Comunicação Intercultural - Perspectivas, Dilemas e Desafios
Para onde quer que hoje olhemos, resulta evidente que a circulação de pessoas, bens e ideias atingiu uma tal dimensão que se tornou um dos fenómenos mais marcantes da contemporaneidade. Se ficarmos pelo entendimento mais comum de globalização, corremos o risco de sermos redutores, ou seja, de enfatizar apenas uma das suas dimensões, esquecendo ou subalternizando as resistências a dissensões. O confronto entre local e global, por seu turno, define uma lógica de polarização que é ainda insuficiente, reproduzindo, em boa medida, um dos debates centrais com que se construiu a modernidade. É no espaço difuso, liminar, quo separa estas duas ideias que este livro se procura focalizar. Que existe entre o local e o global? Entre a homogeneização e a diversidade cultural? Quais as dinâmicas identitárias subjacentes aos processos de hibridação cultural? O Ano Europeu do Diálogo Intercultural constituiu o pretexto para um encontro internacional que decorreu na Universidade do Minho em Abril de 2008 e de que este livro é o resultado. Nesse encontro procurou-se debater a forma como se vão tecendo e se vão pensando as relações entre pessoas e grupos sociais; entre a ideia de Estado-Nação e a transformação da ideia de fronteira: entre os proveitos da globalização e a defesa da especificidade cultural. O objectivo dos investigadores não foi, naturalmente, o de encontrar respostas unívocas para os dilemas e desafios que a ideia de Comunicação Intercultural enuncia, mas apenas debater algumas das ideias e pontos de vista que se cruzam em torno dessa complexa e multifacetada realidade da comunicação entre culturas.
| Editora | Humus |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Humus |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Luís Cunha, Rosa Cabecinhas |
-
Vinte Mil Léguas de PalavrasO Município de Santiago do Cacém atribui bienalmente, desde 1996, o Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca, numa clara homenagem à genialidade da escrita de um dos escritores maiores do século XX. (...) A obra que agora se publica, “Vinte Mil Léguas de Palavras”, da autoria de Luís Cunha é a legitima vencedora da XI edição do referido prémio literário. Uma colectânea de contos com características únicas, construídos numa linguagem cuidada e elegante. Um notável exercício de escrita: vinte contos inéditos – vinte mil palavras de bom português! [Álvaro Beijinha (Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém)]Se quem conta um conto acrescenta um ponto, quem lê cada um destes contos acrescenta mil palavras, para no final chegar ao número redondo que o título anuncia. Os contos, esses, não são redondos, antes têm arestas e gumes afiados. Cada um deles é um exercício de imaginação contido num número limitado de palavras, como é, também, uma janela aberta a universos disfuncionais – perversos uns, demenciais outros, tão irreais alguns deles que só pode ser verdadeira a irrealidade que encenam. O autor poderia dizer que foram pensados assim, mas estaria a mentir: saíram como quiseram sair, livres e à solta. Assim convém às palavras que contam histórias, e é também assim, na desejável liberdade de uma leitura diletante, que melhor proveito delas tirarão aqueles que se dispuserem a lê-las. -
Preto e BrancoO trabalho apresentado neste livro, que resulta da tese de doutoramento da autora, premiada pelo Alto Comissariado para a Imigração e as Minorias Étnicas em 2004, constitui um contributo fundamental para colmatar o défice de conhecimento sobre o racismo (…). O racismo é aqui analisado na sua complexidade, no plano cognitivo e individual, certamente, mas também na sua vertente de memória colectiva que alimenta as crenças e as representações sobre determinados grupos sociais, e na sua ligação a dinâmicas de categorização social que traduzem hierarquias simbólicas e de estatuto, geradoras de desigualdades.O racismo adquire assim toda a sua dimensão de fenómeno social, fortemente enraizado na(s) sociedade(s) e na sua memória colectiva, que é aprendido, e reproduzido de forma inconsciente ou naturalizada, se não for contrariado por um esforço de reflexividade. Enquanto obra de referência nesta área de investigação que passará a ser, este livro suscita, ainda, no plano cívico, a necessidade urgente de reflexão na sociedade portuguesa sobre as relações entre diferentes grupos sociais e sobre o reconhecimento do outro, enquanto indivíduo, prescindindo do estereótipo do seu grupo de pertença.O combate ao racismo faz-se de diversas formas, desde a punição exemplar dos crimes violentos de natureza racista à afirmação dos valores civilizacionais de igualdade e respeito pela dignidade dos seres humanos. A autora deste livro fê-lo também, através dos instrumentos que melhor domina, construindo conhecimento rigoroso e aprofundado e devolvendo-o a todo(a)s aqueles e aquelas que querem saber mais para viver melhor.
