A Crise do Jornalismo em Portugal
O jornalismoéuma actividade historicamente fracturada, indecidida, com origens e práticas diversas, enraizadas na história e na cultura. a crise que atravessa tem aspectos estruturais (modelos de negócio frágeis, promiscuidade com o poder político e económico), alguns dos quais decorrentes de uma história recente (perda de receitas publicitárias e de públicos; disrupção tecnológica e identitária).
A versão portuguesa da crise, analisada neste livro, intensifica factores como a desregulação das relações laborais, uma afasia crítica e reflexiva que se traduz na ausência de modelos alternativos de existência; desequilíbrio e distorção na representação de grupos e problemáticas sociais; perda de autonomia dos jornalistas; fortalecimento dos discursos hegemónicos em detrimento do pluralismo e da independência.Éum quadro pouco esperançoso.
O conjunto de artigos aqui reunidos, da autoria de jornalistas, académicos e investigadores naárea dos media, pretende contribuir para a inversão deste cenário. Porque a esperança se alimenta de um debate aberto e informado.
| Editora | Deriva |
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| Editora | Deriva |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Carla Baptista, Filipa Subtil, José Nuno Matos |
José Nuno Matos é especialista em sociologia do trabalho e dos media. Licenciado e mestre em Ciência Política (ISCSP-ULisboa), doutorou-se em Sociologia no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) em 2013, onde desenvolveu atividade enquanto investigador até 2022. Atualmente, é investigador auxiliar do Instituto de Comunicação da Universidade Nova de Lisboa (ICNOVA/NOVA-FCSH) e docente da cadeira de Análise Social na Escola Superior de Comunicação do Instituto Politécnico de Lisboa (ESCS-IPL). As suas principais áreas de interesse são as relações de emprego e de trabalho nas indústrias culturais e criativas, a economia política dos media e a história social do jornalismo em Portugal.
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América, the BeautifulO SONHO AMERICANO VISTO POR ESCRITORES-VIAJANTES COMO EÇA DE QUEIRÓS, NATÁLIA CORREIA, JORGE DE SENA OU ANTÓNIO FERRO. Das noites quentes na cave de um bar de jazz à frieza da arquitectura. Da infindável variedade de artigos de uma drugstore ao atendimento sempre igual que se encontra num diner ou num motel. E ainda as mulheres independentes, os polícias com quem não se pode discutir, os museus que valem pelo preço do edifício, ou o senhor da Camel a fumar no altar da publicidade, padroeiro de um mundo onde o dólar decide tudo. Tudo isto é a América, tão cheia de surpresas para quem a olha de fora, como fizeram os viajantes destes textos reunidos por Carla Baptista. -
Apogeu Morte e Ressurreição da Política nos Jornais Portugueses«Esta é uma investigação que começa ainda no século XIX, num tempo de folhas e panfletos políticos exuberantes, atravessa os sombrios e mais silenciosos tempos da ditadura e culmina no período em que o país foi governado por Marcelo Caetano, entre 1968 e 1974. Fala de oposição e resistência, mas também do jogo e da cooperação que existem entre políticos e jornalistas. A profissionalização dos jornalistas portugueses, um processo que implica necessariamente a conquista da liberdade e da autonomia face ao poder, fez-se a duras penas, com muitas hesitações e de forma incompleta até ao final da década de 1970 do século XIX. Mas o facto do jornalismo ter iniciado um processo de modernização ainda antes da mudança de regime, em 1974, constitui um fator complexo e notável, que demonstra bem como, por debaixo de estruturas que, aparentemente, são imóveis e rígidas, existem campos e forças sociais em agitação e fervência.» Prefácio de Joaquim Fidalgo -
O Operário em Construção: Do Empregado ao PrecárioA presente obra trata da configuração do trabalhador. Parte assim do princípio que o trabalho é objeto de uma construção de um tornar-se e não de uma essência de um ser. Procuramos trazer à luz este tornar-se, compreendendo-o como parte de uma dinâmica mais lata: a sua inscrição nas mudanças do capitalismo ao longo da segunda metade do século XX, tendo como base de observação a sociedade portuguesa. A tentativa de produção daqueles que produzem é uma das características mais poderosas das sociedades atuais. Tal não significa, porém, que quem trabalha é uma obra inacabada. -
Jornalistas em Greve - Imprensa e Sindicalismo na I RepúblicaA 18 de janeiro de 1921, tipógrafos, distribuidores e jornalistas de Lisboa iniciaram uma greve que se prolongaria ao longo de vários meses e seria responsável pela paralisação da produção e distribuição de uma grande parte dos jornais da capital. Num contexto marcado por duros embates entre sindicatos, patronato e governos, esta greve adquiriu uma particular relevância não só pela sua longevidade, mas por ter originado um conjunto de publicações afetas a ambos os lados da contenda e por ter constituído o que o tipógrafo e sindicalista Alexandre Vieira classificou de «batismo de fogo» dos jornalistas. A partir da análise deste acontecimento, este livro propõe uma reflexão aprofundada sobre a condição económica, social e política de quem dedica a sua vida ao exercício do jornalismo.
