Reinos desaparecidos revela-nos a história alternativa de uma Europa repleta de mundos perdidos aos quais ainda não se tinha prestado a devida homenagem. Nesta história de uma narrativa que ficou por contar e que é por isso dedicada àqueles que os historiadores tendem a esquecer, Norman Davis repõe a verdade dos factos e reconstrói, entre os ecos fantasmagóricos de estados ignorados, uma biografia da Europa que vai reformular a nossa perspetiva acerca da ascensão e queda das nações, bem como da impermanência das organizações políticas. Neste exercício de persistência da memória, demonstra-se que a nossa ideia de Europa é, afinal, uma construção muito recente, quase improvável, que tem origem numa série de fatores: «De facto, a viabilidade de um Estado é uma bênção rara. Para crescer e atingir a maturidade, são necessários saúde e vigor, sorte, vizinhos benevolentes e um sentimento de propósito. Todas as entidades políticas mais conhecidas da história passaram o teste da infância e muitas chegaram a uma idade proveta. As que falharam no teste pereceram sem deixarem a sua marca. Nas crónicas dos corpos políticos, tal como na condição humana em geral, é assim que o mundo tem funcionado desde tempos imemoriais.»
NORMAN DAVIES nasceu em 1939 no Lancashire. É um historiador inglês de ascendência galesa, conhecido pelas suas publicações sobre a história da Polónia, da Europa, e das Ilhas Britânicas.
Vídeo de Apresentação:
A historiografia convencional retrata o palco europeu da Segunda Guerra Mundial como uma aliança de nações contra, essencialmente, a Alemanha nazi, a representação do Mal. Indo para além desta oposição simplista - e com base em detalhada investigação - Norman Davies afirma que o conflito que grassou na Europa foi na realidade dominado por duas forças do Mal, e não apenas uma.
Nesta perspectiva, o desfecho da guerra foi ambíguo, na medida em que a Europa de Leste apenas substituiu um regime ditatorial por outro, situação que Churchill descreveu na perfeição ao cunhar a expressão «cortina de ferro» para designar a nova realidade da Europa de Leste. De igual modo, segundo o autor, a vitória dos Aliados ficou comprometida em termos morais pela sua associação ao regime estalinista. Para muitas populações, a libertação de 1945 foi o início de quase 50 anos de opressão totalitária.
Reinos desaparecidos revela-nos a história alternativa de uma Europa repleta de mundos perdidos aos quais ainda não se tinha prestado a devida homenagem. Nesta história de uma narrativa que ficou por contar e que é por isso dedicada àqueles que os historiadores tendem a esquecer, Norman Davis repõe a verdade dos factos e reconstrói, entre os ecos fantasmagóricos de estados ignorados, uma biografia da Europa que vai reformular a nossa perspetiva acerca da ascensão e queda das nações, bem como da impermanência das organizações políticas. Neste exercício de persistência da memória, demonstra-se que a nossa ideia de Europa é, afinal, uma construção muito recente, quase improvável, que tem origem numa série de fatores: «De facto, a viabilidade de um Estado é uma bênção rara. Para crescer e atingir a maturidade, são necessários saúde e vigor, sorte, vizinhos benevolentes e um sentimento de propósito. Todas as entidades políticas mais conhecidas da história passaram o teste da infância e muitas chegaram a uma idade proveta. As que falharam no teste pereceram sem deixarem a sua marca. Nas crónicas dos corpos políticos, tal como na condição humana em geral, é assim que o mundo tem funcionado desde tempos imemoriais.»
«O conhecimento das grandes tendências que marcaram a história dos média europeus e a história particular destes mesmos média em cada país europeu (sobretudo daqueles de que somos geográfica e culturalmente mais próximos) é absolutamente indispensável. Só assim poderemos compreender por que é que ainda hoje, quase seis séculos depois da ?descoberta? da prensa tipográfica, a paisagem imprensa europeia é tão contrastada, de uma região para outra do continente. E como é que, ao longo do século XX, a rádio e a televisão, as estruturas dos seus emissores como dos seus conteúdos, evoluíram também de maneira tão plurifacetada.»