Sobre a Leitura
Antígona
2020
10,00 €
Envio previsto até
Evocando a infância — tema caro ao autor de Em Busca do Tempo Perdido — e recuando às saborosas páginas lidas à sombra das avelaneiras, nos longos dias de Verão, Proust confessa-se um leitor apaixonado e voraz, ao mesmo tempo que nos apresenta a leitura como o supremo acto de transformação do ser humano. Cada linha de um bom livro, ao invés de incitar à assimilação passiva de verdades alheias, de ser «um mel preparado pelos outros e que só temos de recolher das estantes», encerra um convite à descoberta e à reflexão.
| Editora | Antígona |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Antígona |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Marcel Proust |
Marcel Proust
Marcel Proust nasceu a 10 de Julho de 1871, em Auteuil, filho de Adrien Proust, um professor de medicina conceituado, e de Jeanne Weil (nome de nascimento), de uma família judaica abastada. Posicionou-se, entre 1897 e 1899, a favor da libertação do capitão do exército Alfred Dreyfus, injustamente acusado de traição à pátria. A morte do pai e da mãe, em 1903 e 1905, deixaram-no numa solidão e desgosto profundos, conferindo-lhe, por outro lado, a independência financeira que lhe permitirá mais tarde dedicar-se exclusivamente à sua obra maior, À la recherche du temps perdu [Em Busca do Tempo Perdido], publicado em sete volumes, entre 1913 e 1927. Antes do romance, Proust escreveu um livro de contos, Les plaisirs et les jours, publicado em 1896, e uma novela autobiográfica, Jean Santeuil, que saiu postumamente em 1952. Traduziu The Bible of Amiens e Sesame and Lilies do crítico inglês John Ruskin, e publicou, em 1919, Pastiches et Mélanges, uma recolha de prefácios e artigos. Em Contra Sainte-Beuve, obra fragmentária e inacabada, escrita entre 1908 e 1909, e publicada postumamente em 1954, Proust revela-se um extraordinário crítico literário. De 1914 até ao fim da vida, Proust teve como governanta Céleste Albaret, testemunha privilegiada da composição de Em Busca do Tempo Perdido, e autora do livro de memórias Monsieur Proust (Imprensa da Universidade de Lisboa, 2018). Proust morreu em Paris, a 18 de Novembro de 1922, não sem antes ter posto um termo ao romance com a escrita da palavra «Fim».
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Os Prazeres e os DiasEnquadrados na sociedade de salão parisiense do final do século, estes ensaios e curtas histórias descrevem a vida, os amores, os comportamentos e as motivações de um grupo de personagens, todas elas consideradas sob um ponto de vista caracteristicamente conhecedor. Umas vezes cortantemente satíricas, outras comoventemente amargas, as descrições de Proust são repletas de fantasia e sentimento, sejam elas as dos ambiciosos Bouvard e Pécuchet, da iludida Madame de Breyves, ou de Baldassare Silvande, impregnada de tristeza, recordações e do entendimento derradeiro no final da sua vida. -
A Raça Maldita"[…] Coleccionadas, as mais célebres páginas de Proust fariam um livro tão cómodo como brilhante; saberiam poupar o leitor ao que pode ser a impaciência de percorrer uma torrente de duas mil páginas; fariam desfilar os seus "morceaux de bravure", as madalenas molhadas em chá de tília, Françoise planta rústica e simbiose dos seus patrões, a sonata de Vinteuil, o escabroso encontro entre Jupien e Charlus, a Ópera em glauca transparência de aquário de monstros marinhos, a morte de Bergotte…Tratando-se, porém, de um escritor que tanto esforço fez para demonstrar a existência de uma aventura contínua e só avaliável na sua totalidade, parece critério antológico menos lesivo surpreendê-lo através de textos autónomos que constituem as grandes linhas de força da sua personalidade; ou seja, oferecê-lo num exercício sobre a procura do tempo pela memória involuntária, numa dissertação sobre a diferença sexual, numa canção trágica de amor de filho, num momento de singular obsessão pela morte:Dias de Leitura, que começou por ser prefácio à sua tradução de Sésamo e os Lírios de