ATÉ NÓS
«Tu, leitor, vem cá, caminha comigo na berma desta estrada…»
O farol revela e esconde amores e crimes; um casal viaja para adoptar o menino trazido de longe; a boleia desesperada e fatal; imparável, o esventrar da terra e do pânico cronometrado letra a letra; a familiaridade do gesto brutal a que a faca obriga o braço ao matar; enlaçados um no outro, a velha e o cão são um corpo só, ensanguentado; o regresso impossível, ainda que a casa permaneça.
Histórias e personagens vêm até nós. Histórias e personagens que conhecemos, muitas vezes sem saber que conhecemos. Histórias e personagens que nos recriam. Que criam nós.
| Editora | Asa |
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| Categorias | |
| Editora | Asa |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Dulce Maria Cardoso |
Dulce Maria Cardoso publicou os romances Eliete (2018, livro do ano, entre outros, no Público, Expresso e no JL, Prémio Oceanos e finalista do Prémio Femina), O Retorno (2011, Prémio Especial da Crítica e livro do ano dos jornais Público e Expresso), O Chão dos Pardais (2009, Prémio PEN Clube Português e Prémio Ciranda), Os Meus Sentimentos (2005, Prémio da União Europeia para a Literatura) e Campo de Sangue (2001, Prémio Acontece, escrito na sequência de uma Bolsa de Criação Literária atribuída pelo Ministério da Cultura). Os seus romances estão traduzidos em várias línguas e publicados em mais de duas dezenas de países. A tradução inglesa de O Retorno recebeu, em 2016, o PEN Translates Award. Publicou contos em revistas e jornais, a maioria dos quais reunida nas antologias Até Nós (2008) e Tudo São Histórias de Amor (2014). Alguns deles fazem parte de várias antologias estrangeiras, e «Anjos por dentro» foi incluído na antologia Best European Fiction 2012, da Dalkey Archive. Em 2017, foram publicados os textos Rosas, escritos no âmbito da estada em Lisboa de Anne Teresa De Keersmaeker, quando a coreógrafa foi a Artista na Cidade. Criou, ainda, a personagem Lôá, a menina-Deus, para uma série da RTP2. A obra de Dulce Maria Cardoso é estudada em universidades de vários países, fazendo parte de programas curriculares, e tem sido objecto de várias teses académicas, bem como adaptada a cinema, teatro e televisão. A autora tem participado em vários festivais de prestígio internacional. Em 2012, recebeu do Estado francês a condecoração de Cavaleira da Ordem das Artes e Letras. Assina, na Visão, a coluna «Autobiografia não autorizada» (crónicas publicadas em livro, em 2021 e 2023).
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ElieteEliete volta às livrarias, agora em formato de bolso. Estar a meio da vida é como estar a meio de uma ponte suspensa, qualquer brisa a balança. A vida da Eliete vai a meio e, como se isso não bastasse, aproxima-se um vendaval. Mas este é ainda o tempo que será recordado como sendo já terrivelmente estranho, apesar de ninguém dar conta disso. Porque tudo parece normal. Deus está ausente ou em trabalhos clandestinos. De tempos a tempos, a Pátria acorda em erupções festivas, mas lá se vai diluindo. E a Família? -
Campo de SangueO homem não sabe como gastar os dias. Alguém o avisa de que o tempo é um material perigoso nas mãos de quem não o sabe usar.A mulher propõe-se comprar o amor do marido que abandonou. Afirma que tudo tem um preço, apesar de nunca ter pensado que o preço pode ser o da traição.A mãe garante que não tem culpa de ter gerado um assassino, ninguém tem mão no futuro. Tem o coração tão adormecido que nem a dor e a vergonha são capazes de o acordar.A dona da pensão quer salvar o negócio a todo o custo, pelo que não se importa de perder a alma. Só a televisão lhe valerá e por ela dará graças.Uma grávida com cabelos louros de menina e sandálias de cabedal não quis o filho que, alheio à sua vontade, se completa, segundo a segundo, na sua barriga. Dela se diz que não tem capacidade para distinguir o bem do mal.As crianças procuram tesouros nas paredes dum prédio que se esboroa. Os velhos roubam flores para as venderem no passeio ao fim da tarde. A cidade, uma teia de olhos e passos, apanha quem nela cai.E o mar sempre tão perto.A beleza pode ser um pretexto para se enlouquecer. A beleza e a solidão.Mas é o desespero que faz acreditar que se pode roubar o coração de quem se ama. -
Autobiografia Não AutorizadaAutobiografia Não Autorizada reúne as crónicas publicadas na revista Visão.Três anos depois de Eliete, finalmente um novo livro de Dulce Maria Cardoso. As muito celebradas crónicas que saíram na Visão são de uma intimidade sem precedentes na obra da autora: pessoais, memorialísticas, transparentes, e tão depuradas que se tornam universais, abrindo lugar para cada um de nós. Como uma poltrona que «é moldada, dia após dia, pelo peso de um corpo, transformando-se no seu ninho». -
O RetornoUm dos romances que mais marcaram a última década da literatura em Portugal celebra agora 10 anos de vida.Para assinalar esta data, O Retorno vai ter uma edição especial, em formato maior, em capa dura revestida a tecido gravado. Além disso, no interior haverá uma surpresa pensada e preparada por Dulce Maria Cardoso para os seus leitores. -
