teoricamente alicerçada acerca das sociedades em que vivemos.Aborda muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo.
"30 anos depois da morte de Sá Carneiro, este livro comemora a sua vida e obra política. «Estamos perante um livro que vale a pena reeditar e ler ou reler. A trinta anos da morte de Francisco Sá Carneiro, é difícil saber o que mais nos impressiona no seu vertiginoso percurso político: Se o contraste entre a brevidade da duração e a perenidade do testemunho; Se o contributo decisivo que dá para a criação e idiossincrasia do PPD-PSD, um dos pilares essenciais da nossa Democracia; Se a antevisão que revela dos grandes riscos da deriva da Revolução em 1975; Se a aposta que formula quanto aos maiores desígnios decorrentes daquela deriva: civilizar a Democracia, reformular o regime económico, integrar a Europa e refazer a Lusofonia; Se o exemplo que deixa de uma maneira única de intervir na política: com sentido de Estado, mas alegria e prazer lúdico; com visão estrutural, mas sensibilidade táctica; com coragem e gosto da ruptura, mas sentido humano e dimensão afectiva; com rica conjugação de inteligência, cultura e preocupação com valores. Tudo impressiona, de uma forma ou de outra. » Marcelo Rebelo de Sousa"Ver por dentro:
Nas páginas de «Manual de Geopolítica e Geoestratégia», agora numa nova edição revista e melhorada, a geopolítica é estudada numa perspetiva de inovação discursiva e analítica. À geopolítica clássica - assente em doutrinas sobre o poder nacional, sobre o poder mundial ou sobre a especificidade do poder nuclear - Pezarat Correia contrapõe a nova geopolítica com abordagens desafiantes, como as da ecopolítica, da demopolítica, da geoeconomia ou da biopolítica. E, muito significativamente, debruça-se sobre aquela que é afinal a única razão de ser da disciplina de Relações Internacionais: a Paz. Por outro lado, Pezarat Correia deixa também um desafio à sociedade portuguesa ao constituir um manual no qual se veiculam conceitos e formas de pensar que têm sido frequentemente ignorados pela generalidade das instituições.
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