Ruskin, mas foi depois apresentado como texto retirado a esse contexto em Pastiches et Mélanges; A Raça Maldita, que foi sacrificado com o projecto Contre Sainte-Beuve a favor de algumas páginas de Sodoma e Gomorra; Sentimentos Filiais de um Parricida, artigo que uma manhã espantou e escandalizou os leitores de Le Figaro, antes de figurar em Pastiches et Mélanges; [A Morte de Bergotte], único exemplo extraído do seu grande romance mas ainda assim com valor praticamente autónomo em A Prisioneira; talvez o seu momento literário mais interessante dedicado à morte e à duvidosa certeza do valor póstumo da perfeição artística.O conjunto talvez comece por cantar um poema à melancolia da vida, da arte, dos sentimentos; inevitável nesse tempo proustiano imobilizado sobre o outro, que é vivido de uma forma física e no presente. Mas virá depois um jogo que oculta a possibilidade de um singular prazer: o de friccionar a memória do presente na memória do passado… para o Génio aparecer."Aníbal Fernandes, na apresentação a este livro. -
O Prazer da Leitura«Não há talvez dias da nossa infância que tenhamos tão intensamente vivido como aqueles que julgámos passar sem tê-los vivido, aqueles que passámos com um livro preferido.» -
Sobre a LeituraSobre a Leitura obre a Leitura começou por ser o prefácio de Proust à sua tradução de Sésame et les Lys de John Ruskin, um dos mais influentes críticos de arte do princípio do século, cujas teorias estéticas muito impressionaram o romancista francês. Publicado em 1905 em revista, desde 1919 aparece integrado no livro Pastiches et Mélanges com o título «Journées de Lecture» («Dias de Leitura»). Neste texto, Proust reflecte intensamente sobre a sua experiência da leitura, prestando-se admiravelmente para o estudo da problemática da leitura, hoje tão oportuno como outrora. O estudo de apresentação de José Augusto Mourão, também o responsável por esta nova versão em língua portuguesa, é o melhor exemplo das virtualidades reflexivas e críticas deste ensaio. A nossa tradução baseia-se na edição estabelecida por Antoine Compagnon, um dos mais eminentes especialistas proustianos da actualidade (Paris, Éditions Complexe, 1987). -
Em Busca do Tempo Perdido I - Do Lado de SwannMarcel Proust nasceu em Auteuil, a 10 de Julho de 1871, para onde seus pais se haviam deslocado devido à Comuna de Paris a residência habitual dos Proust era o n.º 9 do Boulevard Malesherbes. O pai, Adrien, é professor de Medicina, a mãe, Jeanne Weil, herdeira de importante fortuna. Marcel Proust estuda no liceu Condorcet, lê os contemporâneos e tem uma paixão platónica por uma famosa cortesã. Cumpre o serviço militar e conhece Maupassant, Wilde e Barrès quando frequentava já o curso de Direito e Ciências Políticas. Aos 21 anos, participa na formação da revista Le Banquet onde publica os primeiros textos literários. Até aos 37 anos, teve uma vida intelectual e mundana. Escreveu .Les plaisirs et les jours, alguns pastiches de autores que admirava, crónicas sociais e críticas, e deixou inacabado o romance Jean Santeuil, em cujo final surge já a preocupação com o tempo. O desaparecimento da mãe em 1905 não fez sair Proust de uma certa indefinição literária, embora o tenha começado a afastar do mundo a partir de Setembro desse ano entra numa clínica, e depois num hotel de Versailles, de onde sai para se enclausurar num quarto do Boulevard Haussmann, entre fumigações e narcóticos. Em 1908, começa a escrever Contre Sainte-Beuve, uma obra hesitando entre o ensaio e o romance, amálgama de fragmentos de estética literária, cenas, diálogos e personagens, alguns deles retomados mais tarde. No entanto, alguma coisa do que faria a originalidade de Em Busca do Tempo Perdido, surge já na importância atribuída à recordação involuntária suscitada pelo pão mergulhado no chá, ou por um pátio irregular, arrancando ao esquecimento «essa pura substância de nós que é uma impressão passada». Mas entre a recusa do manuscrito de Contre Sainte-Beuve em meados de 1909 e a publicação de Do Lado de Swann quatro anos mais tarde, algo de fundamental se passa. Em finais de 1909, Proust retira-se da vida social, a sua caligrafia transforma-se, enovelando-se em correcções sucessivas, os cadernos acumulam-se, e ele próprio sente que está a criar um grande romance que vai disputar à morte, que chegaria em Novembro de 1922. O resultado são os sucessivos volumes de Em Busca do Tempo Perdido, agora em português numa tradução do poeta Pedro Tamen. -
