al Face-book
Alberto Pimenta descreveu al Face-book como a sua primeira sátira.
As redes sociais não são alvo de azedume, nem de náusea; são, antes de mais, um ícone epocal, como as máquinas em Reality Show (Mia Soave, 2011). E, embora não isentos de perniciosidade, recuam e cimentam-se no fundo dos processos em curso no poema. Como se de um cenário se tratasse, que cada vez mais fosse distando das (pre)ocupações que ganham predomínio no texto. No decurso de al Face-book, esse pano de fundo pega fogo e vai ardendo à medida que os implicados no momentoso caso se vão amigando, comunicando entre si os seus engulhos e tremores.
- Hugo Pinto Santos
| Editora | 7 Nós |
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| Editora | 7 Nós |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Alberto Pimenta |
Poeta, narrador, ensaísta, performer e professor universitário. Licenciou-se em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra e, durante alguns anos (1960-1977), exerceu funções de leitor de Português e de Literatura Portuguesa em Heidelberg, na Alemanha. Regressando a Portugal, desenvolveu uma intensa actividade no domínio da criação literária relacionada com os movimentos experimentalistas. Os seus textos, por vezes publicados em livros com uma configuração gráfica original, assumem um sentido polémico, que ocasionalmente os próprios títulos podem evidenciar, e ao mesmo tempo de vanguarda. É autor de O Silêncio dos Poetas (1978), um importante estudo sobre o sentido da criação literária ligada aos movimentos de vanguarda, a qual se caracteriza pelo seu "desvio da norma"; o desenvolvimento dos seus pontos de vista leva-o a estabelecer uma bem fundamentada e sugestiva "fenomenologia da modernidade". Realizou o seu primeiro happening em 1977 no Jardim Zoológico de Lisboa (Homo Sapiens) e a mais recente performance (Uma Tarefa para o Ano Vindouro), dividida em duas partes (31/12/1999 e 01/01/2000), também em Lisboa, na Galeria Ler Devagar. Traduziu, entre outros, Thomas Bernhard (A Força do Hábito, em colaboração com João Barrento, 1991) e Botho Strauss (O Parque). Colaborou com Miguel Vale de Almeida e Rui Simões em Pornex: Textos Teóricos e Documentais de Pornografia Experimental Portuguesa (coord. de Leonor Areal e Rui Zink), 1984. É actualmente professor auxiliar convidado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
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Registo de ViverLivro objecto artístico com 61 páginas - inclui filme em DVD com a leitura performativa do poema pelo autor e intervenção musical pela soprano Manuela Moniz. Inclui ainda uma serigrafia realizada pelo autor. Edição limitada de 200 exemplares assinados e numerados pelo autor, pela soprano e pelo editor. -
Indulgência PlenáriaNum dia de Março, talvez Abril de 2006, Alberto Pimenta sentou-se na esplanada de um restaurante voltado para o Coliseu de Lisboa, abriu a meio o jornal que acabara de comprar, e deu com a notícia da morte de Gisberta Salce Júnior, em Fevereiro, no Porto. Transtornado com a brutalidade do que viu descrito em meia dúzia de linhas, fechou o jornal e disse para si eu vou escrever um poema sobre isto. -
Discurso sobre o filho-da-putaDiscurso Sobre o Filho-da-Puta poema em prosa, de argumento filosófico, no qual a palavra não têm só a função de significar, mas é quase sempre também ponto de partida para um artifício estilístico. -
LabirintodonteNão é um engano dizer que estes versos, publicados em 1970, davam o mote a um dos mais inconformados e iconoclastas livros de poesia da literatura portuguesa. Não é um engano atribuí-los à ironia sempre afiada e assestada de Alberto Pimenta.Não é um engano supor que, ao longo dos anos, o autor foi desfazendo e derriçando vários e muito particulares enganos, ludíbrios, endrominanços, tão típicos da natureza humana.Só pode ser um engano que durante 40 anos o livro de estreia de Pimenta não tivesse chegado às mãos de uma nova geração de leitores ou regressado para uma nova leitura… ou para a mesma leitura, já que a natureza humana continua a enganar-se tanto e amiúde cheia de certeza… -
Pensar Depois no Caminhotantas combinaçõesmatanças dia e noitetão ricas e ousadasquantas maravilhasé assim mesmo a cabeça humanacriação científica de riquezasem a qual a vida é pobree criação contínuade pobrezasem a qual falta tema -