NovidadeO Chão dos PardaisAfonso é um homem muito poderoso. Inatingível. Excepto pelo passar dos anos. Há muito que só encontra a juventude nos corpos das amantes. Como o de Sofia, que o odeia. A sua mulher, Alice, entretém-se a governar a casa e a dar ordens a Eugénia, a criada de sempre. A filha, Clara, traduz livros inúteis e apaixona-se por Elisaveta. O filho, Manuel, é um cirurgião plástico acusado de negligência e entregue ao amor por uma mulher com quem se encontra no ecrã do computador. No entanto, tudo está perfeito na festa que Alice organiza para os sessenta anos de Afonso. Antes e depois dessa festa, antes e depois da tragédia, o romance dá conta das forças que atiram as personagens umas contra as outras, para se amarem ou para se odiarem. E, vertical, por entre todas as forças, a força da gravidade que estatela os corpos no chão. -
Violeta among the StarsVioleta is driving along a lonely stretch of late-night motorway, in the midst of a fearsome storm. When her tired eyes close for just a second, her car veers off the road, rolls down a muddy embankment, over and over, and comes to rest on an empty stretch of sodden ground. And as she lies amid the wreckage of her car, suspended between this world and the next, Violeta's life will quite literally flash before her eyes . . . Scenes from her past overlap with what happened right before the accident: her upbringing with her distant, critical mother; her father's mysterious double-life; her troubled relationship with her daughter; her life on the road as she drives between waxing product-selling appointments with breaks at motorway service stations, the abuse from other travellers mocking her size, the alcohol, the risky encounters with lorry drivers on filthy public toilet floors... Violeta Among the Stars weaves memories and feelings as Violeta reflects on her death, her life, her reality and her dreams. An astonishing portrait of a seemingly insignificant life, from one of Portugal's greatest living writers. -
Autobiografia Não Autorizada 2NOVO LIVRO DE DULCE MARIA CARDOSO: Segundo volume das celebradas crónicas de uma grande ficcionista. «Talvez tivesse sido melhor começar por falar da decisão de me usar como personagem: tendo em conta que, numa crónica, se espera que o autor esteja mais declaradamente presente, este seria o sítio em que experimentaria não fugir de mim. Bem sei que era arriscado: vivi histórias extraordinárias, vi‑me envolvida em situações terríveis, também eu se quisesse enlouquecia. Talvez não fosse prudente aventurar‑me por mim adentro. Daí a autobiografia ser não autorizada. Escreveria a minha biografia à minha revelia. O ilícito desmascarado no não autorizada dizia‑me exclusivamente respeito. Nunca pensei que pudesse ser de outro modo. Evidentemente que ao falar de mim falaria também daqueles que estão ou estiveram comigo, dos que passam ou passaram por mim. Não estou sozinha, nunca estive sozinha, não sei estar sozinha. Não quero estar sozinha. Os outros estariam a salvo nas minhas crónicas, eu seria a única a correr perigo: estilhaçar‑me na minha memória. Não sei escrever sobre o que não amo. Escrever é descobrir, é conhecer. E conhecer, se não é amar, é pelo menos dispor‑me a amar. Dispor‑me a amar coisas ignóbeis, às vezes. O que também é assustador. Aqueles que não amo nunca terão lugar no que escrevo. O que escrevo é iluminado pelos que amo, são eles que escrevem o que escrevo. Ou, dito de outra maneira, eu sou os que amo, são eles que me escrevem.» -
NovidadeCampo de SangueNOVA EDIÇÃO DO ROMANCE DE ESTREIA DE DULCE MARIA CARDOSO, AGORA EM FORMATO DE BOLSO. Grande Prémio Acontece Um homem, quatro mulheres, um crime. Campo de Sangue conta a história desse homem, cuja vida se resume a recriar se tal e qual três dessas mulheres gostariam que ele fosse: a mãe, que já só quer que a deixem em paz; a dona da pensão onde ele vive; a ex mulher, que o sustenta e que talvez ainda o ame. A quarta mulher é uma rapariga bonita que perturbará o mundo perfeito de mentiras que o homem construiu. Desmascaram se, então, solidões, indiferenças, mesquinhices, paixões, dependências, poderes. Fios emaranhados de passado, presente e futuro conduzem engenhosamente o leitor pela cabeça de personagens muito diferentes entre si. Da autora de: [Usar capas do Retorno, Eliete e outros livros] Sinopse curta Um homem, quatro mulheres, um crime. Campo de Sangue conta a história desse homem, cuja vida se resume a recriar se tal e qual três dessas mulheres gostariam que ele fosse. É o romance de estreia de Dulce Maria Cardoso, vencedor do Grande Prémio Acontece.
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InstantâneosUma pequena comédia humana, um fresco das nossas vidas cuja moldura é o espírito cáustico e irónico de um grande autor do nosso tempo. Um instantâneo é uma fotografia tirada com um tempo de exposição muito breve e sem apoio de um tripé. Aqui, Magris compõe uma sequência (cronológica) de textos muito breves, em que disseca pequenos e grandes aspetos da vida quotidiana, da vida política e da nossa intimidade. Estigmatiza falsas crenças, maneiras de ler e comportamentos por detrás dos quais se escondem abismos de incompreensão e superficialidade; destaca pequenos gestos que revelam a grandeza da alma humana; e tira da História e da Literatura situações surpreendentes que iluminam o presente confuso em que vivemos.Daqui emerge uma pequena comédia humana, um fresco das nossas vidas cuja moldura é o espírito cáustico e irónico de um grande autor moralista (na mais elevada aceção do termo) do nosso tempo – que não nos diz como devemos ser ou viver, mas que nos convida a olhar para nós com rigor e ternura.