Ao Correr do Olhar: desafios para uma epistemologia poética
O livro Ao Correr do Olhar - Desafios para uma Epistemologia Poética é composto por sete capítulos, incluindo textos visuais que colocam à discussão a importância da metáfora como repositório de conhecimentos, saberes e práticas discursivas. O capítulo 1, «Entrópicos», evidencia as possibilidades da transposição conceptual e transdisciplinar da metáfora, enquanto que o capítulo 2, «Sinais da Cidade», problematiza os sinais com significação sociológica. No capítulo 3, «Circuito Sociológico da Noite de Maputo», aplicam-se os pressupostos antes apresentados na leitura do quotidiano da cidade-capital e da sociedade moçambicana, tal como no capítulo 4, «Crónicas de um Diletante Quase-Perfeito», são aplicados os mesmo pressupostos à sociedade portuguesa. O capítulo 5, «A Desambiguação de Métis: navegações do conhecimento subalterno», ancora-se às epistemologias do sul, propondo uma abordagem aberta sobre os factos identitários. O capítulo 6, «Diagrama Pictórico», trata das relações entre a emoção plástica e as instituições de regulação estético-política, assim como sugere reflexões críticas sobre os capítulos anteriores. Já no capítulo 7, «Pluralidade Epistemológica e Experiências de Vida Localizadas», salienta-se a necessidade de serem aplicados dispositivos de investigação mais adequados à contemporaneidade, e sublinha-se a importância da experiência de vida do pesquisador, na construção de uma epistemodiversidade pós-moderna.
| Editora | Almedina |
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| Coleção | Coleção CES |
| Categorias | |
| Editora | Almedina |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Feliciano de Mira |
Feliciano de Mira nasceu na vila de Arraiolos em Portugal e tem trabalhado como consultor, investigador e professor em universidades portuguesas e estrangeiras. Realizou o pós-doutoramento em Estudos Culturais Comparados pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris e pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Possui doutoramento em Socio-Économie du Développement pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris e doutoramento em Sociologia Económica e das Organizações pelo ISEG-Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Na mesma instituição obteve o mestrado em Sistemas Sócio-Organizacionais da Actividade Económica e a Pós-graduação em Sociologia Económica. A licenciatura em Sociologia foi atribuída pelo ISCTE-Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.
No campo da etnografia, coordenou e publicou O Cante à Moda de Pias (2017), publicou Crianças do Enxoé (1997) e Falar de Pias (1996).
Noutros campos das ciências sociais, tem participação com capítulos nos livros Sociedade em Debate (2016), Os Saberes Populares ao Viés da Ecologia Humana (2016), Ecologias Humanas (2014), Prevenção e Resolução de Conflitos em África (2012), Nos Dois Lados do Atlântico: trabalhadores, organizações e sociabilidades (2011), Organização Social do Trabalho e Associativismo no Contexto da Mundialização (2010), O Desafio Africano (1997) e coordenou Educação, Empresas e Desenvolvimento em Moçambique (1997).
No campo das escritas poéticas experimentais, publicou os livros Hotel Siesta (2017), Camponesa com Cabeça de Deus ao Colo.
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Camponesa com a Cabeça de Deus ao ColoUm livro de poesia visual pode ser lido e pode ser visto. Aliás, um acto se o outro não completa o objecto final da obra. Dar a ler, mostrar, fazer do livro um objecto presente que possa transmitir-se somente pela voz ficará sempre aquém do que pode buscar-se e encontrar-se no livro. O livro de poesia visual necessita absolutamente da voz e do olhar. Assim, toda a beleza deste livro poderá fundir-se com o desejo íntimo de ler um poema (escrito), e deixar o olhar partir pelos poemas visuais / imagens até à completude da reverberação das páginas por todos os sentidos. -
Hotel Siesta«Embora Fernando Pessoa não tenha mencionado como se pintam os papéis dos livros ou as superfícies em que se escreve, disse-o bem claramente uma criança (cujo nome desconheço) que no muro da sua escola infantil gravou, possivelmente com a ponta de uma pedra e com caligrafia hesitante, a seguinte frase, que reputo genial: PODE-SE ESCREVER COM ISTO. Pois pode-se escrever com isto e com tudo, sobre todos os suportes, tal como se pode pintar. E pode-se misturar escrita com pintura e pintura com escrita, em percentagens variadas, tal como se podem criar barreiras inexpugnáveis entre o escrever e o pintar, se isso for ainda possível… Tal como se pode dizer que toda a pintura é poesia e que toda a poesia é pintura.» E. M. de Melo e Castro sobre "Quaternu de Aisthetiké 1", de Feliciano de Mira -