De NadaA BOCA orgulha-se de apresentar o primeiro audiolivro do grande poeta e performer Alberto Pimenta. Aos 75 anos, o escritor regressa aos poemas curtos para um diálogo urgente sobre as notícias do dia e de sempre, sempre as mesmas. Como o grafito que ilustra a capa, este livro inscreve-se na linha de resistência a que as autoridades chamam vandalismo. -
Que Lareiras na FlorestaDepois de quatro décadas terem passado da estreia de Alberto Pimenta no mundo da literatura, impunha-se esta reunião de vários dispersos do autor. Na sua maioria nunca publicados em livro, estes excertos de ensaios, performances, crónicas, entrevistas, guiões para televisão, traçam um itinerário sólido para quem quiser conhecer um dos mais importantes poetas e escritores de língua portuguesa. Ao longo do livro aparecem ainda alguns poemas que ancoram, contextualizam ou radicalizam ideias caras ao autor. Ou, simplesmente, tornam poéticas as visões e o labor criativo e criador do escritor. Se a expressão artística de Pimenta se renovou ao longo dos anos, na forma, no género e no estilo literário, conferindo-lhe singularidade, a mestria do seu humor, os indeléveis happenings que realizou e a acutilância do seu discurso crítico e político deixaram uma marca única na cultura portuguesa. -
Ilhíada«É unânime ver na Ilíada o deflagrar do grande épico furor narrativo de uma cultura de heróis e super-heróis, ciosos da sua dignidade de ser homem no seio duma natureza que acolhe deuses; decerto será unânime a leitura da Ilhíada como exploração doutro ritmo (mas com “migalhas da mesa de Homero”) para esta cultura feita de pura ânsia de lucro e poder, e deuses que entre si disputam a existência, numa natureza exausta e que ainda serve, tudo à custa de deserdados, oprimidos e excluídos, que teimam em sobreviver.»- nota editorial
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As Lições dos MestresO encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham. -
Novo Iluminismo RadicalNovo Iluminismo Radical propõe um olhar crítico e uma atitude combativa face à credulidade do nosso tempo. Perante os discursos catastrofistas e solucionistas que dominam as narrativas e uniformizam as linguagens, Marina Garcés interpela-nos: «E se nos atrevêssemos a pensar, novamente, na relação entre saber e emancipação?» Ao defender a capacidade de nos auto‑educarmos, relança a confiança na natureza humana para afirmar a sua liberdade e construir, em conjunto, um mundo mais habitável e mais justo. Uma aposta crítica na emancipação, que precisa de ser novamente explorada. -
Um Dedo Borrado de Tinta - Histórias de Quem Não Pôde Aprender a LerCasteleiro, no distrito da Guarda, é uma das freguesias nacionais com maior taxa de analfabetismo. Este livro retrata a vida e o quotidiano de habitantes desta aldeia que não tiveram oportunidade de aprender a ler e a escrever. É o caso de Horácio: sabe como se chama cada uma das letras do alfabeto, até é capaz de as escrever uma a uma, mas, na sua cabeça, elas estão como que desligadas; quando recebe uma carta tem de «ir à Beatriz», funcionária do posto dos correios e juntadora de letras. Na sua ronda, o carteiro Rui nunca se pode esquecer da almofada de tinta, para os que só conseguem «assinar» com o indicador direito. Em Portugal, onde, em 2021, persistiam 3,1% de analfabetos, estas histórias são quase arqueologia social, testemunhos de um mundo prestes a desaparecer. -
Sobre a Ganância, o Amor e Outros Materiais de ConstruçãoTextos de Francisco Keil do Amaral sobre o problema da habitação 1945-1973. Francisco Keil do Amaral (1910-1975), arquitecto português, com obra construída em Portugal e no estrangeiro, destacou-se com os grandes projectos para a cidade de Lisboa de parques e equipamentos públicos, dos quais se destacam o Parque de Monsanto e o Parque Eduardo VII. Foi também autor de diversos artigos que escreveu para a imprensa, obras de divulgação sobre a Arquitectura e o Urbanismo - "A arquitectura e a vida" (1942), "A moderna arquitectura holandesa" (1943) ou "Lisboa, uma cidade em transformação" (1969) - e livros de opinião e memórias - "Histórias à margem de um século de história" (1970) e "Quero entender o mundo" (1974). Apesar da obra pública projectada e construída durante o Estado Novo, Keil do Amaral foi um crítico do regime. Alguns dos textos mais críticos que escreveu e proferiu em público foram dedicados ao Problema da Habitação, título do opúsculo publicado em 1945 que reproduz o texto de uma palestra dada em 1943, e que surge novamente no título da comunicação que faz no 3º Congresso da Oposição Democrática em 1973. São dois dos textos reproduzidos nesta pequena publicação que reúne textos (e uma entrevista) de diferentes períodos da vida de Keil do Amaral. Apesar da distância que medeia os vários textos e aquela que os separa do presente, o problema da habitação de que fala Keil do Amaral parece ser constante, e visível não apenas em Lisboa, seu principal objecto de estudo, como noutras zonas do país e globalmente. -
