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Bernardo Rosselino: Desenho Urbano

Domingos Tavares

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Sinopse

Em matéria de pensamento urbano no sentido de gerir o espaço de vida das comunidades operando para a fortuna dos lugares, os grupos mais poderosos tomaram o comando das iniciativas capazes de demonstrar a grandeza das cidades, favorecendo o sentimento de orgulho próprio. Cresceram as catedrais e os palácios comunais envolvendo o cidadão comum na convicção de que constituía parte activa na definição das linhas de crescimento do património colectivo através do debate aberto acerca do sucesso das mais importantes empresas construtivas.
A experiência urbanística de quinhentos no contexto das cidades do renascimento orientou-se para a geração de zonas específicas com qualidade de novos espaços públicos através da criação de ruas largas, em geral rectilíneas e assumindo função de nova centralidade ligando praças, mas não integrando planos globais subjacentes a esses traçados parciais, em que a ideia de racionalidade submetida a regras de simetria à maneira clássica substituía a informalidade medieval preexistente.
Alguns artistas da pedra, como Bernardo Rosselino, passaram de canteiros a escultores ou de construtores a arquitectos, pelo empenho que pessoalmente assumiam na formação técnico-teórica própria, e daí partiam para o exercício da concepção intelectual definidora das práticas projectuais que caracterizam a arquitectura como arte. Nessa qualidade de construtor foi chamado pelo Papa quando este decidiu transformar uma pequena povoação das terras agrícolas de Siena à mais alta dignidade episcopal, como se a vontade de um homem só, mesmo poderoso e hábil no manejamento das intrigas do poder, fosse capaz de determinar o futuro da sua aldeia contra todas as evidências económicas e sociais.
Bernardo Rosselino assumiu integralmente a estratégia do prelado patrão e o conceito teórico de humanistas como Alberti, concebendo não só os vários edifícios encomendados mas, principalmente, concentrando a energia criadora no espaço público, transformando a praça central na sala de visitas da nova cidade, desenhada como arquitectura de sabor clássico e forte significação urbana.
Através da interpretação dos saberes colectivos que se foram consolidando na comunidade artística de Florença, Bernardo foi capaz de encontrar o desenho de suporte para a forma urbana com uma tal coerência, elegância e força, que nada a destruiu passados que são seis séculos de vivências desencontradas e aí está Pienza como testemunho vivo da competência dos cientistas da forma, capaz de suscitar a admiração dos que a visitam.


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Autor

Domingos Tavares

Domingos Tavares (Ovar, 1939) é arquiteto e Professor Emérito da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, onde ensinou desde 1985 a disciplina que deu origem às Sebentas de História da Arquitectura Moderna publicadas pela Dafne Editora desde 2003. Autor dos livros Da Rua Formosa à Firmeza (Faup, 1985) e Francisco Farinhas Realismo Moderno (Dafne, 2007)


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