A Vida, Modo de Usar

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Perec é finalmente lançado em língua portuguesa com este seu A Vida Modo de Usar, numa tradução de Pedro Tamen. Apresentar este autor ao público português não é tarefa fácil, devido à extraordinária riqueza e complexidade da sua obra. Interessará saber que ele esteve ligado ao Grupo OULIPO (Ouvroir de Littérature Potentielle), fundado por Raymond Queneau e que levou a cabo uma teorização literária que deu origem a uma série de experimentações baseadas nas múltiplas possibilidades combinatórias e permutativas (até mesmo num sentido matemático) do sistema formal que é a língua. Com Kafka ou Borges, Perec tem em comum uma certa visão do mundo em que o labirinto e o puzzle são figuras dominantes. É assim (e não só) que ele constrói este admirável livro que muitos têm considerado quase demasiado perfeito, pela inteligência com que está urdido e pela abundância e multiplicidade das referências. O universo desta(s) história(s) é redigido pelas leis do jogo, mas não faltam elementos que o seu autor foi buscar à vida da sociedade e à sua própria, de modo que o leitor não se sente desligado do real, de que a obra é modelo ficcional. E se os meios plásticos de que se serve se evidenciam provocadoramente na sua qualidade de artefactos, ele não deixa de seduzir inapelavelmente o leitor, esgotando até ao limite uma espécie de arqueologia da minúcia. Perec é um nome que urgia ser divulgado entre nós, um escritor porventura tão importante, a seu modo, como um Borges, um Proust, um Stendhal, um Calvino ou um Joyce.

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Autores Georges Perec
Georges Perec
Georges Perec, um desses autores em cuja obra nenhum livro se parece com nenhum outro, nasceu em Paris, em 1936, e morreu aos 45 anos, em Ivry-sur-Seine. «Les choses», «Un homme qui dort» e «La vie mode d'emploi» são alguns dos seus títulos mais conhecidos e celebrados. Filho de judeus polacos, perde o pai em combate e a mãe num campo de concentração, sendo adoptado por uns tios paternos. Integrou o grupo OuLiPo, de que faziam parte autores como Raymond Queneau, e que propunha diluir os limites da literatura através de desafios que passavam, afinal, por limitações: Perec, por exemplo, tanto apresentou a supressão de uma vogal durante um romance inteiro, em «La disparition», como depois escolheu a mesma vogal «e» para ser a única utilizada em «Les revenentes». «Je me souviens» foi publicado em 1978 e reúne uma série de entradas iniciadas por «Lembro-me de» escritas entre 1973 e 1977, seguindo o mote de Joe Brainard. Nesta escrita fragmentária, Perec dedica-se sobretudo à infância e ao início da idade adulta, nele predominado as referências à cultura parisiense da época e os jogos linguísticos.
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