Confissões

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«As Confissões de Santo Agostinho, no dizer de Eduardo Lourenço, são obra mítica da Cultura Ocidental. Na verdade, se por mítica se entende aquela obra que, ao dizer e confessar, está simultaneamente a criar uma demanda originária, que enraíza matricialmente numa mundividência sobre a qual exerce um fascínio quase inexplicável, então a história da sobrevida e da tradução das Confissões torna pertinente tal designação. É inegável que, se o género confessional não foi inaugurado por Santo Agostinho, foi ele quem, com as Confissões, mais divulgou a literatura de viagens interiores, de autobiografia íntima, de subida às moradas e aos palácios da memória que marcou, profundamente, a nossa espiritualidade e contribuiu para um processo de elaboração da nossa consciência. A liberdade, a amizade, a procura, o encontro, a alegria, o louvor; as emoções, os sentimentos, a razão, a fé; a criação, o tempo, a memória, a eternidade; o mal, o pecado, o erro, a culpa, a ilusão e a desilusão: eis a experiência de um homem de carne e osso que, em toda a sua riqueza e complexidade, converge para as Confissões, e que releituras sucessivas de certo modo universalizaram e concretizaram. Reler as Confissões é ampliar, com o nosso, o seu testemunho. É esta a leitura apropriada, pois o pensamento augustiniano, mormente nas Confissões, reverte o tempo crónico — esse devorador dos seus próprios filhos — pela remissão para uma ordem sincrónica que pode ser, nesta hora, uma vitória sobre o desespero e o terror do tempo. É, por isso, um pensamento aberto ao possível e, talvez, ao impossível. E isto é o que mais importa pensar.»

In contracapa.

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Editora Imprensa Nacional Casa da Moeda
Coleção Estudos Gerais - série universitária
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Autores Santo Agostinho
Santo Agostinho
SANTO AGOSTINHO nasceu em Tagaste (Numídia) em 354. Filho de pai pagão e mãe cristã, foi por esta educado no Cristianismo, que abandonou na juventude. Estudou gramática e literatura latinas. Dos 21 aos 29 anos, ensinou retórica em Cartago. Durante esta época, professou a filosofia maniqueia, contra a qual polemizaria, mais tarde, nas suas obras. Já em Milão, o convívio com Santo Ambrósio levou-o a converter-se ao Cristianismo (386). Nesta época, leu Plotino em versão latina. Em 388 voltou a África, sendo sucessivamente bispo auxiliar e titular de Hipona. Morreu em 430, enquanto os vândalos sitiavam Hipona, quando o Império Romano se destruía definitivamente.
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