O Cante à Moda de Pias - Grupo Coral e EtnográficoTerra, Cante e Trabalho: O Grupo Coral e Etnográfico “os Camponeses de Pias” foi criado em 1968 para divulgar as modas da sua terra, o que executa com elevado esmero, envergando os trajes e os adereços das gentes agrícolas de meados do séc. XX. O rigor e a qualidade das suas interpretações, sob a direção do seu fundador Barão Cachola, granjeou-lhe o respeito e a atenção do meio musical português, tendo também gravado, em 1973, um LP – Long Play.A entrada de Manuel Coelho para a direcção do Rancho em 1980 trouxe nova dinâmica. Ao longo dos seus anos de direção, fez parcerias musicais com Vitorino, Janita Salomé, Lua Extravagente, Rio Grande e Paulo Ribeiro. No Pavilhão Atlântico em Lisboa, o Rancho acompanhou Caetano Veloso, Maria Bethânia e Farró Brabo. No tempo da sua direção, o grupo gravou: em 1993, “Os Camponeses de Pias”; em 1996, “Pias O Cante da Margem Esquerda”; em 2003, “Pias Tradição Musical”. Em 2007 inicia-se o projeto “O Cante à Moda de Pias”, que o Manel assinalou com o lançamento do site www.camponesesdepias.net.O atual presidente António Lebre, que iniciou funções em 2008, continuou o projeto “O Cante à Moda de Pias”, fundou o grupo coral “Os Mainantes” composto por jovens de Pias e abriu a Taberna dos Camponeses de Pias, onde se pode cantar, acompanhado de vinhos e petiscos. Com o ensaiador Oliveiros Aleixo continuaram a parceria com Vitorino Salomé e Paulo Ribeiro e avançam para novos projetos musicais, com a Ala dos Namorados e João Gil. Em 2013 lançaram a coletânea “O Cante à Moda de Pias” e em 2015 “Entre Mestres e Aprendizes” com “Os Mainantes”. Numa demonstração da versatilidade do seu Cante, aceitaram a proposta de Feliciano de Mira e realizaram em 2016 “O Cante Acusmático de Pias” com Vitor Rua, António Duarte e a participação de Jonas Runa, que incluiu a gravação de um CD e a realização de um DVD, que estão prestes a sair.Os Camponeses de Pias são membros da Confraria do Cante Alentejano e apoiaram a Candidatura do Cante Alentejano à Lista Representativa de Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO. Os Camponeses de Pias têm participado em programas televisivos, telenovelas, documentários, desfiles etnográficos e organizado festivais de folclore. Desde a sua fundação têm presença assídua em espectáculos no país e no estrangeiro, já atuaram em Espanha, Itália, França, Alemanha e Brasil. Neste caminho, as vozes do Rancho mantêm a mesma dolência e intensidade das memórias vividas desde a Aldeia de Pias. E com as cores do Cante continuam a participar nas cartografias do futuro onde a identidade de origem não se esquece.
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As Lições dos MestresO encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham. -
Novo Iluminismo RadicalNovo Iluminismo Radical propõe um olhar crítico e uma atitude combativa face à credulidade do nosso tempo. Perante os discursos catastrofistas e solucionistas que dominam as narrativas e uniformizam as linguagens, Marina Garcés interpela-nos: «E se nos atrevêssemos a pensar, novamente, na relação entre saber e emancipação?» Ao defender a capacidade de nos auto‑educarmos, relança a confiança na natureza humana para afirmar a sua liberdade e construir, em conjunto, um mundo mais habitável e mais justo. Uma aposta crítica na emancipação, que precisa de ser novamente explorada. -
Um Dedo Borrado de Tinta - Histórias de Quem Não Pôde Aprender a LerCasteleiro, no distrito da Guarda, é uma das freguesias nacionais com maior taxa de analfabetismo. Este livro retrata a vida e o quotidiano de habitantes desta aldeia que não tiveram oportunidade de aprender a ler e a escrever. É o caso de Horácio: sabe como se chama cada uma das letras do alfabeto, até é capaz de as escrever uma a uma, mas, na sua cabeça, elas estão como que desligadas; quando recebe uma carta tem de «ir à Beatriz», funcionária do posto dos correios e juntadora de letras. Na sua ronda, o carteiro Rui nunca se pode esquecer da almofada de tinta, para os que só conseguem «assinar» com o indicador direito. Em Portugal, onde, em 2021, persistiam 3,1% de analfabetos, estas histórias são quase arqueologia social, testemunhos de um mundo prestes a desaparecer. -
Sobre a Ganância, o Amor e Outros Materiais de ConstruçãoTextos de Francisco Keil do Amaral sobre o problema da habitação 1945-1973. Francisco Keil do Amaral (1910-1975), arquitecto português, com obra construída em Portugal e no estrangeiro, destacou-se com os grandes projectos para a cidade de Lisboa de parques e equipamentos públicos, dos quais se destacam o Parque de Monsanto e o Parque Eduardo VII. Foi também autor de diversos artigos que escreveu para a imprensa, obras de divulgação sobre a Arquitectura e o Urbanismo - "A arquitectura e a vida" (1942), "A moderna arquitectura holandesa" (1943) ou "Lisboa, uma cidade em transformação" (1969) - e livros de opinião e memórias - "Histórias à margem de um século de história" (1970) e "Quero entender o mundo" (1974). Apesar da obra pública projectada e construída durante o Estado Novo, Keil do