Clepsydra
Um século depois da primeira edição, Clepsydra, de Camilo Pessanha, obra marcante do simbolismo português e fonte de inspiração para a geração de Orpheu, ganha, nesta edição, um retorno à intenção de organização do autor, baseada numa lista, inédita, com a caligrafia de Pessanha que ordenaria a edição dos seus poemas.
Esses poemas circularam em manuscrito entre os amigos e eram «muito conhecidos, e invariavelmente admirados, por toda Lisboa», como escreveu Pessoa. A publicação teve lugar em 1920, revelando, como jurou Jorge de Sena, «um dos mais extraordinários artistas que em nossa língua haja escrito». Da sua poesia, prossegue Sena, deve realçar-se «a natureza reticente e delicadíssima» ou «a transposição quase mallarmeana dos factos, aliada a uma quebrada melancolia do dizer, que só tem paralelo em Verlaine».
Liberta de falsas emoções, ciente da passagem do tempo, aceitando lucidamente a realidade da vida e da morte, esquiva a todo o sentimentalismo, a sua poesia é, diz Sena, «um puro milagre de murmúrio rigorosamente verbal, cuja alada forma a língua portuguesa nunca tivera e não tornou ainda a ter».
| Editora | Guerra & Paz |
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| Editora | Guerra & Paz |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Camilo Pessanha |
Nasceu em Coimbra em 1867 e partiu para Macau em 1894, onde acabou por morrer em 1926, vítima da droga e da tuberculose. É considerado o melhor poeta simbolista português e influenciou diretamente a geração de Orpheu.
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ClepsydraCamilo Pessanha, este “grande ritmista” (como foi apelidado por Mário de Sá-Carneiro) escreveu um dos mais belos livros de poesia portuguesa de sempre e foi elogiado por grandes nomes da literatura como Fernando Pessoa, constituindo um marco para a geração de Orpheu e para o Modernismo.Clepsydra é o único livro de Camilo Pessanha, no qual se reúne a sua extraordinária obra poética, representativa do movimento literário do Simbolismo. Neste relógio de água dilui-se o tempo, como se da própria vida se tratasse e a cada estrofe sentimos a vida desvanecer-se, até à derradeira: “Ó Morte, vem depressa… / Acorda, vem depressa, / Acode-me depressa, / Vem-me enxugar o suor, / Que o estertor começa. / É cumprir a promessa. / Já o sonho começa… / Tudo vermelho em flor…”Camilo Pessanha exalta a existência, o amor, a morte, o esquecimento, num ambiente de Outono e de crepúsculo. Poesia de ritmo inovador e teor dramático, que dá origem a uma nova musicalidade: “Porque o melhor, enfim, / É não ouvir nem ver... / Passarem sobre mim / E nada me doer!” -
Clepsydra - La Poesía de Camilo PessanhaEsta edição bilingue inclui toda a poesia conhecida de Camilo Pessanha, pela primeira vez traduzida na íntegra para a língua espanhola a partir de uma nova edição de texto de um dos mais proeminentes especialistas na obra do autor. Aos leitores em língua espanhola (e portuguesa) oferece-se uma obra que é hoje unanimemente reconhecida como uma das principais realizações da poesia lírica portuguesa, com grande influência nas obras de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Eugénio de Andrade, entre outros. Esta edición bilingüe ofrece toda la poesía conocida de Camilo Pessanha, traducida en su totalidad por primera vez al español, en una nueva edición textual de uno de los más destacados especialistas en Pessanha. Los lectores de habla hispana (y portuguesa) podrán desde ahora disfrutar de una obra que hoy día es unánimemente considerada uno de los mayores logros de la poesía lírica portuguesa mayores logros de la poesía lírica portuguesa, muy influyente en la obra de autores como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro y Eugénio de Andrade. -
