Um olhar sobre o cinema português realizado entre as décadas de 60 e 80 do século XX, através da análise dos elementos imagéticos que predominam em alguma da cinematografia nacional de referência, construtora de uma tendência estética coletiva. Direcionada para o estudo do uso da gramática cinematográfica na composição da imagem e na sinalização de correlações estilísticas no uso da linguagem cinemática, a recorrente invocação fílmica pretende esclarecer os momentos de cumplicidade estética, extraindo nessa operação a riqueza do pensamento que lhe está associada.
Nelson Araújo é diretor da licenciatura de Cinema e Audiovisual na Escola Superior Artística do Porto, local onde leciona as unidades curriculares: História do Cinema Português, História do Cinema, Expressão Audiovisual, Estética do Cinema e Metodologias da Realização. É investigador integrado no Centro de Estudos Arnaldo Araújo, integra a comissão organizadora do Encontro Internacional O Cinema e as outras Artes, tendo participado na coordenação dos 4 volumes Cinema e outras Artes - Diálogos e Inquietudes Artísticas publicados por LabCom.IFP.
Um olhar sobre o percurso fílmico de Manoel de Oliveira, através da decomposição das suas imagens num estilo, contando o autor com a colaboração de vários especialistas na análise de algumas das suas obras mais emblemáticas, viabilizando-se a articulação entre a esfera plástica e simbólica no cinema do realizador português.
Press Clippings:
Um olhar académico sobre o cinema de Manoel de Oliveira
Um olhar sobre o cinema português realizado entre as décadas de 60 e 80 do século XX, através da análise dos elementos imagéticos que predominam em alguma da cinematografia nacional de referência, construtora de uma tendência estética coletiva. Direcionada para o estudo do uso da gramática cinematográfica na composição da imagem e na sinalização de correlações estilísticas no uso da linguagem cinemática, a recorrente invocação fílmica pretende esclarecer os momentos de cumplicidade estética, extraindo nessa operação a riqueza do pensamento que lhe está associada.
Este livro propõe uma abordagem histórica do cinema, desde os primórdios (1895-1920) até ao cinema contemporâneo e ao documentário moderno, com uam vasta gama de imagens e um pequeno extratexto a cores. Eis os objetivos desta obra, ainda em projeto:
-Definir a arte cinematográfica.
-Identificar o filme enquanto texto artístico.
-Sinalizar o papel preponderante da fotografia no nascimento do cinema e a sua ligação à composição da imagem cinematográfica.
-Relacionar as características estéticas dos vários movimentos cinematográficos com outras manifestações artísticas.
-Conferir a participação das mais variadas expressões artísticas, desde os primórdios até à atualidade, na realização cinematográfica.
-Confrontar as evoluções das formas cinematográficas com as determinantes socioculturais.
-Enfatizar o processo coletivo da criação cinematográfica.
-Relacionar diferentes textos fílmicos e apresentar cifras estéticas.
-Identificar nos autores fílmicos influências de outras expressões artísticas.
-Agrupar conjuntos de obras fílmicas e autores em função do seu dispositivo artístico.
-Sinalizar fórmulas fílmicas transportadas da literatura.
-Constatar o caráter plural do fílmico enquanto produto cultural.
-Retirar significados artísticos a partir das formas fílmicas.
O cinema, na sua existência de pouco mais de um século, extrapola tensões artísticas que se substanciam ora na contradição e na experimentação ora na contestação e na reação. Os olhares aqui apresentados, extraem, a partir de múltiplas perspetivas autorais, os momentos, os filmes e os protagonistas daquele caudal artístico. Percorrendo toda a história do cinema, a Organização diacrónica permite o zoom à dialética da linguagem cinematográfica e potencia a imersão do particular para o global.
Numa epifania em tempos pandémicos, imaginei um livro sobre cinema à venda nos balcões dos CTT – para muitos locais de Portugal, o único espaço de venda de livros. Imaginava uma publicação capaz de estabelecer diálogo com um qualquer cidadão que lá entrasse e que esse contacto acrescentasse um melhor domínio da linguagem cinematográfica ao leitor. Um livro sem princípio, meio nem fim, para ler de uma só vez, para ir saboreando, para saltar de página sem perder pitada, para voltar sempre.Se era para falar da gramática cinematográfica, então, dar voz aos especialistas fazia sentido. E como o fazer, fugindo do texto académico, queimplica investigação, escrita científica e tempo para o discurso? Teria de ser algo que envolvesse emotividade por parte do autor, que se lhe sentisse a paixão pelo cinema e que, num pequeno texto, explicasse que singulares estratégias artísticas utiliza o cinema para se expressar - ei-lo, por fim e para gáudio de todos.
Um livro sem princípio, meio e fim, para ler de uma só vez, para ir saboreando, para saltar de página sem perder pitada, para voltar sempre.A partir de uma centena de planos icónicos da Sétima Arte, vários especialistas (fugindo ao discurso técnico e académico) debruçam-se sobre a gramática cinematográfica e revelam as singulares estratégias artísticas que o cinema utiliza para se expressar.