A Pensar Morreu um Burro e Outras Histórias
Tudo começa com a história do burro que morreu a pensar, porque não se conseguia decidir entre dois lugares e acabou por ficar assim para sempre, na indecisão. Depois vêm outras histórias, como a da origem da tromba dos elefantes ou a da menina que se via reflectida num espelho enganador. São contos pequeninos, que se lêm num piscar de olhos. Acabamos por ficar sempre com vontade de regressar a eles e inventar um novo desfecho...
| Editora | Assírio & Alvim |
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| Coleção | Assirinha |
| Categorias | |
| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Helder Moura Pereira, Luís Manuel Gaspar |
Artista plástico, poeta, crítico textual, revisor literário e secretário de gatos. Publica capas, ilustrações e banda desenhada, em livros e periódicos, desde 1986. Traduziu, com Vera Pinto, obras de Edward Lear e Lewis Carroll. Organiza as poesias reunidas de Ruy Cinatti, António Ramos Rosa e David Mourão-Ferreira. É um dos editores responsáveis pela obra literária de José de Almada Negreiros. Em 2004 comissariou, com João Paulo Cotrim, uma exposição sobre Almada e Ramón Gómez de la Serna. Expôs Um Lugar nos Olhos em Viana do Castelo (2011) e na Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa (2012).
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Poemas de Amor do Antigo EgiptoO teu amor infiltra-se no meu corpo Tal como o vinho se infiltra na água quando O vinho e a água se misturam. As traduções aqui apresentadas foram feitas a partir das versões em inglês de Ezra Pound (Conversas na Corte) e Noel Stock (todas as outras), que por sua vez se basearam na fixação dos textos hieroglíficos em italiano por Boris de Rachewiltz (Liriche Amorose degli Antichi Egizione, Vanni Scheiwiller,Milão, 1957). A primeira edição americana é de 1962 (New Directions, Nova Iorque). Os poemas datam de entre 1567 a.C. e 1085 a.C. Quando me dá as boas-vindas De braços bem abertos Sinto-me como aqueles viajantes que regressam Das longínquas terras de Punt. Tudo se muda: o pensamento, os sentidos, Em perfume rico e estranho. E quando ela entreabre os lábios para beijar Fico com a cabeça leve, ébrio sem cerveja -
Um Raio de Sol“Ao pôr assim a questãotão leal e franco corrio risco de me chamaressuspeito, terrorista. Mas se é de amor que falamos.A culpa pode haver, temÉ de ser coisa que se veja.Não me importava que fossesa cruel Ishtar que transformou o amante, jardineirode seu pai, em aranhiço.Ishtar, bom, Ishtaramou primeiro o amantemas tu nem isso.” -
LágrimaHelder Moura Pereira nasceu em Setúbal, em 1949. Revelou-se como poeta em 1976, numa obra colectiva - Cartucho - em colaboração com Joaquim Manuel Magalhães, João Miguel Fernandes Jorge e António Franco Alexandre. Tem mais de duas dezenas de livros de poesia publicados, sendo este o segundo que edita na Assírio & Alvim. Também para esta editora traduziu: "Poemas de Amor do Antigo Egipto" (colecção Gato Maltês) e "O Fazer da Poesia", de Ted Hughes (recentemente editado na nova colecção Testemunhos). Na colecção Assirinha, conta já com dois livros da sua autoria: "A Pensar Morreu Um Burro" (com ilustrações de Luis Manuel Gaspar) e "Os Poemas do Coelho Rámon" (com ilustrações de Ruth Rosengarten). Dizeres o meu nome era a tua melhor carícia, não que gostasses do som e o escolhesses para um filho. Era apenas o meu nome, quando na sombra o vulto passava e quando ao sol contava pulsações. Assim, projectando lazeres nos ramos das árvores, lembrei-me como era possível voltar a escrever na casca. E com o canivete fui rasgando corações, depois todo contente fui fazer uma salada. À tarde apalpei-te e tu deste um gritinho. Os leitores, dizias a rir, que vão achar os leitores dos pormenores da tua vida íntima, secreta e privada? Tudo tem de ter uma lógica, sabes bem, nem que seja a mentira de eu existir. Mesmo num filme sério quando a imagem era cortante de beleza o teu riso ecoava na sala e a gente culta fazia chiu e voltava a cabeça para trás. Eu, muito envergonhado, jurava para dentro de mim que nunca mais te levaria ao cinema. Contudo, ao mesmo tempo, achava graça haver uma pessoa que achava graça a tudo. Na cama tu nunca disseste o meu nome, um dia falei-te nisso e respondeste que era melhor do que gritar é tão bom zé manel. Afasta portanto as tuas pernas tensas para que eu possa passar por inventor e julgar que ninguém faz o que eu faço. Ou então faz-te difícil para que me sinta campeão da poesia mais boçal. -
