Os Grandes Mestres da Estratégia - Estudos sobre o poder da Guerra e da Paz
Um dos mais intrigantes argumentos intelectuais surgidos nas últimas décadas respeita ao fatalista estratégico. Será que as decisões e as acções humanas têm influência no futuro? Segundo Richard Taylor (1962), não. Pessoas e grupos, Estados e nações são presas do fixismo.Se concorda, por favor, ignore este livro. Este apresenta e debate ideias, teses e autores que ponderam a vida comunitária numa lógica de gestão do risco associado à soberania.
A estratégia é uma disciplina científica ao serviço dos últimos fins de qualquer poder político: garantir a segurança e a defesa de gentes, de bens e de territórios, se necessário através da ameaça e do uso da força.O conceito superou as amarras da redutora e oitocentista noção de estrita preparação e condução da guerra, para voltar a espraiar-se pelos níveis táctico, operacional e da grande estratégia, através da análise do tempo, da massa crítica e do espaço ao dispor do Estado e dos seus contrários.
Sunzi, Tucídides, Vegetius, Machiavelli, Hobbes, Kant, Bentham, Wilson ou Churchill ilustram o modo como se equaciona o último argumento em diferentes tempos e lugares, independentemente da forma, dimensão e ideologia do Estado. As suas obras reflectem sobre a guerra e a paz, as temáticas primordiais de comunidades políticas cujo centro de gravidade sempre se fixa em sobreviver primeiro e prosperar depois, assim evidenciando a regularidade das tendências universais derivadas da natureza humana.
Revisitar as lições de mestres do pensamento estratégico à luz da perspectiva do poder é o propósito deste projecto ancorado quer nas relações internacionais, quer na sua analogia doméstica. A edição é dinamizada por investigadores do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, reunindo visões e ensaios de académicos de várias Escolas, a par de membros da comunidade de inteligência e especialistas militares de diferentes armas e gerações.
ÍNDICE
Os Autores
Prefácio
Agradecimentos
Parte I Introdução Geral
Adriano Moreira: O desafio à segurança interna das democracias
Ana Paula Garcês: O poder na estratégia da guerra e da paz
Parte II Os Clássicos
Sunzi: O céu intacto de Mestre Wu, por Ana Paula Garcês
Tucídides: O equilíbrio do poder, por Guilherme DOliveira Martins
Vegetius: Da arte da guerra à arte da cavalaria, por Maria João Branco
Machiavelli: A arte de Niccolò, por Ana Paula Garcês e Guilherme DOliveira Martins
Oliveira: Do mar e da guerra justa, por Ana Paula Garcês
Hobbes: Leviatã contra Leviatã, por Mónica Brito Vieira
Parte III Os Modernos
Saint-Pierre: Só ele nos fez ver onde reside a paz, por Miguel Morgado
Bentham: A utilidade da paz, por Luísa Leal de Faria
Kant: Paz perpétua numa federação livre de Estados*, por Susan Shell
Clausewitz: A teoria da guerra, por António Barrento
Jomini: O liberalismo militar, por Luís Manuel Bernardino
Tocqueville: A democracia e a guerra, por Lívia Franco
Mahan: O poder do Estado no mar, por Nuno Vieira Matias
Parte IV Os Contemporâneos
Wilson: O arquitecto da paz, por Mónica Dias
Douhet: A visão do fundador sobre o poder aéreo, por António Jesus de Bispo
Mao: Da estratégia revolucionária, por Júlio Pereira
Lawrence: O poder do deserto*, por Michael Sanfey
Churchill: O único plano é persistir, por João Carlos Espada
Monnet: Da interdependência, por António Figueiredo Lopes
Parte V Notas Finais
Os estratégicos desafios humanos, por Ana Paula Garcês e Guilherme DOliveira Martins
Anexo: Notas biográficas
* Os ensaios são publicados em língua inglesa.
