Zonas de Baixa Pressão - Crónicas Escolhidas
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Publicadas originalmente no suplemento Ípsilon do jornal Público, as crónicas reunidas neste livro, de um modo geral, reivindicam uma condição de autonomia em relação à circunstância imediata na qual quase sempre tiveram origem: são micro-ensaios que praticam o nomadismo próprio da disposição teórica e que circulam livremente, desdenhando das fronteiras disciplinares, por territórios que constituem a nossa actualidade, tendo, regra geral, como guia conhecimentos e conceitos das chamadas ciências sociais e humanas. A ligação directa ao presente, de modo a apreender na contingência e no quotidiano aquilo que dá forma ao nosso tempo e nos permite nomear a época de que somos contemporâneos, é a marca mais saliente destes textos. No seu conjunto, eles vão descrevendo as tonalidades epocais, a partir de «sintomas» amplificados pelos media ou de manifestações de superfície. O resultado é um discurso crítico e analítico que tem como objecto privilegiado a matéria política, social e cultural com que estamos confrontados.
| Editora | Edições 70 |
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| Categorias | |
| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | António Guerreiro |
António Guerreiro
António Guerreiro é cronista e crítico literário do jornal Público, editor da revista Electra (Fundação EDP) e docente convidado da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Além de colaboração dispersa em revistas, catálogos e livros colectivos, é autor de dois livros: O Acento Agudo do Presente (Cotovia, 2000) e O Demónio das Imagens. Sobre Aby Warburg (Língua Morta, 2018).
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O Demónio das Imagens - Sobre Aby WarburgReúnem-se neste livro sete textos: cinco sobre Aby Warburg, escritos entre 2002 e 2012, mais dois textos sobre fotografia, respectivamente de 2014 e 2017, que autonomizei numa secção a que chamei “Anexos”. Trata-se de dois textos que desenvolvem questões relacionadas com aspectos da concepção warburguiana das imagens; por isso os incluí neste livro.Os dois primeiros textos da secção principal do livro, Os Arquivos da Memória e A Biblioteca, o Labirinto, o Hipertexto, foram publicados no volume Enciclopédia e Hipertexto (edição de Olga Pombo, António Guerreiro e António Franco Alexandre, Edições Duarte Reis, Lisboa, 2006), que reunia um conjunto de estudos realizados no âmbito de um projecto de investigação, “Enciclopédia e Hipertexto”, dirigido pela Professora Olga Pombo, a quem tenho de agradecer a oportunidade que me deu de me iniciar na obra de um inclassificável estudioso e investigador que representou, no século XX, as ciências humanas, na sua mais elevada ambição. Na altura em que entrei em contacto com a obra e a figura de Aby Warburg, estávamos ainda no início da redescoberta que lhe ditou a enorme fortuna que, em vários campos e não apenas no campo específico da história da arte, teve desde a viragem do século. O terceiro texto, Um Sismógrafo da Cultura, foi publicado na Revista de Comunicação e Linguagens (“Escrita, Memória, Arquivo”, nº 40, Outubro de 2009), um número organizado por Maria Augusta Babo (a quem agradeço o convite que me fez) e José Augusto Mourão. A Memória das Imagens e a Esterilização da Cultura é uma comunicação apresentada no colóquio internacional “Da Civilização da Palavra à Civilização da Imagem” (e, como tal, incluído no volume das actas, publicado em 2013, org. de Olga Pombo e António Guerreiro), organizado por Olga Pombo, numa parceria entre o Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa e o Institut Franco-Portugais. O último texto dedicado a Warburg, Warburg e Benjamin: uma silenciosa proximidade, foi apresentado em Belo Horizonte, no III Colóquio Internacional do Núcleo W. Benjamin, da Universidade Federal de Minas Gerais, cujo tema era “Nachleben, Escrita e Imagem” que teve lugar entre 26 e 28 de Setembro de 2012 (os meus agradecimentos vão para Sabrina Sedlmayer). Uma versão diferente deste texto, elaborada numa fase inicial da minha incursão pelos territórios onde Warburg e Benjamin se encontram, tinha sido apresentada num colóquio, organizado pelo Centro de Estudos de Comunicação e Cultura, da Universidade Católica de Lisboa, em 15 e 16 de Abril de 2010 (o colóquio teve como título “Aby Warburg. Qual o Tempo e o Movimento de uma Elipse?”) e foi organizado por Anabela Mendes, Isabel Matos Dias, José Miranda Justo e Peter Hanenberg; a todos devo um agradecimento, uma vez que estão na origem deste texto que haveria de ser sujeito a uma grande reformulação. Quanto aos dois textos incluídos na secção “Anexos”, o primeiro, A Exasperação da Fotografia, é de 2017, e foi incluído no livro-catálogo da Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira, que decorreu entre 15 de Outubro de 2016 e 22 de Janeiro de 2017, com curadoria-geral de David Santos (a quem devo, portanto, agradecer a existência deste texto). O último texto, Uma História de Fantasmas. Sebald Reescrito por Daniel Baufuks foi escrito a convite de Daniel Blaufuks (a quem deixo também o agradecimento), para integrar o livro Toda a Memória do Mundo, que acompanhou a exposição homónima no MNAC — Museu do Chiado, de Dezembro de 2014 a Março de 2015.Alguns textos surgem aqui com um título diferente daquele que tinham na versão original. A reunião dos textos — e portanto a colocação dos títulos numa sequência — tornou necessárias alguma reformulações e alterações que, no entanto, deixam sempre o título original reconhecível. -
Zonas de Baixa Pressão - Crónicas EscolhidasPublicadas originalmente no suplemento Ípsilon do jornal Público, as crónicas reunidas neste livro, de um modo geral, reivindicam uma condição de autonomia em relação à circunstância imediata na qual quase sempre tiveram origem: são micro-ensaios que praticam o nomadismo próprio da disposição teórica e que circulam livremente, desdenhando das fronteiras disciplinares, por territórios que constituem a nossa actualidade, tendo, regra geral, como guia conhecimentos e conceitos das chamadas ciências sociais e humanas. A ligação directa ao presente, de modo a apreender na contingência e no quotidiano aquilo que dá forma ao nosso tempo e nos permite nomear a época de que somos contemporâneos, é a marca mais saliente destes textos. No seu conjunto, eles vão descrevendo as tonalidades epocais, a partir de «sintomas» amplificados pelos media ou de manifestações de superfície. O resultado é um discurso crítico e analítico que tem como objecto privilegiado a matéria política, social e cultural com que estamos confrontados.