Em Busca do Tempo Perdido II - À Sombra das raparigas em FlorMarcel Proust nasceu em Auteuil, a 10 de Julho de 1871, para onde seus pais se haviam deslocado devido à Comuna de Paris a residência habitual dos Proust era o n.º 9 do Boulevard Malesherbes. O pai, Adrien, é professor de Medicina, a mãe, Jeanne Weil, herdeira de importante fortuna. Marcel Proust estuda no liceu Condorcet, lê os contemporâneos e tem uma paixão platónica por uma famosa cortesã. Cumpre o serviço militar e conhece Maupassant, Wilde e Barrès quando frequentava já o curso de Direito e Ciências Políticas. Aos 21 anos, participa na formação da revista Le Banquet onde publica os primeiros textos literários. Até aos 37 anos, teve uma vida intelectual e mundana. Escreveu .Les plaisirs et les jours, alguns pastiches de autores que admirava, crónicas sociais e críticas, e deixou inacabado o romance Jean Santeuil, em cujo final surge já a preocupação com o tempo. O desaparecimento da mãe em 1905 não fez sair Proust de uma certa indefinição literária, embora o tenha começado a afastar do mundo a partir de Setembro desse ano entra numa clínica, e depois num hotel de Versailles, de onde sai para se enclausurar num quarto do Boulevard Haussmann, entre fumigações e narcóticos. Em 1908, começa a escrever Contre Sainte-Beuve, uma obra hesitando entre o ensaio e o romance, amálgama de fragmentos de estética literária, cenas, diálogos e personagens, alguns deles retomados mais tarde. No entanto, alguma coisa do que faria a originalidade de Em Busca do Tempo Perdido, surge já na importância atribuída à recordação involuntária suscitada pelo pão mergulhado no chá, ou por um pátio irregular, arrancando ao esquecimento «essa pura substância de nós que é uma impressão passada». Mas entre a recusa do manuscrito de Contre Sainte-Beuve em meados de 1909 e a publicação de Do Lado de Swann quatro anos mais tarde, algo de fundamental se passa. Em finais de 1909, Proust retira-se da vida social, a sua caligrafia transforma-se, enovelando-se em correcções sucessivas, os cadernos acumulam-se, e ele próprio sente que está a criar um grande romance que vai disputar à morte, que chegaria em Novembro de 1922. O resultado são os sucessivos volumes de Em Busca do Tempo Perdido, agora em português numa tradução do poeta Pedro Tamen. -
Em Busca do Tempo Perdido III - O Lado de GuermantesMarcel Proust nasceu em Auteuil, a 10 de Julho de 1871, para onde seus pais se haviam deslocado devido à Comuna de Paris a residência habitual dos Proust era o n.º 9 do Boulevard Malesherbes. O pai, Adrien, é professor de Medicina, a mãe, Jeanne Weil, herdeira de importante fortuna. Marcel Proust estuda no liceu Condorcet, lê os contemporâneos e tem uma paixão platónica por uma famosa cortesã. Cumpre o serviço militar e conhece Maupassant, Wilde e Barrès quando frequentava já o curso de Direito e Ciências Políticas. Aos 21 anos, participa na formação da revista Le Banquet onde publica os primeiros textos literários. Até aos 37 anos, teve uma vida intelectual e mundana. Escreveu .Les plaisirs et les jours, alguns pastiches de autores que admirava, crónicas sociais e críticas, e deixou inacabado o romance Jean Santeuil, em cujo final surge já a preocupação com o tempo. O desaparecimento da mãe em 1905 não fez sair Proust de uma certa indefinição literária, embora o tenha começado a afastar do mundo a partir de Setembro desse ano entra numa clínica, e depois num hotel de Versailles, de onde sai para se enclausurar num quarto do Boulevard Haussmann, entre fumigações e narcóticos. Em 1908, começa a