| Editora | Almedina |
|---|---|
| Coleção | Fora de Coleção |
| Categorias | |
| Editora | Almedina |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Ana Paula Garcês, Guilherme d'Oliveira Martins |
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O Essencial sobre o Diário da República«Através do Diário da República, os cidadãos tomam conhecimento dos atos com relevância política e jurídica que regem a organização da sociedade portuguesa.»Pela sua importância na história do País e na construção de uma plena cidadania, esta edição dá a conhecer o jornal oficial em diferentes dimensões. -
Património, Herança e Memória - A cultura como criaçãoA cultura ganha uma nova importância na vida política e económica contemporânea. O desenvolvimento humano não é compreensível nem realizável sem o reconhecimento do papel da criação cultural, em ligação estreita com a educação e a formação, com a investigação e a ciência. O que distingue o desenvolvimento e o atraso é a cultura, a qualidade, a exigência - em suma, a capacidade de aprender. Deixou de fazer sentido a oposição entre políticas públicas centradas no património histórico, por contraponto à criação contemporânea. A complementaridade é óbvia e necessária. Basta olharmos os grandes marcos da presença humana ao longo do tempo para percebermos que há sempre uma simbiose de diversas influências, de diversas épocas, ligando património material e imaterial, herança e criação. A nova Convenção-Quadro do Conselho da Europa sobre o Património Cultural, assinada em Faro em Outubro de 2005 e já ratificada por Portugal, é um instrumento inovador da maior importância, no qual pela primeira vez se reconhece que o património cultural é uma realidade dinâmica, envolvendo monumentos, tradições e criação contemporânea. Em representação do Centro Nacional de Cultura, o autor sucedeu a Helena Vaz da Silva na coordenação das Jornadas Europeias do Património e presidiu no Conselho da Europa ao grupo que elaborou a nova Convenção. Apresentando agora nesta obra reflexões de grande relevância e oportunidade sobre essa experiência. -
Ao Encontro da História - O Culto do Património CulturalQuando referimos o património cultural, há a tentação de pensar que falamos de antigualhas, de coisas do passado, irremediavelmente perdidas. Puro engano! Referimo-nos à memória viva, seja referida a monumentos, sítios, tradições, seja constituída por acervos de museus, bibliotecas e arquivos. Tratamos de conhecimentos ou de expressões da criatividade humana... Ter memória é, assim, respeitarmo-nos. Cuidar do que recebemos é dar atenção, é não deixar ao abandono.Daí a presente obra procure aliar a ideia de peregrinação, no sentido da demanda de outros lugares e de outras gentes, através da sua história, como se já fizera em Na Senda De Fernão Mendes, à memória da cultura e da língua portuguesa, como língua de várias culturas e cultura de várias línguas. Neste Ano Europeu do Património Cultural trata-se de um apelo a que a cultura seja compromisso, cuidado, atenção e conhecimento. -
O Essencial Sobre o Diário da RepúblicaPela sua importancia na historia do Pais e na construc?o de uma plena cidadania, esta edic?o da a conhecer o jornal oficial em diferentes dimens?es. -
Na Senda de Fernão Mendes: percursos portugueses no mundoNeste inesperado livro de viagens relatam-se diversas peregrinações de «Os Portugueses ao Encontro da Sua História» do Centro Nacional de Cultura, em todos os continentes. Trata-se de um caminho fantástico de múltiplos encontros em que a literatura e a aventura se misturam. Na História portuguesa, temos vários símbolos da viagem, desde D. Pedro das Sete Partidas aos novos Argonautas, os Lusíadas, que foram à Índia e acharam os múltiplos caminhos do mundo… É apaixonante ver como os Portugueses e Portugal se encontram em todos os continentes. Sente-se, a cada passo, o humanismo universalista. E recordamos a viagem iniciática para Ítaca de Ulisses, que nos liga à cultura mediterrânica. Antero de Quental disse: «E enquanto eu na varanda de marfim / Me encosto, absorto n’um cismar sem fim, / Tu, meu amor, divagas ao luar…» É toda uma identidade aberta e fecunda que aqui se encontra – de razão e lirismo, de vontade e de sentimento… E Sophia define que vivemos «de pouco pão e de luar», porque a viagem nos anima, para que possamos combater a mediocridade e a indiferença! Almada Negreiros ensina-nos: «Nós somos do século de inventar outra vez as palavras que já foram inventadas.» Viajar é inventar de novo! -
Ensaios da Fundação - Património CulturalNeste ensaio, Guilherme d’Oliveira Martins apresenta este conceito novo, alargado e transversal, de património cultural. Centra-o nas expressões de valores que põem em contacto a História e a existência individual, a razão e a emoção, e que constituem a matéria-prima de uma cultura de contacto e de paz. Ter memória, diz-nos, é respeitarmo-nos, através da defesa, da proteção e da preservação do que é de sempre. -
Ensaios da Fundação - Património CulturalNeste ensaio, Guilherme d’Oliveira Martins apresenta este conceito novo, alargado e transversal, de património cultural. Centra-o nas expressões de valores que põem em contacto a História e a existência individual, a razão e a emoção, e que constituem a matéria-prima de uma cultura de contacto e de paz. Ter memória, diz-nos, é respeitarmo-nos, através da defesa, da proteção e da preservação do que é de sempre.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»