A Tua Cara Não Me é Estranha“A Tua Cara Não Me É Estranha é desarticulante que baste, como seria de esperar, tendo em conta os últimos livros do Autor. Mas não como o anterior [Lágrima, Assírio & Alvim, 2002], em que Helder Moura Pereira trabalhava por dentro dos ritmos e alterava as músicas conhecidas numa direcção torrencial e dissonante. Agora regressam as sombras e as calmas da imagem e da música, embora não as do sentido, que sofre as mesmas temperaturas e colide com os mesmos continentes de hábito. A clareza com que escreve é tal que há um efeito de encandeamento, às vezes, como se uma parte se calhar importante da imagem tivesse excesso de luz. O leitor é chamado para dentro do poema, não só por serem faladas as suas palavras de todos os dias como, sobretudo, aquelas que ele não estaria suposto a encontrar num poema. Depois, a fragmentação, que o leitor quereria conter ou remendar com as suas completudes (é o seu instinto de leitor), depressa se revela uma forma precisa, que procede por lampejos, por movimentos rápidos, por trocas inesperadas do som das frases pelo relevo dos objectos ou dos cenários ou das acções evocadas. Tudo de repente se desfaz em poesia, e a própria tensão erótica, a mais intensa, se vê com outras cores e noutros lugares de entendimento.”Fernando Cabral Martins -
Mútuo Consentimento“A morte afinal não custa nada, diz-mea minha voz insensata como sejá lá tivesse estado. E logo te transmitoo que a minha voz me disse, porqueuma coisa destas merece ser divulgada.Agora a saudade de te ter tidojunto de mim algum tempo esbarracom preocupações e raivasobre como o mundo está.Uma lástima, acrescentas, e o piorestá para vir. Quanto a nós, não sei:a vida dá muitas voltas, quem sabeo que pode acontecer. Mas este futuroassim misterioso é ainda mais tristedo que qualquer passado triste.Quem me dera que dissessespresente quando fosse preciso.Sem amor a gente anda por aquia gemer de dor por dentro, é a verdadepura e simples e o resto é conversa.Já que o mundo está como estáao menos que o lastimássemos a dois.” -
Segredos do Reino AnimalUm dos mais notáveis poetas da sua geração, Helder Moura Pereira tem vindo de livro para livro a reforçar a originalidade e a força do seu discurso poético. Saiba agora que Segredos guarda o Reino Animal... «Das minhas mãos nasce uma história: não se percebe nada. Deve ter sido uma guilhotina da memória (hei-de perguntar porquê ao diabo) a actuar selectivamente num critério qualquer. O mistério do que falta preencher talvez faça de nós inteligentes, obrigados a reflectir entre o absurdo e a lógica.» -
Se as Coisas Não Fossem o Que SãoApagaram-se as luzes azuis da ambulância e mais ficou na nossa imagem a cor do sangue. No trajecto vi mais o teu ser do que à mesa, na cama, no trabalho, o que vi deixou-me descansado: humano, demasiado humano. Tudo podia ter sido mais fácil, eis o que pode dizer qualquer um, e mesmo que quase não haja dinheiro para o táxi e te sintas à beira do precipício, levanta a garganta e berra para aí até já não haver quem te oiça. Da missa metade não soube em tua história e também não é preciso, todos nós já corremos para um hospital e viemos de lá a cheirar a doença e a morte. Por nós ou por outros, nessa grande casa da tristeza e do alívio, democracia total o acaso que dispara e acerta ou não acerta em quem vai a passar. Alguém te segura à beira da derrocada e te pergunta saberás se lá no fundo há algo que valha a pena? Pode ser que sim, pode ser que não, ninguém sabe. -
Pela Parte que me TocaPela Parte Que me Toca é o mais recente livro de Helder Moura Pereira, uma das vozes mais sólidas e originais da poesia contemporânea portuguesa.Folhagem sobre os pés ou sob os pés,raízes que me cortam a buscade um corpo que deve estar por pertoa fazer coincidir o céu azulcom a vontade de ter ar para si,e cinza, e um olhar de amor.Um peso que não se arrasta, vozsem tempo nenhum, vem péante pé sobre mim e sobre o livroque deixou de ter palavrasmal caiu no meio do ar o desejode esvoaçar no meio da tarde. -
Golpe de TeatroGrande Prémio de Poesia da APE 2017.«Golpe de Teatro» é o mais recente livro de poesia de Helder Moura Pereira. Um golpe em quatro actos, sempre mordaz e com notável ironia até ao fim.Foi excitante percebermos qual a corda nossa bandeira branca. Enrolámo-nosnela como dois militantes entusiastaspela mesma causa, já tínhamos passadopor muita coisa e abraçávamos o restodas nossas vidas como se fosse uma causa. -
A Vera Teve Um Sono e Outras HistóriasA Vera é a neta de um avô atento, personagem ideal para um conjunto de histórias breves que nos mostram, desde logo isto: o mundo nunca é apenas aquilo que aparenta. Os bichos, as cores, os frutos e as flores, as nuvens e as letras, tudo pode ser motivo de brincadeira. E as brincadeiras podem mudar-nos para sempre.
