A história do cinema das realizadoras portuguesas apenas começa, de forma sistemática, depois de 1974. Este livro, que junta textos de investigadoras sediadas no Reino Unido, Estados Unidos da América e Portugal, discute filmes de 14 realizadoras, considerando o cinema de ficção e documental produzido nos últimos 50 anos em Portugal. Os textos aqui reunidos mapeiam as visões cinematográficas que estas autoras trouxeram para o cinema português na sequência da Revolução do 25 de Abril e da descolonização em África, e a forma como têm contribuído para a sua internacionalização. Neste “cinema no feminino” assistimos tanto a uma nova conceptualização do cinema nacional através, por exemplo, do cinema etnográfico realizado no final dos anos 1970, como à exploração de intervenções marcadamente de género em torno do mundo masculino das guerras coloniais.
A partir dos anos 1990, assuntos políticos feministas, como a campanha em torno da descriminalização do aborto e do novo estatuto para a comunidade LGBTQIA+, a par de diversas preocupações relacionadas com problemas globais, como as migrações e a situação de comunidades minoritárias, assumem igualmente destaque. Os textos deste livro mostram também como as realizadoras têm contribuído para a evolução da linguagem cinematográfica, desde o trabalho desenvolvido na composição de som ao género do cinema-ensaio, da relação cinematográfica com o arquivo à adaptação da palavra escrita. Com um prefácio de Lídia Jorge, o livro resulta num desafio poderoso à marginalização do cinema das realizadoras portuguesas enquanto cinema duplamente minoritário, explorando, de forma positiva, os vários círculos de ferro que estas autoras têm vindo a romper.
Doutorada em estudos fílmicos no King’s College London, é professora auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e possui ampla obra de investigação sobre o cinema português e europeu.
Hilary Owen
Professora catedrática emérita em Estudos Portugueses e Luso-Africanos na Universidade de Manchester e investigadora em Estudos Portugueses na Universidade de Oxford, com pesquisa na área da literatura, cinema de Portugal e dos PALOP, teorias do feminismo, género sexual e pós-colonialismo.
Concebido como manual para os estudantes das escolas de cinema, este livro responde também à curiosidade comum de saber como se faz um filme. É ainda uma introdução bastante acessível à linguagem do cinema, de grande utilidade para os técnicos e os profissionais pelo seu carácter acentuadamente prático.
Livro de referência sobre o Cinema Português, aqui se encontra repertoriada, para o período 1895-1961, a totalidade dos filmes de longa-metragem de ficção, bem como as principais curtas e médias metragens. O Dicionário comporta ainda entradas traçando a carreira dos mais destacados realizadores, atores, diretores de fotografia, produtores, compositores musicais, argumentistas e outros técnicos. Num trabalho que se quer factual e rigoroso, o autor não esqueceu um olhar crítico sobre os objetos em análise. Um livro imprescindível a todos quantos se interessam pelo cinema ou pelas artes do espetáculo em geral.
15 anos de conversas, 25 grandes entrevistados.
Ao longo de 30 anos de carreira na televisão, Mário Augusto realizou mais de duas mil entrevistas de cinema, sendo o jornalista português que mais estrelas entrevistou. Com algumas, a convivência e os reencontros enriqueceram as conversas, que foram muito para além do mais recente filme ou escândalo de Hollywood. Nos 15 anos do Janela Indiscreta, Mário Augusto selecionou as suas melhores entrevistas a 25 dos maiores nomes da indústria cinematográfica. Ilustrado com caricaturas certeiras de André Carrilho. Tal e qual!
Com prefácio de Daniela Ruah.
A figura de Werner Herzog emerge em toda a sua complexidade num estudo aprofundado das suas obras, acompanhado por uma entrevista longa e inédita com o cineasta alemão. A aura de realizador de extremos e aventuroso, capaz de defrontar todo o tipo de perigos para levar até ao fim os seus filmes, faz parte de um mito fascinante mas redutor. O próprio Herzog afirma aqui ser sobretudo um "contador de histórias". O seu olhar inconfundível sobre os cantos mais remotos e inóspitos do nosso planeta definem-no como um pesquisador de histórias, um explorador de visões apaixonado, guiado pela câmara em busca do momento de "verdade extática" escondida nos rostos, nos lugares e nas paisagens.
O aclamado realizador e argumentista Paul Schrader revisita e atualiza neste livro a sua abordagem ao «slow cinema» dos últimos cinquenta anos. Ao contrário do realismo psicológico que domina o cinema, o estilo transcendental expressa um estado espiritual por meio de um trabalho de câmara austero e de uma representação desprovida de autoconsciência.Este texto seminal analisa a obra de três grandes cineastas - Yasujiro Ozu, Robert Bresson e Carl Th. Dreyer - e propõe uma linguagem dramática comum usada por estes realizadores de culturas tão diversas.