-
História dos Média na Europa«O conhecimento das grandes tendências que marcaram a história dos média europeus e a história particular destes mesmos média em cada país europeu (sobretudo daqueles de que somos geográfica e culturalmente mais próximos) é absolutamente indispensável. Só assim poderemos compreender por que é que ainda hoje, quase seis séculos depois da ?descoberta? da prensa tipográfica, a paisagem imprensa europeia é tão contrastada, de uma região para outra do continente. E como é que, ao longo do século XX, a rádio e a televisão, as estruturas dos seus emissores como dos seus conteúdos, evoluíram também de maneira tão plurifacetada.» -
História da ArteA história da Arte é, em simultâneo, autónoma e parte integrante da História, da Cultura e da Civilização. Esta obra confirma-o e, de modo sucinto, traça um panorama da sua evolução desde a mais remota Antiguidade até os nossos dias. -
Media e Jornalismo em Tempos de Ditadura -Censura, Repressão e ResistênciaO livro reúne textos de 11 investigadores portugueses e espanhóis sobre a instrumentalização dos media durante o Estado Novo e o Franquismo e as formas de resistência à censura e à repressão. A obra surge na sequência do II Seminário da História da Comunicação da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, realizada, em Novembro de 2022, na Fundação Mário Soares e Maria Barroso. Alguns dos textos que agora se publicam foram apresentados neste encontro científico. Segundo os coordenadores do livro, há um denominador comum a todos os textos: «a necessidade que as ditaduras têm de vedar o acesso do povo à verdade incómoda ou inconveniente. Por isso, silenciaram-se certas pessoas, assuntos e factos, enquanto se deu relevo e importância a outros». -
25 de Abril: A Transformação nos «Media»Uma obra que mantém vivo o legado de Mário Mesquita e que o autor desejava ter publicado em vida, provando que a forma como pensou e discutiu o jornalismo num momento fundador e de viragem como foi o período de 1974-1975 mantém uma admirável actualidade. «Mário Mesquita desenvolveu, de forma sistemática e coerente, actividades que visavam o bemcomum e incentivavam uma democracia aberta — na política, no jornalismo de informação, na actividade académico-universitária e na escrita — com o objectivo de realizar o seu ideal de sempre: o da Liberdade.» António Ramalho Eanes «Jornalista e académico, MárioMesquita procurava em cada trabalho o difícil equilíbrio entre o rigor da contextualização e o prazer da boa história. Isso fazia de qualquer conversa sobre o jornal uma oportunidade de reflexão profissional, tantas vezes em falta na lufa-lufa das redacções.» Diana Andringa «Com o Mário Mesquita estamosperante alguém que decidiu ser jornalista para compreender melhor o mundo, e que resolveu estudar os media para se conhecer ainda melhor a si próprio.» Jaime Gama «Recordo o Mário Mesquita como um homem de pensamento que não desprezava a acção. Inteligente e culto. Um espírito livre, um bom cidadão, um amigo confiável. Liberdade e Solidariedade foram os grandes valores da sua vida. Faz-nos falta!» Maria Antónia Palla -
Homo Spectator: Ver, Fazer Ver«É a barbárie que ameaça um mundo sem espectador.»"Homo Spectator" reflecte sobre a construção histórica da figura do espectador, desde as cavernas paleolíticas às tecnologias digitais. Este percurso interroga as várias relações, de opressão e de liberdade, de medo e de gozo, que se estabelecem entre humanos e imagens, para ensaiar uma resposta à inquietante pergunta: como preservar a nossa liberdade crítica perante a disseminação das imagens? -
Ainda Bem Que Me PerguntaAinda Bem Que Me Pergunta, trata-se do primeiro manual de escrita jornalística, editado em Portugal, de um autor português, para o público português. Como escrever com clareza e rigor semântico? Como estruturar uma notícia, uma reportagem, uma entrevista? Como elaborar os respectivos títulos? Como evitar as «armadilhas» ortográficas e gramaticais? -
Desinformação Online - O impacto da Propaganda ParticipativaA desinformação é hoje prevalecente no ambiente digital, onde a informação circula a alta velocidade. Servindo-se de técnicas clássicas de propaganda, a desinformação conta com a colaboração de cidadãos anónimos que partilham conteúdos online sem antes avaliarem a veracidade dessa mesma informação. O presente livro mostra como este fenómeno constitui uma ameaça à democracia e como pode ser combatido através do investimento em literacia mediática e digital. -
Temas Arquivísticos - Entre a Tradição e a MudançaUm convite à reflexão do lugar da Arquivística hoje, contrariando as vozes que afirmam que tenha adormecido permanentemente na Modernidade, face à emergência do pensamento pós-moderno, onde a ciência da informação radica a sua identidade, sem que a pós-modernidade seja, também ela, parte da seiva que corre nas veias dos autores dos estudos arquivísticos, que, por consequência, escorre para as suas páginas. Um convite, ainda, a repensar a valorização dos estudos arquivísticos na atualidade, relegados, em muitos fora, à sua tecnicidade, considerados despidos de qualquer roupagem teórica, como se os arquivos não constituíssem, per se, um campo de estudo científico. Um campo sobre o qual se constrói conhecimento continuamente, refletido por cientistas e comunidades de prática, que, como tal, acompanha a própria evolução da ciência e o devir social.[CARLOS GUARDADO DA SILVA]