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O Leão Que Temos Cá DentroNão tens de ser grande nem valente para encontrares a tua voz. Nem sempre é fácil ser pequeno. Mas quando o Rato parte em viagem à procura do seu rugido, descobre que até a mais pequenina criatura pode ter um coração de leão. -
Truz-Truz"Truz Truz! Quem é?! É a menina pequenina que tem uma meia rota no pé?" Assim começa esta pequena grande adivinha, contada em verso e cheia de humor, que dá vida a um bairro e a todas as personagens fascinantes que podemos encontrar no nosso dia a dia. -
O Príncipe NaboSer princesa e poder escolher um príncipe deveria ser uma tarefa fácil. Mas para a Princesa Beatriz, a quem nada nem ninguém satisfaz, é um tremendo aborrecimento, e ainda aproveita para zombar dos pobres pretendentes. Cansado dos caprichos da Princesa, o Rei decide dar-lhe uma boa lição... A coleção Educação Literária reúne obras de leitura obrigatória e recomendada no Ensino Básico e Ensino Secundário e referenciadas no Plano Nacional de Leitura. -
O Coala Que Foi CapazO Kevin é um coala que gosta de manter tudo na mesma, exatamente na mesma. Mas quando um dia a mudança surge sem ser convidada, o Kevin descobre que a vida pode estar cheia de novidades e ser maravilhosa! Dos criadores de O Leão Que Temos Cá Dentro, esta é uma história bem engraçada para quem acha que a mudança é um bocadinho preocupante. -
Era Uma Vez Um UnicórnioSabes como nasceu o primeiro unicórnio? Tudo aconteceu numa floresta encantada, quando uma menina chamada Carlota descobriu uns pequenos cavalos a tentar voar e reparou que um deles não saía do chão. Ele estava muito triste, mas a Carlota encontrou uma maneira muito doce de fazer o seu novo amigo feliz. O que terá sido? -
Graças e Desgraças da Corte de El-Rei TadinhoPlano Nacional de LeituraLivro recomendado para o 3º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada."Não se trata do retrato de mais um rei de Portugal. El-Rei Tadinho, sua futura mulher (uma fada desempregada, que entretanto se fizera passar por bruxa) e restante família vivem algumas desgraças ora do campo do quotidiano ora do fantástico. O rei oferece a filha (que não tem! — só mais tarde dá pelo engano) em casamento a um dragão; a única bruxa do reino, embora contrariada, decide ajudá-lo; o dragão engana-se e casa com esta última... É impossível não se achar graça, tal a ironia, a prodigiosa imaginação e o alucinante desenvolvimento. (A partir dos 8/9 anos)." -
O Bando das Cavernas 43 - MicroscópicosUma fórmula secreta, uma tentativa de escapar ao teste de ciências e um pormenor aparentemente sem importância como, por exemplo, não lavar as mãos antes de ir para a mesa, dão origem a uma batalha incrível no mundo microscópico. Segue os nossos amigos nesta aventura cheia de criaturas estranhas e muuuuitos pormenores até um mundo que pode ser minúsculo, mas onde as gargalhadas são gigantes. Já sabes como é: diverte-te a ler e… Junta-te ao Bando! -
O RecrutaOs agentes da CHERUB têm todos menos de dezassete anos. Vestem calças de ganga e t-shirts, e parecem crianças perfeitamente normais mas não são.Eles são profissionais treinados, enviados para missões de espionagem contra terroristas e traficantes de drogas temidos internacionalmente.Mas, para efeitos oficiais, estas crianças NÃO EXISTEM.James é o mais recente recruta da CHERUB. É brilhante a matemática e a CHERUB precisa dele. Esperam-no cem dias de recruta.A aventura está a começar...