escrever Contre Sainte-Beuve, uma obra hesitando entre o ensaio e o romance, amálgama de fragmentos de estética literária, cenas, diálogos e personagens, alguns deles retomados mais tarde. No entanto, alguma coisa do que faria a originalidade de Em Busca do Tempo Perdido, surge já na importância atribuída à recordação involuntária suscitada pelo pão mergulhado no chá, ou por um pátio irregular, arrancando ao esquecimento «essa pura substância de nós que é uma impressão passada». Mas entre a recusa do manuscrito de Contre Sainte-Beuve em meados de 1909 e a publicação de Do Lado de Swann quatro anos mais tarde, algo de fundamental se passa. Em finais de 1909, Proust retira-se da vida social, a sua caligrafia transforma-se, enovelando-se em correcções sucessivas, os cadernos acumulam-se, e ele próprio sente que está a criar um grande romance que vai disputar à morte, que chegaria em Novembro de 1922. O resultado são os sucessivos volumes de Em Busca do Tempo Perdido, agora em português numa tradução do poeta Pedro Tamen. -
Em Busca do Tempo Perdido IVMarcel Proust nasceu em Auteuil, a 10 de Julho de 1871, para onde seus pais se haviam deslocado devido à Comuna de Paris a residência habitual dos Proust era o n.º 9 do Boulevard Malesherbes. O pai, Adrien, é professor de Medicina, a mãe, Jeanne Weil, herdeira de importante fortuna. Marcel Proust estuda no liceu Condorcet, lê os contemporâneos e tem uma paixão platónica por uma famosa cortesã. Cumpre o serviço militar e conhece Maupassant, Wilde e Barrès quando frequentava já o curso de Direito e Ciências Políticas. Aos 21 anos, participa na formação da revista Le Banquet onde publica os primeiros textos literários. Até aos 37 anos, teve uma vida intelectual e mundana. Escreveu .Les plaisirs et les jours, alguns pastiches de autores que admirava, crónicas sociais e críticas, e deixou inacabado o romance Jean Santeuil, em cujo final surge já a preocupação com o tempo. O desaparecimento da mãe em 1905 não fez sair Proust de uma certa indefinição literária, embora o tenha começado a afastar do mundo a partir de Setembro desse ano entra numa clínica, e depois num hotel de Versailles, de onde sai para se enclausurar num quarto do Boulevard Haussmann, entre fumigações e narcóticos. Em 1908, começa a escrever Contre Sainte-Beuve, uma obra hesitando entre o ensaio e o romance, amálgama de fragmentos de estética literária, cenas, diálogos e personagens, alguns deles retomados mais tarde. No entanto, alguma coisa do que faria a originalidade de Em Busca do Tempo Perdido, surge já na importância atribuída à recordação involuntária suscitada pelo pão mergulhado no chá, ou por um pátio irregular, arrancando ao esquecimento «essa pura substância de nós que é uma impressão passada». Mas entre a recusa do manuscrito de Contre Sainte-Beuve em meados de 1909 e a publicação de Do Lado de Swann quatro anos mais tarde, algo de fundamental se passa. Em finais de 1909, Proust retira-se da vida social, a sua caligrafia transforma-se, enovelando-se em correcções sucessivas, os cadernos acumulam-se, e ele próprio sente que está a criar um grande romance que vai disputar à morte, que chegaria em Novembro de 1922. O resultado são os sucessivos volumes de Em Busca do Tempo Perdido, agora em português numa tradução do poeta Pedro Tamen. -
Em Busca do Tempo Perdido V - A PrisioneiraMarcel Proust nasceu em Auteuil, a 10 de Julho de 1871, para onde seus pais se haviam deslocado devido à Comuna de Paris a residência habitual dos Proust era o n.