Outros Trópicos
Este é um livro acerca de Turismo e de Antropologia. Desalinhados de Levi-Strauss, que abre o seu Tristes Trópicos com desdém pela viagem e pelos exploradores, antropólogos e outros cientistas sociais empenham-se aqui em demonstrar que os lugares turísticos podem ser terrenos férteis para a compreensão das culturas.
Ao visitar destinos turísticos tão diversificados como as estâncias balneares marroquinas ou os locais de passeio domingueiro no Brasil, ao acompanhar encontros culturalmente tão eloquentes como aqueles que se estabelecem entre hospedeiros e antro-pólogos em Alte ou entre turistas, intelectuais e os media em Podence, ao analisar formas de consumo aparentemente tão distintas como as implicadas no termalismo de S.Pedro do Sul ou na gastronomia de Sintra, a destreza etnográfica atesta a eficácia da Antropologia para a análise dos novos lugares criados pelo turismo ao mesmo tempo que exibe uma disciplina sedutora e descomplexada que aceita os desafios da contemporaneidade e da interdisciplinaridade.
Não é de crer que o turismo, pelo menos nas suas formas mais comuns, sirva, por si só, como por vezes candidamente se supõe, para a compreensão e o «diálogo entre as culturas». A análise das interacções turísticas empreendida pela antropologia pode, no entanto, contribuir para o esclarecimento de tensões entre comunidades imaginadas perante os efeitos da globalização.
| Editora | Livros Horizonte |
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| Coleção | Horizonte Universitário |
| Categorias | |
| Editora | Livros Horizonte |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Maria Cardeira da Silva |
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NovidadePatrimónio à SoltaO que é o património cultural? Quais foram as etapas de evolução deste conceito e como foi configurado, ao longo do tempo, pelas principais legislações e instituições? Quais são os seus usos, potencialidades e paradoxos políticos e económicos? Sabia que a maior parte do património material classificado na Lista Mundial da UNESCO se encontra no hemisfério norte? Este livro propõe uma viagem aos bastidores e palcos do património cultural, por diferentes lugares do mundo, no passado e no presente. Um Grand Tour que pretende ajudar-nos a encontrar o nosso papel e a ser atores mais conscientes nas grandes e pequenas encenações patrimoniais da contemporaneidade.
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A Ciência dos SímbolosAs primeiras tentativas de classificação coerente, de comparação sistemática e interpretação dos símbolos remontam ao séc. XVI. Após 50 anos, a evolução das ciências humanas permitiu estudar signos, símbolos e mitos nas suas relações com os métodos e os princípios das suas diversas interpretações. O leitor não deve esperar encontrar aqui um dicionário de símbolos que o ajudará a compreender uma língua obscura a partir de uma tradução dos seus signos, antes a exposição dos princípios, métodos e estruturas da simbólica geral, ou ciência dos símbolos. Nada está mais próximo desta língua dos símbolos do que a música: se se ignora o solfejo e as regras da harmonia, da mesma forma que se recusa a aprendizagem da gramática de uma língua, o melhor dicionário do mundo não permite entender realmente, e ainda menos falar. Penetrar no mundo dos símbolos, é tentar perceber as vibrações harmónicas, «adivinhar uma música do universo». -
Tudo do AmorA procura pelo amor continua mesmo perante as maiores improbabilidades. TUDO DO AMOR, ensaio marcadamente pessoal e uma das obras mais populares de bell hooks, indaga o significado do amor na cultura ocidental, empenhando-se em desconstruir lugares-comuns e representações que mascaram relações de poder e de dominação.Contrariando o pensamento corrente, que tantas vezes julga o amor como fraqueza ou atributo do que não é racional, bell hooks defende que, mais do que um sentimento, o amor é uma acção poderosa, capaz de transformar o cinismo, o materialismo e a ganância que norteiam as sociedades contemporâneas. Tudo do Amor propõe uma outra visão do mundo sob uma nova ética amorosa, determinada a edificar uma sociedade verdadeiramente igualitária, honesta e comprometida com o bem-estar colectivo. -
A Natureza da CulturaNesta obra, A. L. Kroeber reúne artigos seus publicados entre 1901 e 1951. São textos de cariz teórico, em que autor desenvolve a sua própria concepção sobre o lugar e o método da antropologia cultural. -
NovidadeO SagradoDesde a sensação de terror que o sagrado inspirava aos primeiros homens até à teoria do sobrenatural ou do transcendente que atribuímos hoje a certos fenómenos misteriosos, o autor examina as diferentes formas de exprimir este sentimento através das múltiplas manifestações religiosas. -
«O Modo Português de Estar no Mundo» - O Luso-Tropicalismo e a Ideologia Colonial Portuguesa (1933-1961)Prémio de História Contemporânea da Universidade do Minho O livro fornece pistas para se compreender a persistência, mais de 20 anos após a independência das antigas colónias portuguesas, de um discurso transversal ao espectro político e ideológico nacional que acentua a imunidade dos portugueses ao racismo, a sua predisposição para o convívio com outros povos e culturas e a sua vocação ecuménica. -
Os Domínios do ParentescoOs domínios do parentesco situam-se na confluência de duas linguagens: a da etnologia, que se esforça por situar as regiões, os contornos e as fronteiras desses domínios, e a das sociedades que a etnologia observa e a que vai buscar as terminologias, as classificações e as regras. Esclarecer estas duas linguagens e relacioná-las é um dos objectivos deste livro, que se pretende uma iniciação à chamada antropologia do parentesco. Falar de parentesco é também e é já falar de outra coisa (numa e noutra linguagem); qual a natureza da relação entre o parentesco e os outros sectores de representação? Que significa a assimilação do parentesco a uma linguagem ou a sua definição como região dominante em certos tipos de sociedade? Que significam as regras de casamento? - são algumas das perguntas que esta obra tenta reformular e às quais procura por vezes responder. Uma análise do vocabulário técnico, um glossário inglês/português, uma importante documentação bibliográfica, reflexões sobre os autores, análises de textos e o balanço de uma investigação pontual: tais são os elementos de informação e de reflexão que aqui se propõem. -
Cultura e ComunicaçãoUma análise concisa das teorias estruturalistas dos fenómenos antropológicos, destinada a esclarecer os conceitos da «semiologia» com base no pressuposto de que os gestos, na comunicação não verbal, apenas adquirem significado como membros de conjuntos, à semelhança do que ocorre com os sons na linguagem falada. -
O Bode ExpiatórioEm O Bode Expiatório, René Girard, um dos críticos mais profundos e originais do nosso tempo, prossegue a sua reflexão sobre o «mecanismo sacrificial», ao qual devemos, do ponto de vista antropológico, a civilização e a religião, e, do ponto de vista histórico e psicológico, os fenómenos de violência coletiva de que o século XX foi a suprema testemunha e que mesmo hoje ameaçam a coabitação dos humanos sobre a Terra.Ao aplicar a sua abordagem a «textos persecutórios», documentos que relatam o fenómeno da violência coletiva da perspetiva do perseguidor tais como o Julgamento do Rei de Navarra, do poeta medieval Gillaume de Machaut, que culpa os judeus pela Peste Negra, Girard descobriu que estes apresentam surpreendentes semelhanças estruturais com os mitos, o que o leva a concluir que por trás de cada mito se esconde um episódio real de perseguição.A arrojada hipótese girardiana da reposição da harmonia social, interrompida por surtos de violência generalizada, através da expiação de um bode expiatório constitui uma poderosa e coerente teoria da história e da cultura.