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Sinopse

O percurso científico de Vygotsky é muito breve no tempo, mas teoricamente surpreendente. Lev Semenovitch Vygotsky nasce, em 1896, um «ano vintage» para as ciências humanas e particularmente para a Psicologia do Desenvolvimento, pois foi também o ano de nascimento de Jean Piaget.
O percurso científico de Vygotsky é muito breve. Em 1924, aos 28 anos de idade, afirma a originalidade do seu pensamento numa comunicação sobre os «Métodos da Investigação Reflexológica Aplicados ao Estudo da Mente» e é convidado a integrar o grupo de investigadores do Instituto de Psicologia associado à Universidade de Moscovo. Entre 1924 e 1934, permanece em Moscovo, onde lecciona em institutos universitários, trabalha com crianças e jovens deficientes e, com Luria, Leontiev, Sakharov, entre outros estudantes e colaboradores, estuda o desenvolvimento psicológico, normal e patológico, e explora o papel da educação na emergência do pensamento-consciência. Aos 38 anos, após dez anos apenas de vida científica, Vygotsky morre, vitimado pela tuberculose. Vygotsky propõe uma via original porque teve a arte e a capacidade de articular múltiplas fontes de conhecimento. Conciliou as noções de «adaptação», «evolução» e «génese», inspiradas na biologia e na teoria da evolução das espécies de Darwin, com as abordagens sóciohistóricas do desenvolvimento humano e colectivo que marcavam a ideologia marxista e alguns teóricos da psicologia e sociologia e que se revelavam também consistentes com a sua própria experiência pessoal de educador.

Maria Stella Aguiar, do «Prefácio»

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Autor

L. S. Vygotsky

Lev Semenovich Vygotsky nasceu no seio de uma família judia, a 17 de novembro de 1896, na cidade de Orsha, nas proximidades de Vitebsk, na Bielorrússia. No ano seguinte a família instalou-se na cidade de Gomel. O pai dirigia o departamento de um banco, a mãe, Cecília Moiseevna, cuidava dos oito filhos. Apesar das discriminações que atingiam os judeus na Rússia czarista, a família tinha uma intensa vida intelectual. Vygotsky aprendeu alemão com a mãe, teve um precetor socrático e foi no liceu um excelente aluno de Matemática, Latim e Grego (lia também em hebraico, francês e inglês). Interessou-se igualmente pelo teatro. Em 1914 foi admitido na Universidade de Moscovo, em Medicina e depois em Direito. Frequentou ao mesmo tempo a Universidade Popular Shaniavsky, onde estudou História, Psicologia, Filosofia e Literatura. Aos 19 anos escreveu um ensaio sobre Hamlet. Dois anos depois, formava-se em Direito. A Revolução de Outubro permitiu-lhe ensinar Língua e Literatura Russa, dar cursos de Psicologia e Lógica no Instituto Pedagógico e de Estética e História da Arte no Conservatório. É nesse período que lê Espinosa e Hegel, Marx, Freud, Pavlov e o linguista Potebnia. Em 1924 reuniu-se em Leninegrado o 2.º Congresso Pan-Russo de Psiconeurologia, em que Vygotsky apresenta um relatório sobre o «método de investigação reflexológica e psicológica». Produziu tal impressão em Alexander Luria que é convidado a participar na reconstrução do Instituto de Psicologia da Universidade de Moscovo (dirigido por K. Kornilov e tendo Luria como secretário científico). É um ano de viragem na sua vida. Casa-se com Rosa N. Smejova, de quem terá dois filhos, e fixa-se em Moscovo, consagrando-se inteiramente à psicologia. No Instituto estabelece uma estreita cooperação, não isenta de divergências, com Leontiev e Luria. Em 1925 cria um laboratório de psicologia para a infância anormal, visita a Inglaterra, Alemanha, Holanda e França. No regresso é hospitalizado devido a uma recaída da tuberculose. Nos anos seguintes vai escrever, durante períodos de hospitalização, Psicologia da Arte e O Significado Histórico da Crise na Psicologia. Em 1930 dirige em Moscovo um seminário com Eisenstein, Luria e o linguista Marr. É nessa época que começam a surgir algumas críticas à sua teoria histórico- cultural do psiquismo. É a necessidade de defender as suas ideias que o leva à elaboração de Pensamento e Linguagem, que se situa de maneira crítica perante os grandes psicólogos de então, Piaget, Stern, Köhler, Koffka e William James, ou seja, em relação às correntes estruturalista, gestaltista e funcionalista. Na primavera de 1934, Vygotsky é de novo hospitalizado. É já no leito da morte que dita a última parte desse livro, que será editado pouco depois do seu falecimento, ocorrido a 11 de junho, aos 37 anos. Deixou cerca de duas centenas de textos, a maior parte sobre psicologia ou investigação das incapacidades e de ciências visuais, auditivas e mentais. A perspetiva comum era a recusa dos vários reducionismos ou das abordagens compreensivas então em voga, e uma conceção do desenvolvimento psicológico como uma rede de funções complexas influenciadas pela cultura. Foi enterrado no cemitério de Novodiévitchi. A divulgação dos seus escritos, designadamente Pensamento e Linguagem, foi lenta. A partir de 1936, e até ao XX Congresso do PCUS (1956), a sua obra desapareceu de circulação na União Soviética. E é só nos anos 60 que começa a ser divulgada um pouco por todo o mundo, a partir dos Estados Unidos, Argentina, Japão e Itália.

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