Clepsydra - The Poetry of Camilo PessanhaEsta edição bilingue inclui toda a poesia conhecida de Camilo Pessanha, pela primeira vez traduzida na íntegra para a língua inglesa a partir de uma nova edição de texto de um dos mais proeminentes especialistas na obra do autor. Aos leitores em língua inglesa (e portuguesa) oferece-se uma obra que é hoje unanimemente reconhecida como uma das principais realizações da poesia lírica portuguesa, com grande influência nas obras de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Eugénio de Andrade, entre outros. This bilingual edition offers all of Camilo Pessanha’s known poetry, translated in its entirety into English for the first time, in a new textual edition by one of the author’s most prominent scholars. English (and Portuguese) readers can now enjoy a work that is today regarded unanimously as one of the crowning achievements of Portuguese lyric poetry, and one that exerted a great influence upon the works of Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, and Eugénio de Andrade, among others. -
Clepsidra e Outros PoemasO Álbum desta edição da Clepsidra, de grande beleza, contém no seu prefácio uma síntese do percurso biográfico (e bibliográfico) de Camilo Pessanha – de importância fundamental para uma melhor compreensão do autor. -
Clepsidra e Poesias DispersasTalvez nunca entre nós, como em Camilo Pessanha, tenham sido tão coincidentes os princípios de uma escola, a do simbolismo decadentista, com a realidade biográfica de uma existência humana. Por isso, na sua poesia, as imagens simbólicas nunca são artificiais, têm uma autenticidade indesmentível.O símbolo não é a metáfora e muito menos a alegoria.«Toda a poesia de Camilo é a vida, mas toda se nos apresenta como uma metavida. A decadência incessante que foi a sua passagem por este mundo exprimiu-se pois naturalmente numa estética simbolista da decadência, sem o esforço ou o artifício que se verifica na maioria dos poetas da escola. Camilo Pessanha foi realmente ele, o homem, o trânsfuga, o sonâmbulo, um exilado da beleza, por isso mesmo a procurando e projectando constantemente, já que a não tinha em sua existência, no microcosmo poético.» -
Clepsydra - A Poesia de Camilo PessanhaCamilo Pessanha, geralmente identificado (e bem) com o simbolismo, pelas imagens que usa e pelos símbolos que propõe na sua leitura metafórica do mundo e das suas sensações, pode, sob outro prisma, ser apartado daquele movimento literário. É que à vista do leitor vai-se revelando uma narrativa alegórica que, ao conceber a existência humana como um processo de despersonalização, acaba por conduzir a sua poesia para o território do modernismo. São, aliás, absolutamente centrais na literatura portuguesa as ligações entre Pessanha e poetas modernistas como Mário de Sá-Carneiro (1890–1916) e Fernando Pessoa (1888–1935), com a poesia de Pessanha a iluminar uma boa parte das obras destes autores. -
Clepsydra - La Poesia di Camilo PessanhaCamilo Pessanha, geralmente identificado (e bem) com o simbolismo, pelas imagens que usa e pelos símbolos que propõe na sua leitura metafórica do mundo e das suas sensações, pode, sob outro prisma, ser apartado daquele movimento literário. É que à vista do leitor vai-se revelando uma narrativa alegórica que, ao conceber a existência humana como um processo de despersonalização, acaba por conduzir a sua poesia para o território do modernismo. São, aliás, absolutamente centrais na literatura portuguesa as ligações entre Pessanha e poetas modernistas como Mário de Sá-Carneiro (1890–1916) e Fernando Pessoa (1888–1935), com a poesia de Pessanha a iluminar uma boa parte das obras destes autores. -
China e MacauChina e Macau reúne estudos e traduções de Camilo Pessanha (1867-1926), organizados por Duarte Drumond Braga e tomando como referência, sempre que possível, as primeiras publicações desses textos. A este trabalho acrescentou-se a primeira reedição de Kuok Man Kau Po Shü – Leituras Chinesas (1915), um conjunto de fábulas e textos pedagógicos traduzidos em parceria com José Vicente Jorge, grande amigo pessoal de Camilo Pessanha em Macau e muitas vezes o seu mentor na ocupação de traduzir a língua escrita chinesa.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira