Charlas sobre a Língua Portuguesa. Alguns dos deslizes mais comuns de linguagem
Estas Charlas sobre a Língua Portuguesa nasceram de um desafio lançado no blogue "A Destreza das Dúvidas", de que faço parte. Por vezes, nos comentários a certos textos nele publicados, os intervenientes cometiam erros, não só de ortografia, mas também de sintaxe. Como nunca gostei de ver a nossa língua maltratada (influência que devo ao meu saudoso Mestre, Doutor Paulo Quintela, com quem aprendi muito nesse domínio) - e ela tem-no sido bastante nos meios de comunicação social - decidi contribuir com esta pequenina achega. Tenho por hábito corrigir os deslizes gramaticais e desde logo aponto as raízes das minhas chamadas de atenção, caucionando-as com exemplos, para que a compreensão se torne mais bem fundamentada. Assim vou exercendo a minha diminuta pedagogia tanto na blogosfera como no convívio com os amigos.
| Editora | Almedina |
|---|---|
| Coleção | Literatura Autores Portugueses Contemporâneos |
| Categorias | |
| Editora | Almedina |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Cristóvão de Aguiar |
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A Tabuada do Tempo - A lenta narrativa dos diasPrémio de Narrativa Miguel Torga - Cidade de Coimbra, 2006 A aparente insignificância de cada instante do dia ou da noite é transcendida por Cristóvão de Aguiar com a paixão de quem vive esses momentos como se fossem os últimos, os decisivos da sua vida: ungindo-os - como se de um feito religioso se tratasse - com o amor, numa sacralização invasora que inclui quer o erotismo referido a Ela, quer o humanismo com que contempla o Outro, um Outro que, além de incluir o Homem, contempla também os bichos - o Isquininho ou o Adónis - e a própria Natureza. Press Clippings: Diário dos Açores - «Mais rica a Literatura Portuguesa» RECENSÕES CRÍTICAS Blog «1001 páginas» - Há muito tempo que não me acontecia isto com um livro.[...] -
Miguel Torga - O Lavrador das Letras, Um Percurso Partilhado[...] Só em Coimbra, após a guerra colonial, e já numa idade mais amadurecida, me encafuei de tal forma na obra torguiana, que ainda hoje, passados todos estes anos, continuo a frequentá-la com uma assiduidade de devoto que ainda não esfriou a sua fé. Esta paixão deve ter tido origem não só na prosa apurada com que o escritor lavra cada página de cada livro e me fascina pela simplicidade trabalhada até à placenta da palavra, mas também no facto de a ambiência espelhada nos Contos e sobretudo em A Criação do Mundo ser idêntica ou muito semelhante ao pequeno grande mundo da Ilha onde fui nado e criado. [...]. A (re) leitura dos livros de Miguel Torga invade-me de uma paz rústica, genuíno oásis neste mundo barulhento, e transmuda-se num conchego caldeado de uma ansiedade mansa -Torga é uma personalidade rebelde e inquieta e reflecte-a como poucos em toda â sua vasta obra. [...]. -
Obras Completas de Cristovão de Aguiar: Amor Ilhéu - Vol. IIAmor Ilhéu reúne num único volume uma série de textos de prosa poética, sonetos e outros poemas, escritos por Cristóvão de Aguiar em momentos diversos do seu percurso literário. Alguns publicados originalmente com circulação restrita aos amigos do autor, outros extraídos dos livros Mãos Vazias (1965), O Pão da Palavra (1977), Relação de Bordo I (1999) e Nova Relação de Bordo (2004). -
Obras Completas de Cristovão de Aguiar: Raiz Comovida - Vol. IEditada originalmente em separado entre 1978 e 1981, a trilogia romanesca Raiz Comovida tornou-se com o tempo um clássico da literatura açoriana e portuguesa e é certamente a melhor porta da entrada no mundo mágico e telúrico de Cristóvão de Aguiar. Os três livros A Semente e a Seiva, Vindima de Fogo e O Fruto e o Sonho trazem-nos uma torrente de histórias entrecruzadas e personagens inesquecíveis, como o Ti José Pascoal ou o vavô José dos Reis, entre muitas outras recriadas da família, dos amigos e até dos inimigos do autor, para nos darem um impressivo fresco da vida na Ilha de S.Miguel nos anos de juventude de Cristóvão de Aguiar. -