º 9 do Boulevard Malesherbes. O pai, Adrien, é professor de Medicina, a mãe, Jeanne Weil, herdeira de importante fortuna. Marcel Proust estuda no liceu Condorcet, lê os contemporâneos e tem uma paixão platónica por uma famosa cortesã. Cumpre o serviço militar e conhece Maupassant, Wilde e Barrès quando frequentava já o curso de Direito e Ciências Políticas. Aos 21 anos, participa na formação da revista Le Banquet onde publica os primeiros textos literários. Até aos 37 anos, teve uma vida intelectual e mundana. Escreveu .Les plaisirs et les jours, alguns pastiches de autores que admirava, crónicas sociais e críticas, e deixou inacabado o romance Jean Santeuil, em cujo final surge já a preocupação com o tempo. O desaparecimento da mãe em 1905 não fez sair Proust de uma certa indefinição literária, embora o tenha começado a afastar do mundo a partir de Setembro desse ano entra numa clínica, e depois num hotel de Versailles, de onde sai para se enclausurar num quarto do Boulevard Haussmann, entre fumigações e narcóticos. Em 1908, começa a escrever Contre Sainte-Beuve, uma obra hesitando entre o ensaio e o romance, amálgama de fragmentos de estética literária, cenas, diálogos e personagens, alguns deles retomados mais tarde. No entanto, alguma coisa do que faria a originalidade de Em Busca do Tempo Perdido, surge já na importância atribuída à recordação involuntária suscitada pelo pão mergulhado no chá, ou por um pátio irregular, arrancando ao esquecimento «essa pura substância de nós que é uma impressão passada». Mas entre a recusa do manuscrito de Contre Sainte-Beuve em meados de 1909 e a publicação de Do Lado de Swann quatro anos mais tarde, algo de fundamental se passa. Em finais de 1909, Proust retira-se da vida social, a sua caligrafia transforma-se, enovelando-se em correcções sucessivas, os cadernos acumulam-se, e ele próprio sente que está a criar um grande romance que vai disputar à morte, que chegaria em Novembro de 1922. O resultado são os sucessivos volumes de Em Busca do Tempo Perdido, agora em português numa tradução do poeta Pedro Tamen. -
Em Busca do Tempo Perdido VI - A FugitivaMarcel Proust nasceu em Auteuil, a 10 de Julho de 1871, para onde seus pais se haviam deslocado devido à Comuna de Paris a residência habitual dos Proust era o n.º 9 do Boulevard Malesherbes. O pai, Adrien, é professor de Medicina, a mãe, Jeanne Weil, herdeira de importante fortuna. Marcel Proust estuda no liceu Condorcet, lê os contemporâneos e tem uma paixão platónica por uma famosa cortesã. Cumpre o serviço militar e conhece Maupassant, Wilde e Barrès quando frequentava já o curso de Direito e Ciências Políticas. Aos 21 anos, participa na formação da revista Le Banquet onde publica os primeiros textos literários. Até aos 37 anos, teve uma vida intelectual e mundana. Escreveu .Les plaisirs et les jours, alguns pastiches de autores que admirava, crónicas sociais e críticas, e deixou inacabado o romance Jean Santeuil, em cujo final surge já a preocupação com o tempo. O desaparecimento da mãe em 1905 não fez sair Proust de uma certa indefinição literária, embora o tenha começado a afastar do mundo a partir de Setembro desse ano entra numa clínica, e depois num hotel de Versailles, de onde sai para se enclausurar num quarto do Boulevard Haussmann, entre fumigações e narcóticos. Em 1908, começa a escrever Contre Sainte-Beuve, uma obra hesitando entre o ensaio e o romance, amálgama de fragmentos de estética literária, cenas, diálogos e personagens, alguns deles retomados mais tarde. No entanto, alguma coisa do que faria a originalidade de Em Busca do Tempo Perdido, surge já na importância atribuída à recordação involuntária suscitada pelo pão mergulhado no chá, ou por um pátio irregular, arrancando ao esquecimento «essa pura substância de nós que é uma impressão passada». Mas entre a recusa do manuscrito de Contre Sainte-Beuve em meados de 1909 e a publicação de Do Lado de Swann quatro anos mais tarde, algo de fundamental se passa. Em finais de 1909, Proust retira-se da vida social, a sua caligrafia transforma-se, enovelando-se em correcções sucessivas, os cadernos acumulam-se, e ele próprio sente que está a criar um grande romance que vai disputar à morte, que chegaria em Novembro de 1922. O resultado são os sucessivos volumes de Em Busca do Tempo Perdido, agora em português numa tradução do poeta Pedro Tamen.
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
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Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».