Plural de cidade são as cidades que existem dentro da cidade. Não é um conjunto
diverso de cidades, nem uma questão de geografia. Plural de cidade são os territórios
díspares que fazem a cidade, as políticas sócio-urbanas e a sua ausência, o atropelo
aos direitos e as paisagens de privilégio, as formas de segregação e a ostentação,
a cultura, a saúde, o emprego, o dinheiro, o futuro e, ao mesmo tempo, a falta de
todos eles. Plural de cidade é a conjugação destas cidades numa só. E em todas elas.
Nas ricas e nas pobres, nas do Norte e nas do Sul, nas que falam e se fazem escutar
e nas outras, nas históricas e nas criativas, nas de hoje e nas democráticas. Plural
de Cidade são ainda os sempre renovados léxicos com que as vidas urbanas
produzem a sua presença, se deixam perceber e tornam ou são tornadas invisíveis.
Plural de cidade é ainda um desafio intelectual enorme que, neste livro, reúne textos de
estudiosos portugueses e brasileiros, que integram a Rede Brasil-Portugal de Estudos
Urbanos, grupo de pesquisa dedicado ao estudo comparativo entre cidades brasileiras
e portuguesas.
«Escrito com rara elegância e erudição, o livro tem análise profunda sem perder a leveza da leitura fluida e cativante. Sem, dúvidas, um livro que marcará o debate contemporâneo sobre os estudos urbanos e com forte apelo para ser adotado em cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Sociais, Sociologia, Antropologia, Geografia, Arquitetura e Turismo.»
Rogerio Proença Leite (Universidade Federal de Sergipe, Brasil)
«Cidades e Urbanidades é um convite a um desafio: o desafio de abandonar referências seguras de um pensamento sobre a cidade que não respondem mais a questões das ‘novíssimas metrópoles’, questões que nascem das invisibilidades presentes nas cidades; questões que nascem de lugares que ficaram fora das ideias.»
Elson Manoel Pereira (Universidade Federal de Santa Catarina)
«A originalidade desta obra está no diálogo que o autor estabelece entre as referências clássicas de Sociologia Urbana, nomeadamente Simmel, cujos trabalhos incidem sobre as sociedades mais industrializadas, e o recurso aos discursos e aos exemplos extraeuropeus que servem para testemunhar a diversidade de cidades e de modos de urbanidade hoje coexistentes.»
Luís Baptista (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL)
O encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham.
Diálogos Urbanos é um livro sobre proximidades e distâncias entre e dentro das cidades. Escrito com um olhar crítico, o livro enfrenta o desafio duplo de revelar aquilo que estas proximidades e distâncias mostram e aquilo que tornam invisível ou escondem. Diálogos Urbanos põe as cidades a falar de si, com outras, e a desvendar algumas das ressignificações que atingem os seus territórios, as suas expressões de cultura e os seus patrimónios. São diálogos tecidos em português, porque é essa língua que aproxima e distancia as cidades portuguesas e brasileiras estudadas. Aqui, o Porto e S. Paulo; além o castiço Bairro Alto e o paulistano Bairro da Luz; mais além, as Praças da Sé (de Lisboa e de São Paulo). Acolá, Coimbra dialoga com Fortaleza, como fazem também, uma com a outra, as investidas modernas do Parque das Nações e da Faria Lima, ou o Santo António de Lisboa e o seu homónimo amazónico, ou ainda o samba e o fado patrimonializados Tudo tão próximo e tão familiar Ao mesmo tempo, tudo tão estranho e tão distante...