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História dos Média na Europa«O conhecimento das grandes tendências que marcaram a história dos média europeus e a história particular destes mesmos média em cada país europeu (sobretudo daqueles de que somos geográfica e culturalmente mais próximos) é absolutamente indispensável. Só assim poderemos compreender por que é que ainda hoje, quase seis séculos depois da ?descoberta? da prensa tipográfica, a paisagem imprensa europeia é tão contrastada, de uma região para outra do continente. E como é que, ao longo do século XX, a rádio e a televisão, as estruturas dos seus emissores como dos seus conteúdos, evoluíram também de maneira tão plurifacetada.» -
História da ArteA história da Arte é, em simultâneo, autónoma e parte integrante da História, da Cultura e da Civilização. Esta obra confirma-o e, de modo sucinto, traça um panorama da sua evolução desde a mais remota Antiguidade até os nossos dias. -
Media e Jornalismo em Tempos de Ditadura -Censura, Repressão e ResistênciaO livro reúne textos de 11 investigadores portugueses e espanhóis sobre a instrumentalização dos media durante o Estado Novo e o Franquismo e as formas de resistência à censura e à repressão. A obra surge na sequência do II Seminário da História da Comunicação da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, realizada, em Novembro de 2022, na Fundação Mário Soares e Maria Barroso. Alguns dos textos que agora se publicam foram apresentados neste encontro científico. Segundo os coordenadores do livro, há um denominador comum a todos os textos: «a necessidade que as ditaduras têm de vedar o acesso do povo à verdade incómoda ou inconveniente. Por isso, silenciaram-se certas pessoas, assuntos e factos, enquanto se deu relevo e importância a outros». -
25 de Abril: A Transformação nos «Media»Uma obra que mantém vivo o legado de Mário Mesquita e que o autor desejava ter publicado em vida, provando que a forma como pensou e discutiu o jornalismo num momento fundador e de viragem como foi o período de 1974-1975 mantém uma admirável actualidade. «Mário Mesquita desenvolveu, de forma sistemática e coerente, actividades que visavam o bemcomum e incentivavam uma democracia aberta — na política, no jornalismo de informação, na actividade académico-universitária e na escrita — com o objectivo de realizar o seu ideal de sempre: o da Liberdade.» António Ramalho Eanes «Jornalista e académico, MárioMesquita procurava em cada trabalho o difícil equilíbrio entre o rigor da contextualização e o prazer da boa história. Isso fazia de qualquer conversa sobre o jornal uma oportunidade de reflexão profissional, tantas vezes em falta na lufa-lufa das redacções.» Diana Andringa «Com o Mário Mesquita estamosperante alguém que decidiu ser jornalista para compreender melhor o mundo, e que resolveu estudar os media para se conhecer ainda melhor a si próprio.» Jaime Gama «Recordo o Mário Mesquita como um homem de pensamento que não desprezava a acção. Inteligente e culto. Um espírito livre, um bom cidadão, um amigo confiável. Liberdade e Solidariedade foram os grandes valores da sua vida. Faz-nos falta!» Maria Antónia Palla -
Homo Spectator: Ver, Fazer Ver«É a barbárie que ameaça um mundo sem espectador.»"Homo Spectator" reflecte sobre a construção histórica da figura do espectador, desde as cavernas paleolíticas às tecnologias digitais. Este percurso interroga as várias relações, de opressão e de liberdade, de medo e de gozo, que se estabelecem entre humanos e imagens, para ensaiar uma resposta à inquietante pergunta: como preservar a nossa liberdade crítica perante a disseminação das imagens? -
Ainda Bem Que Me PerguntaAinda Bem Que Me Pergunta, trata-se do primeiro manual de escrita jornalística, editado em Portugal, de um autor português, para o público português. Como escrever com clareza e rigor semântico? Como estruturar uma notícia, uma reportagem, uma entrevista? Como elaborar os respectivos títulos? Como evitar as «armadilhas» ortográficas e gramaticais? -
Desinformação Online - O impacto da Propaganda ParticipativaA desinformação é hoje prevalecente no ambiente digital, onde a informação circula a alta velocidade. Servindo-se de técnicas clássicas de propaganda, a desinformação conta com a colaboração de cidadãos anónimos que partilham conteúdos online sem antes avaliarem a veracidade dessa mesma informação. O presente livro mostra como este fenómeno constitui uma ameaça à democracia e como pode ser combatido através do investimento em literacia mediática e digital. -
Temas Arquivísticos - Entre a Tradição e a MudançaUm convite à reflexão do lugar da Arquivística hoje, contrariando as vozes que afirmam que tenha adormecido permanentemente na Modernidade, face à emergência do pensamento pós-moderno, onde a ciência da informação radica a sua identidade, sem que a pós-modernidade seja, também ela, parte da seiva que corre nas veias dos autores dos estudos arquivísticos, que, por consequência, escorre para as suas páginas. Um convite, ainda, a repensar a valorização dos estudos arquivísticos na atualidade, relegados, em muitos fora, à sua tecnicidade, considerados despidos de qualquer roupagem teórica, como se os arquivos não constituíssem, per se, um campo de estudo científico. Um campo sobre o qual se constrói conhecimento continuamente, refletido por cientistas e comunidades de prática, que, como tal, acompanha a própria evolução da ciência e o devir social.[CARLOS GUARDADO DA SILVA]