A Tradição do Graal em Portugal - Ecos do Imaginário Cavaleiresco Português
Na sua essência, o simbolismo do Graal apela à interioridade, à iniciação, à transformação e à superação. Desvela ao buscador atento uma série de valores genuínos como um “tesouro difícil de alcançar”. Buscá-lo não tem por meta possuí-lo, antes sê-lo, algo fundamental para o nosso tempo, em que a complexidade de “ter” precisa de ser gradualmente substituída pela simplicidade de “ser”.
A demanda do Graal é uma experiência religiosa, íntima, vertical e supra-confessional que encontra um eco profundo na “alma lusa”. Ela reflecte um anseio semiconsciente, individual e colectivo; uma espécie de “nostalgia do impossível”, ou saudade inefável de um lugar sem tempo, que existe apenas na eternidade.
«Um estudo sistemático, desenvolvido e esclarecido sobre a tradição e o imaginário da Demanda do Graal na história e na cultura portuguesas.
Partindo dos arquétipos mítico-simbólicos universais do Graal e da sua expressão nas tradições pagãs, cristã e islâmica, Nuno Gonçalves traça o roteiro da sua presença na cultura galaico-portuguesa, destacando a sua evolução na constituição mito-histórica de Portugal. Reconhecendo a anterioridade do tema do Graal em relação à sua leitura cristã, o autor nota bem como, no seio desta, se cruzam abordagens ortodoxas e heterodoxas que, em vez de se combaterem, se fecundam mutuamente.
A par das muitas vias hermenêuticas que este livro abre, o autor tem ainda o inestimável mérito de assumir que a demanda do Graal assume na situação crítica da nossa contemporaneidade uma urgente actualidade. Com efeito, trata-se antes de descobrir a essência mais íntima e universal do que é e do que somos. Estamos perante um imperativo de despertar da consciência que a emancipe da ficção da separação entre si e os outros ou entre o eu e o mundo.»
Paulo Borges
in Prefácio
| Editora | Zéfiro |
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| Categorias | |
| Editora | Zéfiro |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Nuno Ferreira Gonçalves |
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História Secreta da Ordem de AvisA decifração simbólica dos mistérios da cavalaria de Avis.Numa altura em que tanto se escreve sobre a Ordem do Templo e o inegável papel dos cavaleiros templários na fundação do reino de Portugal, urge também resgatar a memória das outras ordens religioso-militares no nosso país. Destas, a Ordem de Avis é aquela que é genuinamente portuguesa, tendo dado o seu nome à dinastia real mais brilhante da nossa história.Face à escassez de dados historiográficos sobre o tema, o autor realizou uma profunda investigação sobre a vertente mística e esotérica da Ordem. Tendo tido acesso a documentação reservada, foi possível descodificar vários aspectos simbólicos até então desconhecidos. Um dos aspectos centrais da pesquisa foi procurar a razão pela qual o Professor Henrique José de Souza (fundador da Sociedade Teosófica Brasileira) afirmou que a Ordem de São Bento de Avis “servia de escudo ou cobertura exterior” à antiga e enigmática Ordem de Mariz.A resposta a esta e outras questões encontra-se no coração deste livro, que tem como propósito não só preencher a referida lacuna, como estimular futuras investigações.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?