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Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
O Infinito num JuncoA Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir – contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.Um dos melhores livros do ano segundo os jornais El Mundo,La Vanguardia e The New York Times(Espanha). -
O Anticrítico«O Anticrítico» é uma compilação dos ensaios de Diogo Vaz Pinto — textos de crítica literária, e não só —, escritos entre 2014 e 2023, incluindo alguns inéditos. «Não tenho conta para as vezes todas em que, para ir com a rábula insultuosa que me tecem, pegando uns onde outros deixaram, numa cooperativa de imbecis que, sinceramente, me comove, já me quiseram tirar a condição que vem de tudo o que faço. Mais difícil seria desmontar alguma coisa. Resta que, ou ignoram muito vermelhuscos, ou a ideia é revogar-me a carta, licença, prostrar-me na indigência de eu ser uma qualquer abominação, «Bicho», monstro que ligam com tudo o que é baixo, e mesmo assim paira sobre eles sem explicação. Um Chernobyl encarnado. Crítico não sou. Ou só pseudo. Videirinho e jornaleiro, pilha-galinhas e o mais que eu coso bem ao meu estuporado currículo. Pois seja, eu fico então gordo disso tudo. E viro-me do avesso. Sou o anticrítico, então! Roubando esta de Augusto de Campos sem pudor. Há muito que não me retiram do sentido a ideia de que o principal é cortar com a impostura disto tudo. A gloríola da mediocridade, o sentido gregário, essa ratada ficção ligando os «egozinhos de porta-aberta» do nosso meio literato.» -
Terra QueimadaEnsaio profético e demolidor, TERRA QUEIMADA (2022) expõe a forma como o complexo internético se tornou «motor implacável de vício, solidão, falsas esperanças, crueldade, psicose, endividamento, vida desbaratada, corrosão da memória e desintegração social». Nele, Jonathan Crary faz uma crítica radical da digitalização do mundo e denuncia realidades inegáveis: a incompatibilidade entre um planeta habitável e a economia consumista e técnica, a atomização provocada pelas redes sociais, a era digital como fase terminal do capitalismo planetário. «Se é possível um futuro habitável e comum no nosso planeta», conclui, «esse futuro será offline, dissociado dos sistemas e da actividade do capitalismo 24/7, que destroem o mundo». -
Mário Cesariny e Antonio Tabucchi - Cartas e outros TextosFernando Cabral Martins: «O surrealismo português já tinha atingido no final dos anos sessenta uma definição que tornava possível, de um ponto de vista exterior, descomprometido, fazer uma avaliação de conjunto.» Antonio Tabucchi veio a Portugal no rasto de um poeta: Fernando Pessoa, ou melhor Álvaro de Campos, de quem lera por acaso o poema «Tabacaria». Quis aprender a língua do autor do poema e para isso inscreveu-se na cadeira de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Pisa, que então frequentava. O seu mestre foi uma professora especial, bela, inteligente e culta, Luciana Stegagno Picchio. Antonio quis conhecer o país onde se falava aquela língua e ao qual pertencia aquele poeta e, na Primavera de 1965, com o seu Fiat 500, chegou a Portugal. Aí conheceu uma portuguesa com quem falou de Pessoa, e com quem continuou a trocar correspondência até ao ano seguinte, quando se tornaram namorados, vindo depois a casar (1970). Mas até lá, veio amiúde a Portugal […] e começou a interessar-se pelo Surrealismo português, sobre o qual havia muito pouco material crítico, praticamente nada, em vista da sua futura tese de licenciatura. Conheceu então (1967) dois membros ilustres daquele movimento, dois grandes poetas, Alexandre O’Neill e Mário Cesariny de Vasconcelos, com quem passou muitas horas, primeiro para os entrevistar e depois, com sempre maior intimidade, já com laços de amizade, só pelo prazer de estarem juntos. [Maria José de Lancastre] Esta é a história de um desencontro. Cesariny, como o surrealismo, considerava a universidade um inimigo, e Tabucchi, para todos os efeitos, era em 1971 um universitário. Mesmo se, no caso dele, havia por parte do poeta o agrado de ver como a sua poesia e o seu lugar no surrealismo português eram reconhecidos — pela primeira vez — por um leitor com a distância crítica e a óbvia inteligência de Antonio Tabucchi. Aqui, nos textos que documentam o contacto directo entre ambos do final dos anos 60, pode ver-se uma ilustração do modo como a história do surrealismo foi sendo feita, com que ritmo e a partir de que posições. E que implica a consciência, por parte do poeta, da importância do sentido que a crítica atribui à História, capaz (ou não) de tornar o passado digno do presente, ou vice- -versa. E manifesta, por parte do jovem crítico italiano, a intuição da grandeza de um movimento que evoluía na sombra, num carceral jardim à beira-mar. [Fernando Cabral Martins]
