Chorei de Véspera
«Esta é a minha história. Nasci no dia 20 de abril de 1971, às 17 horas e dez minutos, e devia ter morrido no dia 10 de abril de 2009, às doze e trinta. Mas não morri. E preciso de vos contar porquê.»
Começa assim o livro que nos conta a experiência de morte de alguém que esteve lá e voltou para contar, depois de um derrame cerebral. O azar trouxe-lhe uma médica negligente, com risco de vida multiplicado, e dor desnecessária. A sorte trouxe-lhe o regresso à vida. Mas, o que podemos fazer da vida quando um dia nos morremos e no outro voltamos? Tornar-nos mais sábios - e felizes - é talvez a única resposta possível. E sabedoria é coisa que vem com abundância à aproximação da morte. Misto de ensaio e reportagem, escrito em ritmo de romance, este é um livro insurgente.
Sem medo de fronteiras estilísticas, todas as formas lhe assentam, porque todas obedecem ao registo intimista, sem com isso esquecer os que melhor pensaram e descreveram a experiência de morte ao longo dos séculos. Tolstói, Sartre, Montaigne, Dostoiévski, Séneca, Foucault, Santo Agostinho, Miguel Real ou José Cardoso Pires são alguns dos que contribuíram para a reflexão que aqui se publica. Com isso, passaram também a fazer parte de uma história real que nos obriga a refletir sobre o sistema de saúde, sobre a morte, mas mais ainda sobre a vida. Afinal, somos todos vivos provisórios. Mas a morte assim, tão juntinha a nós, também pode tornar-se a melhor amiga da vida.
| Editora | Esfera dos Livros |
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| Editora | Esfera dos Livros |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Isabel Nery |
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Sophia de Mello Breyner AndresenA jornalista Isabel Nery traz-nos no seu novo livro, a primeira biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen, no ano em que se assinala o centenário do seu nascimento.A autora percorreu lugares e pessoas que fizeram parte da história de Sophia, como o Porto, a Grécia, Lagos, ou entrevistando mais de 60 pessoas, do pescador José Muchacho, ao amigo Manuel Alegre, até ao ensaísta Eduardo Lourenço, passando por companheiros das letras e da política. Só assim foi possível completar a biografia que faltava sobre a primeira portuguesa a receber o Prémio Camões e a única mulher escritora com honras de Panteão Nacional, a quem muitos gostavam de ter visto atribuído o Prémio Nobel. -
Os 5 Homens Que Mudaram Portugal Para Sempre - Biografias Cruzadas : Do Berço à DemocraciaOs cinco homens que mudaram Portugal para sempre são os políticos responsáveis pela mudança mais importante da história moderna do País: a transição para a democracia.Aqui se conta como foram as suas vidas, os seus sucessos e insucessos, o que mais os marcou e o que os fez lutar – e como todos estes cinco homens se cruzaram nesse período extraordinário saído de quarenta anos de ditadura.Se Mário Soares regressa a Portugal quatro dias depois do 25 de Abril, Álvaro Cunhal chegará logo a seguir. Ambos tinham uma multidão à espera, mas cada um deu um rumo diferente à revolução. Enquanto os dois exilados testavam um lugar na vida portuguesa, Francisco Sá Carneiro era chamado do Porto a Lisboa para se reunir com Spínola, o presidente da Junta de Salvação Nacional. Por esses primeiros dias de liberdade, havia ainda espaço para a democracia cristã liderada por Diogo Freitas do Amaral. E embora António Ramalho Eanes estivesse em África no dia da revolução, o general ficaria para sempre associado ao 25 de novembro de 1975, quando a instabilidade do Verão Quente amaina e tudo, ou quase tudo, se clarifica…Soares, Cunhal, Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Ramalho Eanes: sem estes homens, é difícil imaginar a nossa democracia. -
Cerco ao ParlamentoEste livro reconstitui os acontecimentos que foram a antecâmara da tentativa de golpe de Estado de 25 de Novembro de 1975, data que ditou o fim do PREC e o início da normalização da democracia portuguesa. No dia 12 de novembro desse ano, uma enorme manifestação constituída maioritariamente por trabalhadores da construção civil em luta pela assinatura do contrato coletivo de trabalho cerca o Palácio de São Bento, onde decorrem os trabalhos da Assembleia Constituinte. Os manifestantes, calculados em cerca de 100 mil, segundo a imprensa da época, impedem os deputados de sair durante 36 horas. Também a residência oficial do Primeiro-Ministro, contígua ao Palácio de São Bento, é controlada, mantendo sequestrado o Chefe do Governo Pinheiro de Azevedo. História de um incidente que poderia ter acabado num banho de sangue e mudado drasticamente o futuro de Portugal.
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O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
Na Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
Na Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.