Apelos do Passado
Nesta viagem, em que a Terra materializa o nascer para a vida e o imenso Oceano o ruído do silêncio, os valores do Capitão Valdemar Aveiro, com a experiência que os seus cabelos brancos relevam, têm um elemento constante, que se lê nas palavras que escreve e nos espaços entre essas mesmas palavras: o encantamento da família, a sua e a dos seus homens, um mundo presente mas ausente pela distância, saudade e solidão. Não conheço as artes das pescas nem da navegação, distancio-me uma geração do Capitão Valdemar Aveiro, não tenho a experiência desta vida difícil dos valentes homens do mar e da Pesca do Bacalhau, mas fico fascinado com a realidade da vida feita um conto, pela sua veracidade e por perceber que forjava homens de valores e convicções solidamente únicas.
Victor Rodrigues, do Prefácio
| Editora | Âncora Editora |
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| Categorias | |
| Editora | Âncora Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Valdemar Aveiro |
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Murmúrios do Vento - Recordações da Pesca do BacalhauA partir das suas memórias, Valdemar Aveiro revela as aventuras e desventuras da «pesca longínqua» ou «pesca do largo». Nesta obra, recorda os longos anos dedicados à pesca do bacalhau, nos arrastões, onde 75 homens viviam largas temporadas confinados a 700 metros quadrados, partilhando o trabalho árduo, as tempestades, a saudade e a solidão. (III Volume). -
Nómadas do Oceano: recordações da pesca do bacalhauOs livros de Valdemar Aveiro lêem-se de um só trago. São livros arrojados, carregados de histórias suculentas. As histórias que o Senhor Capitão Valdemar nos conta - gosto de o tratar assim, por deferência e afecto - impõem-se por si próprias porque encerram uma força singular, cheias que estão de façanhas marinheiras. Realismo e alguma ficção conjugam-se nestas narrativas cheias de salitre. Nelas desfilam homens do mar e mulheres de ocasião e, sobretudo, navios , navios de sempre e de todas as cores, fazendo lembrar a poesia em prosa do engenheiro naval Álvaro de Campos. [...] O livro de Valdemar Aveiro inicia a sua viagem narrativa nas desventuras da mítica White Fleet . É deliciosa a descrição visualista que faz do porto de abrigo de St. Johns, uma semi-colónia portuguesa. Inserindo o leitor na euforia dos sentidos que se soltou naqueles seis dias de arribada por ciclone, o nosso guia invoca todos os clichés que se alojaram na memória lendária da frota portuguesa vista do lado de lá: o waterfront pejado de navios brancos, as deambulações dos homens pela colorida Water Street, a alegria dos pescadores jogando à bola no cais como se fossem meninos, o desejo recalcado de todos, a volúpia dos oficiais e cavalheiros e a lascívia dos mais destemperados. -
Memórias Esparsas de Uma Vida: recordações da pesca do bacalhauNeste livro - Memórias Esparsas de Uma Vida - quase ensaio biográfico, Valdemar Aveiro traz, sem grande cerimónia - mas cheio de intenção - um descritivo cheio de afectos que, desce, por vezes, às funduras mais íntimas do seu ser, à mistura com apreciações vibráteis, sarcásticas, carregadas de irónica voluptuosidade na abordagem de certos costumes.Estamos, assim, bem longe da macerada vida de capitão pescador que, longa e circunstancialmente descreve, na dupla trilogia com que, ao sabor das marés, vem, há anos, com assinalável êxito, fazendo as delícias dos seus já numerosos e fiéis leitores. (…) Estas Memórias Esparsas de Uma Vida bem poderiam ter sido o prólogo do primeiro livro de Valdemar Aveiro.Talvez por a dupla trilogia ter sido produzida ao sabor das marés, não teve o autor preocupações em seguir um roteiro cronológico. em cada um dos seus livros, Valdemar segue, apenas e só, o momento do autor.
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NovidadeO Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
NovidadeA DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
NovidadeEmílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
NovidadeOriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
NovidadeSavimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
NovidadeNa Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
NovidadeNa Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.