Amaral foi um crítico do regime. Alguns dos textos mais críticos que escreveu e proferiu em público foram dedicados ao Problema da Habitação, título do opúsculo publicado em 1945 que reproduz o texto de uma palestra dada em 1943, e que surge novamente no título da comunicação que faz no 3º Congresso da Oposição Democrática em 1973. São dois dos textos reproduzidos nesta pequena publicação que reúne textos (e uma entrevista) de diferentes períodos da vida de Keil do Amaral. Apesar da distância que medeia os vários textos e aquela que os separa do presente, o problema da habitação de que fala Keil do Amaral parece ser constante, e visível não apenas em Lisboa, seu principal objecto de estudo, como noutras zonas do país e globalmente. -
Problemas de GéneroVinte e sete anos após a sua publicação original, Gender Trouble está finalmente disponível em Portugal. Trata-se de um dos textos mais importantes da teoria feminista, dos estudos de género e da teoria queer. Ao definir o conceito de género como performatividade – isto é, como algo que se constrói e que é, em última análise uma performance – Problemas de Género repensou conceitos do feminismo e lançou os alicerces para a teoria queer, revolucionando a linguagem dos activismos. -
Redes Sociais - Ilusão, Obsessão e ManipulaçãoAs redes sociais tornaram-se salas de convívio global. A amizade subjugou-se a relações algorítmicas e a vida em sociedade passou a ser mediada pela tecnologia. O corpo mercantilizou-se. O Instagram é uma montra de corpos perfeitos e esculpidos, sem espaço para rugas ou estrias. Os influencers tornaram-se arautos da propagação do consumo e da felicidade. Nas redes sociais, não há espaço para a tristeza. Os bancos do jardim, outrora espaços privilegiados para as relações amorosas, foram substituídos pelo Tinder. Os sites de encontros são o expoente de uma banalização e superficialidade de valores essenciais às relações humanas. As nudes são um sinal da promoção do corpo e da vulgarização do espaço privado. Este livro convida o leitor para uma viagem pelas transformações nas relações de sociabilidade provocadas pela penetração das redes sociais nas nossas vidas. O autor analisa e foca-se nos novos padrões de comportamento que daí emergem: a ilusão da felicidade, a obsessão por estar ligado e a ligeireza como somos manipulados pelos gigantes tecnológicos. Nas páginas do livro que tem nas mãos é-lhe apresentada uma visão crítica sobre a ilusão, obsessão e manipulação que ocorre no mundo das redes sociais. -
Manual de Investigação em Ciências SociaisApós quase trinta anos de sucesso, muitas traduções e centenas de milhares de utilizadores em todo o mundo, a presente edição foi profundamente reformulada e complementada para responder ainda melhor às necessidades dos estudantes e professores de hoje.• Como começar uma investigação em ciências sociais de forma eficiente e formular o seu projecto? • Como proceder durante o trabalho exploratório para se pôr no bom caminho?• Quais os princípios metodológicos essenciais que deve respeitar?• Que métodos de investigação escolher para recolher e analisar as informações úteis e como aplicá-las?• Como progredir passo a passo sem se perder pelo caminho?• Por fim, como concluir uma investigação e apresentar os contributos para o conhecimento que esta originou?Estas são perguntas feitas por todos os estudantes de ciências sociais, ciências políticas, comunicação e serviço social que se iniciam na metodologia da investigação e que nela têm de se lançar sozinhos.Esta edição ampliada responde ainda melhor às actuais necessidades académicas: • Os exemplos e as aplicações concretas incidem sobre questões relacionadas com os problemas da actualidade.• A recolha e a análise das informações abrangem tanto os métodos quantitativos como os métodos qualitativos.• São expostos procedimentos indutivos e dedutivos. -
Gramsci - A Cultura, os Subalternos e a EducaçãoGramsci, já universalmente considerado como um autor clássico, foi um homem e um pensador livre. Livre e lúcido, conduzido por uma racionalidade fria e implacável, por um rigor e uma disciplina intelectual verdadeiramente extraordinários. Toda a história da sua vida, a sua prisão nos cárceres fascistas, onde ficou por mais de dez anos, as terríveis provações físicas e morais que suportou até à morte, os confrontos duríssimos com os companheiros de partido, na Itália e na Rússia, o cruel afastamento da mulher e dos filhos, tudo isso é um testemunho da sua extraordinária personalidade e, ao mesmo tempo, da agitada e dramática página da história italiana, que vai do primeiro pós-guerra até à consolidação do fascismo de Mussolini. Gramsci foi libertado em 1937, após um calvário de prisões e graves doenças, que o levaram a morrer em Roma, no dia seguinte ao da sua libertação. Só anos mais tarde, no fim da segunda guerra e com o regresso da Itália à democracia, a sua obra começou a ser trabalhada e publicada.