Problemas de GéneroVinte e sete anos após a sua publicação original, Gender Trouble está finalmente disponível em Portugal. Trata-se de um dos textos mais importantes da teoria feminista, dos estudos de género e da teoria queer. Ao definir o conceito de género como performatividade – isto é, como algo que se constrói e que é, em última análise uma performance – Problemas de Género repensou conceitos do feminismo e lançou os alicerces para a teoria queer, revolucionando a linguagem dos activismos. -
Redes Sociais - Ilusão, Obsessão e ManipulaçãoAs redes sociais tornaram-se salas de convívio global. A amizade subjugou-se a relações algorítmicas e a vida em sociedade passou a ser mediada pela tecnologia. O corpo mercantilizou-se. O Instagram é uma montra de corpos perfeitos e esculpidos, sem espaço para rugas ou estrias. Os influencers tornaram-se arautos da propagação do consumo e da felicidade. Nas redes sociais, não há espaço para a tristeza. Os bancos do jardim, outrora espaços privilegiados para as relações amorosas, foram substituídos pelo Tinder. Os sites de encontros são o expoente de uma banalização e superficialidade de valores essenciais às relações humanas. As nudes são um sinal da promoção do corpo e da vulgarização do espaço privado. Este livro convida o leitor para uma viagem pelas transformações nas relações de sociabilidade provocadas pela penetração das redes sociais nas nossas vidas. O autor analisa e foca-se nos novos padrões de comportamento que daí emergem: a ilusão da felicidade, a obsessão por estar ligado e a ligeireza como somos manipulados pelos gigantes tecnológicos. Nas páginas do livro que tem nas mãos é-lhe apresentada uma visão crítica sobre a ilusão, obsessão e manipulação que ocorre no mundo das redes sociais. -
Manual de Investigação em Ciências SociaisApós quase trinta anos de sucesso, muitas traduções e centenas de milhares de utilizadores em todo o mundo, a presente edição foi profundamente reformulada e complementada para responder ainda melhor às necessidades dos estudantes e professores de hoje.• Como começar uma investigação em ciências sociais de forma eficiente e formular o seu projecto? • Como proceder durante o trabalho exploratório para se pôr no bom caminho?• Quais os princípios metodológicos essenciais que deve respeitar?• Que métodos de investigação escolher para recolher e analisar as informações úteis e como aplicá-las?• Como progredir passo a passo sem se perder pelo caminho?• Por fim, como concluir uma investigação e apresentar os contributos para o conhecimento que esta originou?Estas são perguntas feitas por todos os estudantes de ciências sociais, ciências políticas, comunicação e serviço social que se iniciam na metodologia da investigação e que nela têm de se lançar sozinhos.Esta edição ampliada responde ainda melhor às actuais necessidades académicas: • Os exemplos e as aplicações concretas incidem sobre questões relacionadas com os problemas da actualidade.• A recolha e a análise das informações abrangem tanto os métodos quantitativos como os métodos qualitativos.• São expostos procedimentos indutivos e dedutivos. -
Gramsci - A Cultura, os Subalternos e a EducaçãoGramsci, já universalmente considerado como um autor clássico, foi um homem e um pensador livre. Livre e lúcido, conduzido por uma racionalidade fria e implacável, por um rigor e uma disciplina intelectual verdadeiramente extraordinários. Toda a história da sua vida, a sua prisão nos cárceres fascistas, onde ficou por mais de dez anos, as terríveis provações físicas e morais que suportou até à morte, os confrontos duríssimos com os companheiros de partido, na Itália e na Rússia, o cruel afastamento da mulher e dos filhos, tudo isso é um testemunho da sua extraordinária personalidade e, ao mesmo tempo, da agitada e dramática página da história italiana, que vai do primeiro pós-guerra até à consolidação do fascismo de Mussolini. Gramsci foi libertado em 1937, após um calvário de prisões e graves doenças, que o levaram a morrer em Roma, no dia seguinte ao da sua libertação. Só anos mais tarde, no fim da segunda guerra e com o regresso da Itália à democracia, a sua obra começou a ser trabalhada e publicada.