Obras Completas de Cristovão de Aguiar: Relação de Bordo, Diário - Vol. IIIPela primeira vez objecto de edição num só livro, o terceiro volume das Obras Completas de Cristóvão de Aguiar reúne a totalidade da produção diarística do escritor entre 1964 e a atualidade. Sem nunca abdicar do rigor literário que caracteriza a sua escrita, Cristóvão de Aguiar expõe-se sem receios enquanto percorre os caminhos de uma vida plena, da Coimbra adoptiva aos periódicos regressos às suas ilhas atlânticas, sem esquecer as viagens de reencontro familiar na diáspora açoriana nos Estados Unidos da América. -
Obras Completas de Cristóvão Aguiar: Marilha - Vol. IVMar, Ilha; Ilha, Mar. Dois pólos de quinhoada solidão pelo mundo e as suas partes em silêncio repartida. Mar, Ilha. e quem ousará adivinhar por que misteriosa transformação ortoépica não teriam ambos evoluído, semanticamente, para Marilha). -
Obras Completas de Cristóvão Aguiar: A Tabuada do Tempo - Vol. VINão é romance. Nem poema. A Tabuada do Tempo não deixa, porém, de ser uma narrativa do quotidiano e, igualmente, não deixa de ser uma manifestação emotiva e poética de algumas cenas da vida oferecidas pela exposição do íntimo e da verdade do escritor e de quem e do que o rodeia. (Manuel Tomás Gaspar da Costa) Estaremos nós perante a pessoa Cristóvão de Aguiar ou antes perante um (ou vários) Cristóvão de Aguiar que o próprio escolhe contar? Poderemos nós falar de auto-ficção ou de fronteiras de géneros dentro do modo narrativo da escrita pessoal? (Vânia Rego) -
Obras Completas de Cristóvão Aguiar: Catarse - Vol. V“Catarse" é um diálogo epistolar entre dois irmãos — Cristóvão de Aguiar e Francisco de Aguiar — separados pelo mar, em que percorrem os caminhos da infância e da adolescência nos Açores e nos Estados Unidos da América. Francisco de Aguiar nasceu na ilha de São Miguel em 1952. Frequentou o Liceu de Ponta Delgada até ao terceiro ano e emigrou em seguida com os pais para a Nova Inglaterra (EUA), onde completou os estudos secundários. Foi operário em fábricas, depois bancário, matriculando-se entretanto na Universidade de Brown onde se licenciou em Inglês / Português. É professor diplomado de Inglês e de Francês em escolas secundárias norte-americanas e, entre 1981 e 1985, foi Leitor de Língua Inglesa na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde já havia concluído o curso anual de Português e Cultura Portuguesa. -
Obras Completas Cristóvão Aguiar: Passageiro em Trânsito - Volume VII«As obras de Cristóvão de Aguiar são de uma enorme riqueza vocabular - que não se restringe ou deixa armadilharem regionalismos, tenham eles deitado raízes atrás dos séculos ou não... Mas este rico e variado universo vocabular nunca por si só faria literatura.O que seguramente aí nos atrai e maravilha é a desconcertante variedade de danças com que esse mundo imenso de palavras nos brinda, uma aluvião de combinatórias que têm também o condão de evitar mostrar-nos os seus modos de fazer, os seus esqueletos ou ossaturas - mas não evita, para nosso prazer, de mostrar a sua presença como distanciamento irónico, como por exemplo naquele que é para mim uma obra notável de inventividade, Passageiro em Trânsito.» Carlos Alberto Machado -
Braço Tatuado - Retalhos da guerra colonialRomance em torno das vivências do autor na guerra colonial, ferida que se mantém aberta na sua memória, após uma experiência traumatizante de dois anos na Guiné. Um texto de ecos e lembranças que de forma onírica e fantástica dá conta do absurdo desse conflito armado. O cenário de horror, as emboscadas, as atrocidades cometidas, a voz da liberdade, as saudades e a perplexidade perante uma guerra que era obrigatório viver, fazem deste texto uma das mais interessantes narrativas sobre a guerra colonial.Ver por dentro:
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».